Talvez você não tivesse nenhuma ideia sobre isso, mas o Lúpus eritematoso sistêmico em cães existe e, nem sempre o diagnóstico é tão simples.

Ademais, as próprias causas não são bem determinadas, mesmo que se pense que o problema seja mais comum em animais predispostos geneticamente.

Fatores ambientais e medicamentos também podem contribuir com o aparecimento da doença e, até mesmo a exposição ao sol pode desencadear os sinais.

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Cachorro em cima do muro. Foto Freepik

Por isso, é importante que o tutor fique bem atento aos sinais da doença para que possa ajudar o animal com um diagnóstico e tratamento precoce.

O que é o lúpus eritematoso sistémico em cães?

O lúpus eritematoso sistémico (LES) é primariamente uma doença multissistêmica que tem origem no sistema imunológico do animal e, que pode provocar uma série de problemas secundários.

Poliartrite, glomerulonefrite, anemia hemolítica, trombocitopenia e alterações cutâneas são as principais observadas em animais que apresentam este tipo de problema.

O desenvolvimento da patologia é desconhecido, uma vez que não se tem informações detalhadas sobre isso.

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Cão no veterinário. Foto Freepik

O que se sabe é que o resultado é sempre uma disfunção do sistema imunológico como um todo, que acontece por conta de determinações genéticas e, se agrava com alguns fatores ambientais.

Basicamente, o corpo acometido com o lúpus eritematoso sistêmico em cães, produz anticorpos que atacam tecidos e células do próprio organismo.

Não é difícil imaginar que quando o organismo do pet ataca a si mesmo, os resultados podem ser devastadores e bem diversos.

Isso porque quando a condição se instala, há a formação de complexos de antígeno e anticorpo que circulam no organismo do animal.

O resultado é a inflamação de vários tecidos, causando glomerulonefrite, artrite e vasculite, por exemplo.

Esses anticorpos também atacam as células hematopoiéticas, provocando anemia, trombocitopenia e leucopenia, que são taxas mais baixas das principais células sanguíneas.

Apesar de ser bem menos frequente, pode acontecer ainda do lúpus eritematoso sistêmico em cães causar pleurite, miocardite e, também provocar danos graves ao sistema nervoso central.

Algumas raças parecem ser afetadas com maior frequência, como é o caso do Beagle, Pastor Alemão e Collie, por exemplo. E geralmente os animais são adultos com mais de seis anos de idade.

Como é feito o diagnóstico do lúpus eritematoso em cães?

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Cães na veterinária – Foto: Freepik

Nem sempre é simples conseguir diagnosticar corretamente casos de lúpus eritematoso em cães.

Isso porque os sinais podem surgir lentamente, dando indícios pouco conclusivos sobre o que podem representar.

É importantíssimo perceber que o lúpus possui sinais clínicos variados, que também surgem quando o animal tem outras patologias.

Sendo assim, é importantíssimo conseguir associar esses sinais ao lúpus. Mas antes disso, é preciso eliminar outras patologias comuns, como alergias e neoplasias, por exemplo.

Para isso, é importantíssimo solicitar uma série de exames que auxiliem nesse processo de diagnóstico, como é o caso de:

  • Hemograma;

  • urina tipo 1;

  • teste de anticorpos nucleares;

  • teste de imunofluorescência ou imuno-histoquímica;

  • biópsia de pele;

  • radiografia de articulações acometidas;

  • biópsia sinovial;

  • cultura bacteriana do líquido sinovial.

Como o lúpus em cães é uma doença que acomete o sistema imunológico do pet, com certeza ele fica bem mais propenso a ter outras doenças, sendo imprescindível um bom acompanhamento veterinário.

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Cão no sofá – Foto: Freepik

Insuficiência renal, broncopneumonia, infecções, sangramentos, piodermites secundárias, anemias, reações a medicações e complicações gástricas, são apenas algumas das situações bastante comuns na clínica de animais que tenham a doença.

Para se diagnosticar corretamente o LES, é preciso associar cuidadosamente o histórico clínico, com os resultados do exame físico e das análises laboratoriais do animal.

Critérios de diagnóstico do lúpus eritematoso em cães

Quando há suspeita de lúpus eritematoso em cães, existem alguns critérios de diagnóstico que são bem estabelecidos e, que o profissional deve seguir. Veja a seguir quais são eles:

  • Principais sinais: poliartrite, lesões de pele, anemia hemolítica, leucopenia, trombocitopenia, polimiosite;

  • Sinais menos significativos: úlceras orais, febre, pleurite, pericardite, linfadenopatia e sinais neurológicos;

  • Sorologia: presença de células típicas e Lúpus e exame ANA positivo;

É importantíssimo deixar claro que o diagnóstico depende da observação de vários indícios se manifestando simultaneamente.

Principais sinais clínicos do lúpus eritematoso em cães

lúpus eritematoso em cães

Cachorro se coçando – Foto: Freepik

No que diz respeito aos sinais clínicos do lúpus, eles surgem de acordo com o local que foi mais afetado.

Mas de maneira geral, a polimiosite e poliartrite surgem inicialmente na maioria dos animais. Isso provoca grande dificuldade de locomoção nesses animais.

