Por que a hora do remédio é tão difícil?
Cuidar de um pet doente exige atenção, e um dos maiores desafios é garantir que ele tome o medicamento da forma correta. Muitos comprimidos têm sabor e odor desagradáveis, o que faz com que o animal recuse ou até cuspa o remédio. Além disso, a manipulação da boca pode gerar estresse tanto para o tutor quanto para o animal.

Assim como ocorre em humanos, quando um medicamento é de difícil ingestão, a experiência se torna desconfortável e cria resistência. No caso dos pets, a dificuldade é ainda maior, já que eles não compreendem o motivo pelo qual precisam tomar o remédio. Preparamos algumas dicas práticas que podem te ajudar nessa jornada!
Passo a passo para dar comprimido ao pet
Existem técnicas que aumentam as chances de sucesso na hora de administrar o comprimido. Um método tradicional, indicado por veterinários, envolve:
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Segurar o animal com firmeza, sem movimentos bruscos.
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Pressionar a bochecha suavemente, logo atrás dos dentes caninos, para induzir a abertura da boca.
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Puxar a mandíbula para baixo com cuidado, ampliando a abertura.
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Colocar o comprimido no fundo da boca, evitando deixar na frente ou nos cantos, locais de onde o pet pode cuspir facilmente.
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Fechar a boca do animal e massagear o pescoço, de cima para baixo, estimulando a deglutição.
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Se necessário, oferecer água ou um petisco logo em seguida.
Esse método é eficaz, mas pode gerar resistência em animais mais agitados. Por isso, existem alternativas para tornar o processo mais tranquilo. Ao contrário do que muitos pensam, não é indicado levanta o focinho do cão, isso na verdade reduz o espaço por onde o comprimido deve passar, dificultando o processo.
Dicas práticas para reduzir o estresse
1. Tenha calma, mas seja rápido
O tutor deve manter a calma, mas agir com eficiência. Movimentos lentos demais dão tempo para o animal fugir, enquanto ações bruscas podem gerar medo. Uma boa estratégia é transformar a medicação em parte da rotina, associando o momento a carinho ou brincadeiras.
2. Conheça seu pet
Pets que já estão acostumados a ter a boca manuseada aceitam melhor o comprimido. Por isso, criar hábitos desde filhote, como escovação dos dentes ou inspeção oral, facilita muito a tarefa no futuro. Quanto mais familiarizado o animal estiver com esse tipo de contato, menor será o estresse.
3. Não quebre ou amasse comprimidos sem orientação
Muitos tutores pensam em amassar o comprimido para misturar ao alimento, mas isso pode alterar a eficácia do medicamento. A orientação correta sempre deve vir do veterinário, que pode indicar se essa prática é segura ou se o remédio precisa ser ingerido inteiro.
4. Disfarce o remédio em alimentos permitidos
Uma forma prática de facilitar a ingestão é esconder o comprimido em petiscos, pastas veterinárias próprias ou até mesmo em ração úmida. O cheiro e o sabor da comida camuflam o medicamento, tornando a aceitação mais fácil.
5. Ofereça porções alternadas
Dar primeiro um pedaço de petisco sem remédio, depois o petisco com o comprimido escondido e logo em seguida mais um pedaço sem nada pode enganar a desconfiança do animal. Essa sequência cria uma rotina positiva e reduz a chance de rejeição.
6. Esteja preparado para tentativas falhas
É comum que o animal cuspa o comprimido antes de engolir. Nesse caso, o ideal é descartar o comprimido já umedecido pela saliva e administrar outro. Isso porque parte do medicamento pode se dissolver e não surtir o efeito esperado.
7. Procure apresentações alternativas
Muitos medicamentos já estão disponíveis em diferentes versões, como líquidos, cápsulas revestidas, biscoitos medicados ou comprimidos mastigáveis. Essas apresentações foram desenvolvidas justamente para facilitar a aceitação, especialmente de pets que rejeitam comprimidos tradicionais.
Apoios extras para o bem-estar do pet
Além das técnicas de administração, algumas estratégias podem ajudar a tornar a experiência mais positiva:
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Probióticos prescritos pelo veterinário auxiliam a manter o equilíbrio da flora intestinal, reduzindo desconfortos gastrointestinais que alguns medicamentos podem causar.
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Suplementos calmantes, como L-theanine ou melatonina, podem ser recomendados em situações de estresse previsível, ajudando o pet a ficar mais relaxado.
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Ansiedade extrema pode exigir medicação específica prescrita pelo veterinário, como ansiolíticos em baixa dose, sempre avaliando risco e benefício.