Levar um animal de estimação para um pet-shop é uma prática comum para muitos tutores que buscam cuidados básicos como banho, tosa e higienização. Nesse momento, espera-se que o animal seja tratado com paciência, segurança e respeito.
Porém, quando esses cuidados não são cumpridos, o que deveria ser um simples atendimento pode se transformar em uma tragédia.
Um caso recente levou à abertura de um inquérito, à investigação policial e agora ao indiciamento de uma funcionária de pet-shop, gerando comoção entre tutores e defensores dos direitos dos animais.
Veja também: Mulher força cão a inalar fumaça e é procurada pela polícia
O cachorro faleceu durante o procedimento de tosa
O caso aconteceu enquanto um cachorro chamado Mike passava por um atendimento de tosa. O animal estava inquieto durante o procedimento e foi imobilizado com o uso de uma coleira presa a uma estrutura metálica. Diante da agitação do cão, a atendente tentou manter o controle à força.
Em determinado momento, o cachorro tentou escapar, caiu da bancada e ficou suspenso pela coleira, o que causou um grande impacto físico.
Ao ser colocado de volta na bancada, ele já mostrava sinais claros de que algo estava errado: não conseguia mais se manter em pé e demonstrava fraqueza evidente.
Mesmo diante desses sinais, o tratamento continuou de forma agressiva. A funcionária utilizou um pano para limpar a bancada e movimentou o cachorro com violência. Quando o colocou novamente sobre a superfície, o cachorro já não reagia.
Foi apenas nesse instante que ela percebeu a gravidade da situação. Ela retirou a coleira e tentou reanimá-lo, mas não houve sucesso. Mike não resistiu.
O caso, que inicialmente parecia um acidente, passou a ser investigado pela Polícia Civil como possível crime de maus-tratos, e a análise das imagens de segurança contribuiu para a conclusão do inquérito.
Com base nas provas colhidas, a polícia decidiu pelo indiciamento da atendente. A conduta foi classificada como abusiva, com uso excessivo de força e descuido no manuseio do animal.
A lei brasileira prevê punição para maus-tratos contra animais, especialmente quando há agravantes como a morte. Se condenada, a funcionária pode cumprir pena de dois a cinco anos de prisão.
O episódio gerou debates sobre a responsabilidade de quem presta serviços para pets e sobre a fiscalização de estabelecimentos do tipo. Muitos tutores passaram a questionar os protocolos de segurança adotados em pet-shops e a exigir mais preparo técnico e emocional dos profissionais da área.
A morte de Mike durante um atendimento que deveria ter sido simples serve de alerta para a importância da escolha cuidadosa de quem vai lidar com os animais e para a necessidade de reforço em práticas seguras.
Veja também: Delegacia Virtual passa a receber registro de maus-tratos contra animais no Sul de SC