O Osteossarcoma em cães é uma doença muito grave, que preocupa os profissionais da medicina veterinária e os tutores de animais que possuem a condição.
Conhecido como uma neoplasia óssea primária, a doença é bem comum na clínica e, por isso cada vez mais profissionais da oncologia veterinária se interessam por ela.
Por não existir uma cura efetiva, o diagnóstico precoce é fundamental para melhorar a qualidade de vida do pet.
Sendo assim, é importantíssimo que os tutores conheçam bem os sinais clínicos, diagnóstico e tratamento do osteossarcoma canino. Este texto vai te ajudar a entender tudo isso.
Entenda o que é osteossarcoma canino
O osteossarcoma canino é um tumor maligno ósseo, ou seja, um câncer ósseo bastante comum nessa espécie animal.
Esta é uma doença conhecida por ser extremamente agressiva e dolorosa, podendo inclusive se espalhar por várias partes do corpo e pelos órgãos do animal.
Inicialmente, é mais comum que o problema se desenvolva em ossos longos. Justamente por isso, ele é conhecido como osteossarcoma apendicular.
A doença pode acontecer em cachorros de raças e tamanhos variados, além de ocorrer em machos e fêmeas.
No entanto, pesquisas indicam que ela é mais comum em cachorros machos de porte grande, que tenham mais de 25 quilos.
Também é mais frequente em animais que já estejam na idade adulta e, geralmente começa a se manifestar na área de joelhos e cotovelos do animal.
Com o passar do tempo, se a doença não for diagnosticada, o osteossarcoma em cães provoca diversas metástases.
Quando isso acontece, o tumor se propaga pelos ossos e, também para outras partes do corpo. Mas ao que parece, os pulmões são os órgãos mais afetados por essas metástases.
O mais importante aqui é saber que a doença é agressiva e, por isso, se espalha rapidamente. Sendo assim, é importantíssimo realizar o tratamento precoce para evitar que isso aconteça e leve o animal a morte.
Conheça os principais sintomas do osteossarcoma canino
Quando se fala em osteossarcoma canino, o diagnóstico precoce é fundamental para a saúde e bem estar do pet.
Sendo assim, conhecer os principais sinais pode ajudar em muito no diagnóstico. Nesse caso, é interessante ter conhecimento de que o primeiro local afetado na maioria das vezes é a pata dianteira do animal.
Além disso, ocorre uma baixa circulação arterial nos membros anteriores do pet. A região afetada também começa a inchar, o que provoca fortes dores e um inchaço muito grande na região.
Tudo isso faz com que ocorram dores fortes e grande inchaço na região acometida pelo osteossarcoma canino.
Por conta dessas questões, é comum que o animal inicialmente ande mancando e, depois comece até mesmo a ter fraturas espontâneas.
As lesões geralmente ocorrem em membros que foram acometidos pelo problema. E secundariamente surgem outros sinais por conta das fortes dores que o cão sente.
Isso inclui perda de peso, irritabilidade, choro frequente e falta de apetite por períodos prolongados.
Mesmo com esses sinais, é comum que os tutores pensem que seja apenas uma fratura comum, deixando passar o fato de que pode se tratar de algo muito mais complexo, como um tumor.
Levando isso em conta, ao se perceber esses sinais no animal, é fundamental buscar por um atendimento veterinário.
É importante também que o próprio profissional esteja bem atento a essas questões e seja capaz de perceber adequadamente quando se trata de uma fratura comum ou de um problema mais sério.
Como o osteossarcoma canino é um tipo de tumor agressivo e que tem progressão e metástases velozes, diagnosticar o problema precocemente é essencial.
Diagnóstico do osteossarcoma canino
É importantíssimo conseguir diagnosticar corretamente o osteossarcoma canino e, então iniciar um tratamento adequado o mais rápido quanto for possível.
É importante que logo no próprio exame físico o médico veterinário seja bem cauteloso. Assim, se o animal chegar ao consultório com uma fratura, é preciso ter certeza sobre qual é a real origem de tal problema.