Outros sinais importantíssimos são as lesões cutâneas, que se manifestam na forma de dermatite bolhosa que pode formar úlceras.

Além disso, surgem as quedas de pelo e, pode-se perceber a presença de seborreia que tende a ter uma distribuição mais concentrada na face, tronco e orelhas.

Depressão, anorexia, febre e linfadenopatia, são sinais clínicos que não são tão específicos, mas que possuem uma grande importância para se concluir o diagnóstico.

Tratamento do lúpus eritematoso sistémico

lúpus eritematoso em cães

Cão dormindo – Foto: Freepik

Antes de mais nada, é importantíssimo deixar claro que quando o animal tem lúpus eritematoso, deve fazer o controle para toda a vida.

Geralmente a opção de escolha é o uso de prednisona em doses elevadas, que promovam a imunossupressão.

Depois da regressão, é importantíssimo que as doses sejam ajustadas, passando a ser as menores quanto for possível.

Mesmo assim, podem ocorrer infecções por conta dos problemas imunológicos que o animal apresenta e, por conta do uso de imunossupressores.

Tratamento correto e controle são essenciais para a qualidade de vida do animal

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Cão na água – Foto: Freepik

Infelizmente, o lúpus eritematoso em cães é uma doença autoimune que não tem cura. Apesar disso, com o manejo adequado do animal, é possível minimizar os sinais e evitar maiores complicações.

A resposta ao tratamento depende diretamente da gravidade dos sinais e do estado de saúde do animal no momento do diagnóstico.

Para o resto da vida do cão, ele vai precisar de medicamentos como imunossupressores, anti-inflamatórios e, também suplementos vitamínicos que ajudem o animal a ter mais saúde e um bom funcionamento do seu organismo.

Medicamentos esteroides e não-esteroides também podem fazer parte da terapia do seu animalzinho de estimação.

Mesmo seguindo o tratamento, a doença pode evoluir, agravando-se e prejudicando a vida do animal. Nesse caso, pode ser preciso fazer uma internação.

Quando a poliartrite for grave, é preciso fazer repouso e, nos casos em que os animais possuem problemas renais, é preciso fazer uma dieta restritiva.

Por fim, é fundamental ter cuidado com a higiene do pete e com os locais que ele frequenta, buscando evitar o surgimento de doenças que afetem o pet, uma vez que o sistema imunológico do animal estará bem debilitado.

Lúpus em cães é mais comum do que em gatos

O lúpus é uma condição que pode afetar várias espécies de animais, incluindo gatos, cães e seres humanos.

Em humanos esta é uma doença relativamente comum, mas que já tem métodos de tratamento e manejo bem definidos.

Na medicina veterinária, também ocorrem muitos casos de lúpus eritematoso em cães e gatos. Nesses casos, as células boas para o organismo do animal são destruídas por conta de reações de hipersensibilidade e das inflamações.

Pele, coração, rins, pulmões, articulações e sangue são os tecidos que mais sofrem com essa condição.

E por mais que esse seja um achado frequente em cães, o lúpus eritematoso é bem raro em gatos.

Este é mais um indicio de que o problema está relacionado com a genética. Ademais, ao longo do tempo, os cachorros passaram por uma maior pressão da seleção artificial para dar origens a várias raças.

E é justamente por isso que raças como Poodle, Pastor alemão, Husky siberiano, Chow chow, Beagle, Setter irlandês, Collie e Old English sheepdog possuem maior probabilidade de desenvolver a condição.

Quais são os efeitos do lúpus no organismo do animal

Para entender o que o lúpus eritematoso em cães provoca no organismo dos animais, é importantíssimo compreender um pouco mais sobre o sistema imunológico.

O sistema imunológico é responsável por criar uma barreira eficiente para a defesa do organismo do pet.

Isso porque o tempo todo o corpo precisa se defender contra possíveis ameaças, incluindo microrganismos causadores de doenças.

No entanto, quando o animal desenvolve o lúpus eritematoso, o sistema imunológico deixa de atacar apenas os agentes externos, passando a destruir as células saudáveis do próprio organismo.

Sendo assim, esta é uma doença conhecida como sendo autoimune. Ou seja, que ataca o próprio corpo.

E existem dois tipos: o “lúpus eritematoso discoide” (conhecido como DLE), que afeta somente a pele do animal, e o “lúpus eritematoso sistêmico” (conhecido como LES), que acomete o organismo com um todo.

Quando o organismo do animal se ataca, ocorrem inflamações em várias partes do corpo, ocasionando dores e degenerações de diferentes tipos.

O mais comum é que o sistema imune ataque partes do corpo como articulações, pulmões, coração, rins, pele e o sangue.

Conforme o problema evolui, podem ocorrer complicações, como insuficiência renal e anemia severa. Essas são as duas maiores causas da morte de animais com lúpus eritematoso em cães.

Conclusão

O lúpus eritematoso em cães é uma condição grave, que requer bastante atenção e, sobretudo um diagnóstico muito bem feito.

Sendo assim, se você perceber que o seu animal apresenta alguns dos principais sinais da doença, deve leva-lo ao veterinário o mais rápido possível.