Gatos são espertos e os cachorros são amigáveis. Essa divisão simples, é citada e discutida por muitos proprietários de animais. Mas ainda sim a questão permanece. Quem seria o mais inteligente, o gato ou cachorro?
Alguns especialistas dizem que comparar inteligência de gato a inteligência de cachorro é como comparar maçãs e laranjas. A inteligência evolui para resolver problemas que são recorrentes ao longo de um cronograma evolutivo relevante. Isso não é tão simples assim.
Primeiro estudo sobre a dominância intelectual do gato ou cachorro
Um estudo das evidências científicas disponíveis acerca da inteligência do gato ou cachorro fez os primeiros testes. Estes evidenciaram que as raças caninas vencem por apenas um pontinho de diferença.
A pesquisa foi publicada na revista científica New Scientist. Sabe-se que ela contrastou as soluções dos experimentos que foram realizados para aferir as competências e a cognição desses dois animais.
Foram consideradas onze categorias:
- Capacidade de afeto;
- Domesticação;
- Cérebro;
- Popularidade;
- Solução de problemas;
- Compreensão;
- Adaptabilidade;
- Vocalização;
- Sentidos aguçados;
- Sentidos mais úteis;
- O bicho mais ecológico.
Os pontos finais: 6 x 5. Entre gato e cachorro, o vencedor foi o cachorro.
Animais muito diferentes
É muito difícil avaliar dois animais tão distintos quanto o gato ou cachorro. Nesse quesito os cientistas concordam.
Mas, mesmo assim, eles aceitaram o desafio. Portanto, decidiram fazer um estudo novo para aferir o aprendizado, habilidades e interações de cada espécie.
Outro aspecto interessante, é que já tentaram aferir a habilidade de inteligência medindo a proporção do cérebro dessas duas raças. Entretanto, é claro que os dos cães é bem maior do que o dos felinos. Mas, os cientistas descartaram essa hipótese por não acharem essa medida confiável.
Segundo estudo sobre a dominância intelectual do gato e cachorro
Além de analisar a astúcia e o comportamento de determinado animal, existe uma proporção que pode ser levada em consideração. Ela afere a habilidade de processar informações que é a quantidade de neurônios que possui.
Nesse estudo foi comprovado que o cachorro é mais astuto que o felino. Enquanto os cães têm aproximadamente 530 milhões de neurônios, os gatos apresentam mais ou menos 250 milhões de neurônios presentes no córtex.
Em princípio, deve-se determinar a quantidade absoluta que o animal tem, principalmente dentro do córtex cerebral. Posteriormente, determina-se a fluidez do estado mental, assim como a aptidão de antever o que acontecerá. Isso se dá de acordo com a experiência passada.
Essa descoberta significa que, entre gato ou cachorro, os cãezinhos têm a capacidade biológica de executar coisas muito mais complexas e flexíveis. Portanto, seguem em contrapartida com seus queridos “rivais” felinos.
A inteligência em termos de domesticação
Nesse quesito, os cachorros vencem sem dúvida. Não se tem uma data certa, mas pesquisas apontam que as domesticações caninas podem ter ocorrido há 16 mil anos.
Quanto aos nossos amigos felinos também é bem confuso, mas crê-se que tenham sido domesticados há mais de 9 mil anos.
Afetividade e vínculo
Os cachorros têm uma capacidade enorme de criar vínculos de afetividade com seus donos. Chegam a ser tão próximo quanto pai e filho. Muitas vezes seus donos se referem aos seus pets como se fosse mesmo um parente.
Já os gatinhos, por mais que seus tutores sejam loucos por eles, é nítido que gostam de sua independência e espaço. São muitas vezes considerados solitários. Isso os distancia ainda mais da listagem comparativa de inteligência.
Popularidade
Quanto ao renome, que é mensurada nos termos de quantos seres humanos tem um gato ou cachorro, o gato ganha, com certeza.
Não há muitos números globais, mas pesquisas feitas em cerca de 10 países, relatam que existem 204 milhões de gatos de estimação.
Nos 10 países que mais amam caninos, existem 173 milhões cachorros de estimação.
Aprendizagem
No assentimento, entre gato ou cachorro, o cachorro é o vencedor. Ele tem a aptidão de seguir alguns gestos humanos, tais como:
- Um aceno que nega ou afirma;
- Encontrar comida;
- Ou mesmo um dedo apontado.
Os cães procuram informações nos rostos de seus tutores, bem como mantém contato visual para buscar entendimento.
Os gatos também podem compreender certos gestos dos humanos. Contudo, não são tão aplicados quanto a raça canina em achar um objeto oculto seguindo tais sinais.
Para os apelos vocais, apesar dos cães terem maior flexibilidade vocal, gatinhos são mais aptos em usar “sutilezas” ao tentar se comunicar.
Os gatos também têm sentidos melhores e são mais amigos do ambiente. Mas o cão é mais útil, mais adaptável. Pelo menos é o que dizem as pesquisas científicas. Todo dono de gato ou cachorro certamente saberá mais dessas particularidades.
Terceiro estudo sobre a dominância intelectual do gato ou cachorro
Um grupo de pesquisadores japoneses decidiram acabar com essa controvérsia. Para isso, testaram 49 gatos domésticos para ver se conseguiam lembrar qual prato haviam comido. Com um atraso de 15 minutos eles comunicaram o que já estava vazio.
A razão é que ter uma memória episódica é frequentemente associada a possuir um grau de autoconsciência. Isso é algo que já foi demonstrado com os cães.
Os resultados revelaram que os felinos poderiam “responder” questões relacionadas com “O quê?” e onde?” de um evento passado. Esse é o caso em que se determinou em qual vasilhame eles comeram.
Além disso, os pesquisadores disseram que, como os cães, eles poderiam entender gestos humanos e expressões faciais.
“A capacidade dos gatos de entender ajuda a entender mais profundamente como as relações com os humanos são criadas”, disse Saho Takagi, psicólogo da Universidade de Kyoto e autor do estudo.
“Os gatos podem ser tão inteligentes quanto os cães, ao contrário da opinião comum das pessoas de que os cachorros são muito mais inteligentes”, concluiu.
Qual espécie, gato ou cachorro, é um pouco mais inteligente?
Brian Here, fundador e diretor do Centro de Cognição Canina da Duke University, é cauteloso ao colocar espécies umas contra as outras no debate da inteligência. Hare disse que muitos cientistas evitam o termo. Isso porque a sagacidade é tipicamente estudada a partir de uma perspectiva centrada no ser humano.
“Perguntar qual espécie é mais esperta é como perguntar se um martelo é uma ferramenta melhor do que uma chave de fenda”, disse Hare. “Cada ferramenta é projetada para um problema específico, então, é claro que depende do problema que estamos tentando resolver.”
Cada espécie foi moldada pela evolução para resolver os problemas mais críticos para sua sobrevivência e reprodução, continuou ele. Ver um golfinho sentado em uma árvore parece tão bobo quanto um chimpanzé pescando no mar. Mas pesquisas mostram que golfinhos e chimpanzés são gênios em seus habitats naturais.
Deve-se evitar colocar espécies diferentes umas contra as outras porque elas são inteligentes de maneiras diferentes. Então, gato ou cachorro são apenas inteligentes à sua maneira