Caso o profissional desconfie de que possa se tratar de um osteossarcoma canino, além do exame físico, deve solicitar também alguns outros, que incluem:
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Exames bioquímicos para analisar os níveis sanguíneos de vários indicadores que indicam problemas renais, hepáticos, entre tantos outros;
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Radiografia do tórax para avaliar a situação dos órgão presentes nessa região e buscar por anomalias;
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Ultrassonografia abdominal, que funciona como exame complementar que passa uma ideia sobre como estão os órgãos internos do pet.
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Biopsia para análise de materiais coletados.
O profissional pode ainda solicitar outros exames que ajudem a confirmar o diagnóstico.
Entenda melhor os exames para diagnóstico do osteossarcoma em cães
Para entender melhor a importância e o funcionamento de cada um dos exames feitos quando há suspeita de osteossarcoma em cães, dê uma olhadinha nos próximos tópicos.
Avaliação física
Por mais que pareça simples, a avaliação física do animal é importantíssima e, é preciso que o profissional seja extremamente cuidadoso.
Isso porque é nesse passo que se terá uma ideia sobre o problema do animal. É importante ouvir os relatos do tutor e associar isso às observações feitas durante a anamnese.
Essa junção de informações e contextualização são fundamentais para um diagnóstico adequado.
Exames laboratoriais
Exames como o hemograma são básicos, mas fundamentais para que se perceba alguns sinais de que o animal não está bem.
Da mesma forma, pode-se solicitar um exame de urina e, este vai mostrar se existem anormalidades adicionais.
O profissional deve ainda solicitar outros exames indicadores de anormalidades hepáticas e renais, por exemplo.
Citologia
Mesmo que não ofereça um diagnóstico definitivo para o osteossarcoma canino, pode-se coletar material das áreas afetadas e enviar para uma análise.
Mesmo que isso não seja definitivo para o diagnóstico, ainda assim é extremamente importante para que se possa associar as informações sobre os exames, auxiliando assim na decisão sobre qual possa ser a melhor opção de tratamento.
Diagnóstico por imagem é fundamental para o osteossarcoma canino
Caso exista uma possibilidade de que o animal esteja com osteossarcoma canino, é fundamental buscar por exames de diagnóstico por imagem.
Esta é a melhor maneira de se obter uma visualização sobre o que está acontecendo dentro do organismo do pet.
Radiografia e a ultrassonografia são os dois exames mais comuns nesse caso, mas em algumas situações, a confirmação vem com exames mais complexos e detalhados, como a ressonância e tomografia.
Caso exista alguma desconfiança de que possa se tratar de um caso de osteossarcoma canino, é importantíssimo prosseguir para uma biópsia para confirmação.
O que provoca e quais são as complicações do osteossarcoma em cães?
Infelizmente, o osteossarcoma em cães é uma doença sem cura efetiva, sendo a amputação e quimioterapia as formas mais usadas no tratamento.
Mesmo assim, é bem comum que ocorram complicações, uma vez que quando o membro afetado é removido, pode ser que o problema já tenha se espalhado.
O diagnóstico tardio acontece quando já existem metástases e, nesse caso a sobrevivência do animal dificilmente será grande.
Sendo assim, quando o profissional faz a cirurgia para remoção do tumor, a sobrevida do cão tende a ser de apenas 6 meses mais ou menos.
Cabe ao profissional veterinário analisar cuidadosamente todas as questões envolvidas nesse tipo de tratamento.
Isso porque a própria intervenção não vale a pena em casos nos quais a doença estiver muito disseminada.
Quando o animal já está com um ou mais membros muito acometidos, podem ocorrer fraturas e outras complicações.
Por ser uma patologia extremamente agressiva, o osteossarcoma em cães pode provocar uma série de problemas.
Além dos efeitos diretos do tumor, existem os indiretos decorrentes do processo doloroso. Sendo assim, o animal tende a se sentir cansado, triste e, pode parar de se alimentar devidamente, o que o leva ao emagrecimento.
As causas do osteossarcoma em cães são desconhecidas, mas os médicos veterinários acreditam que existam fatores genéticos envolvidos.
Na verdade, todas as formas de tumor têm algum tipo de influência genética. Justamente por isso, parece que algumas raças possuem maior predisposição do que outras para desenvolverem este problema.
Parece que existe influência do peso e porte do animal, sendo que os pets grandes e gigantes possuem maior predisposição para desenvolverem o osteossarcoma em cães.
