Um Springer Spaniel de 10 anos chamado Henry, que foi rejeitado por cinco lares diferentes devido à sua personalidade energética, acaba de receber o título de Animal do Ano pelo Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW). O reconhecimento celebra sua extraordinária capacidade de ajudar a capturar criminosos e salvar espécies ameaçadas da vida selvagem britânica.

De rejeitado a herói: a transformação de Henry
Após um começo de vida turbulento, Henry foi adotado por Louise Wilson, proprietária da Conservation K9 Consultancy em Wrexham, quando tinha apenas oito meses. O que era um problemapara muitos durante tanto tempo, tornou-se sua maior qualidade.

Depois de ser rejeitado cinco vezes, Henry encontrou um lar e foi premiado por usar suas habilidades para proteger a vida selvagem. Conheça essa história.Depois de ser rejeitado cinco vezes, Henry encontrou um lar e foi premiado por usar suas habilidades para proteger a vida selvagem. Conheça essa história.
“Ele tem muita energia e determinação. Assim que o treinamos para detecção de conservação, conseguimos dar a ele o foco necessário”, explicou Louise. Esta parceria transformou um cão anteriormente rejeitdo em um especialista em detecção de vida selvagem nas operações de conservação.
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Como as habilidades de Henry ajudam a proteger a vida selvagem
Trabalhando junto à Unidade Nacional de Crimes contra a Vida Selvagem do Reino Unido (NWCU), Henry e Louise formam uma equipe essencial na localização de aves de rapina roubadas ou mortas, incluindo algumas das espécies mais ameaçadas do país.
O cão consegue encontrar desde carcaças de pássaros até pequenas etiquetas de monitoramento removidas de animais. Uma habilidade impressionante destacada pelo inspetor-detetive Mark Harrison da NWCU: “Fizemos uma busca recentemente e, debaixo de um monte de urze, onde não era possível ver nada da superfície, Henry recuperou o crânio de um pequeno pássaro”.

Atualmente, Henry é capaz de detectar sete aromas diferentes, incluindo martas, lontras e ouriços, auxiliando conservacionistas no monitoramento de diversas espécies selvagens.
De acordo com Louise, sua tutora, a força de vontade e a “energia incontrolável” de Henry fazem dele o cão de detecção perfeito. Ela conta que, depois de direcionar essa energia para o trabalho de conservação, o cão finalmente encontrou foco e propósito.
O trabalho é tão eficiente que, segundo o inspetor-detetive Harrison, a inteligência policial indica que criminosos estão “assustados e preocupados” com as capacidades de cães como Henry.
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Reconhecimento internacional pelo trabalho de conservação
Henry foi homenageado no 25º Animal Action Awards em Londres, evento que também reconheceu representantes de organizações de conservação de várias partes do mundo.

A apresentadora de vida selvagem Michaela Strachan, responsável pela entrega dos prêmios, descreveu Henry como um “supercão” e elogiou o trabalho de Louise: “Para treinar um cão como Henry para fazer o trabalho que ele faz, é preciso uma quantidade enorme de tempo, paciência, dedicação e comprometimento. Os dois juntos formam uma equipe formidável para a proteção da vida selvagem”.
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Faro a serviço da conservação aqui no Brasil
Além da história inspiradora de Henry, seu caso também reforça o interesse científico sobre o olfato dos cães e sua aplicação em projetos de conservação. O faro canino é até 100 mil vezes mais sensível que o humano, o que explica por que cães vêm sendo cada vez mais usados em ações ambientais, inclusive no Brasil.
Por aqui, cães farejadores já ajudam em programas de combate ao tráfico de animais silvestres, na localização de ninhos de tartarugas, na detecção de espécies invasoras e até no monitoramento de onças e tamanduás em reservas naturais. Essas iniciativas mostram que, assim como Henry, muitos cães têm sido aliados diretos da ciência e da conservação da fauna.