São apenas esses dois fatores que parecem influenciar no surgimento do osteossarcoma nesses animais. Mas pode ser que existam também fatores ambientais envolvidos.
Osteossarcoma em cães – Qual é o melhor tratamento?
Como já foi dito, não existe um tratamento específico indicado para o osteossarcoma canino, uma vez que a doença é agressiva e tem evolução muito rápida.
Como opções, o médico veterinário pode fazer a remoção cirúrgica apenas da parte acometida pelo tumor.
No entanto, como geralmente ele se espalha rapidamente e afeta uma área bem grande, é comum que se deva amputar o membro.
Juntamente com as opções cirúrgicas, é fundamental associar também a quimioterapia ou a radioterapia, que ajudem a eliminar as células tumorais e evitar a remissão.
A quimioterapia aumenta a sobrevida dos animais
Mesmo que o osteossarcoma em cães seja bem agressivo, ainda assim a quimioterapia costuma apresentar bons resultados, aumentando significativamente a sobrevida dos pets.
Adotar a quimioterapia pode até dobrar a expectativa de vida do animal após a realização do procedimento cirúrgico.
No entanto, é preciso levar em consideração que existem alguns efeitos desagradáveis que surgem durante o tratamento.
Diarreia, enjoos, vômitos e infecções são alguns deles. E isso acontece porque as substâncias não conseguem distinguir a diferença entre células normais e tumorais.
Osteossarcoma em cães – Radioterapia
Por mais que a radioterapia não seja eficiente em eliminar as metástases do osteossarcoma em cães, ela ajuda no controle da dor.
Também não há indícios de que haja uma melhora da sobrevida, mas a radioterapia é bastante usada quando a cirurgia não é o tratamento de escolha.
Junto com a radioterapia, pode-se usar medicamentos analgésicos para controle da dor, que ajudem a minimizar o incomodo nos pets.
Infelizmente, nenhum tratamento é totalmente eficaz contra o osteossarcoma em cães e, por isso, o prognóstico não é bom, de modo que a taxa de sobrevida costuma ser baixa.
Principais cuidados durante o tratamento do osteossarcoma em cães
Na maioria dos casos, o animal tem o membro amputado e, por isso precisa se adaptar rapidamente a essa condição.
Por sorte, os cães são animais adaptáveis, mesmo que os indivíduos maiores e mais pesados tenham mais dificuldade com isso.
Nesse sentido, independentemente do tamanho e peso do animal, é preciso evitar a obesidade e sobrepeso, visando não sobrecarregar os demais membros.
Além disso, é importantíssimo que o tutor esteja bem atento a todas as necessidades do pet e, que acompanhe o seu estado de saúde bem de perto.
Também é necessário fazer um bom acompanhamento com o veterinário especialista em oncologia, mantendo os exames sempre em dia.
Além disso, a quimioterapia costuma ser eficiente para se evitar que surjam metástases.
Como os cães reagem à quimioterapia
Quando o médico veterinário opta por seguir com um tratamento quimioterápico, a maioria dos tutores se assusta, pensando que isto será muito prejudicial para o pet.
No entanto, os efeitos do tratamento em cachorros costumam ser bem mais brandos em relação aos que são observados em humanos.
Mesmo que alguns animais sintam os efeitos do tratamento, a quimioterapia melhora em muito a qualidade de vida e, ajuda a aumentar a expectativa de vida do animal.
Osteossarcoma em cães – Como prevenir o osteossarcoma em cães?
Em relação aos fatores genéticos, não existem uma forma de prevenção ao osteossarcoma canino.
No entanto, selecionar muito bem a linhagem do animal é uma forma de diminuir a probabilidade de que ocorra o problema.
Sendo assim, se você optar por comprar um pet, certifique-se de que ele venha de um canil confiável, onde haja um bom controle da saúde dos animais.
Se possível, é importante conhecer a saúde dos pais e avós do filhote que pretende levar para casa. Isso evita o aparecimento de diversas doenças que têm influencia genética.
Além disso, manter uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios físicos também são formas de prevenir este tipo de tumor.
Conclusão
O osteossarcoma canino é uma doença muito agressiva, que exige que tutores e profissionais estejam atentos e alinhados para evitar o agravamento e morte precoce do animal.