A osteoartrite canina é uma condição relativamente comum nos animais domésticos, sobretudo naqueles com idade mais avançada.

Infelizmente, conforme o cão envelhece os problemas ortopédicos se tornam cada vez mais comuns e, provocam dores muito fortes e desconfortos nos pets.

Muitas vezes os tutores nem sequer percebem que isso está acontecendo, uma vez que os animais possuem um limiar de dor bem alto e demoram para demonstrar quando há um problema.

Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de se promover melhorias no estado geral do animal e, na sua qualidade de vida.

cão dormindo

Cachorro dormindo no sofá – Foto: Freepik

Sendo assim, é fundamental conhecer o que é a osteoartrite canina e como a patologia se desenvolve.

Falaremos sobre tudo isso aqui nesse post. Acompanhe e tenha uma boa leitura!

O que é a osteoartrite canina?

Antes de mais nada, a osteoartrite canina é uma doença articular degenerativa bastante comum, sobretudo em animais de idade avançada.

No entanto, esta é uma das maiores causas de reclamações dos tutores em clínicas veterinárias, uma vez que o problema acontece com animais de qualquer raça, sexo ou idade.

A doença surge em geral quando existem lesões traumáticas de grande importância, que possam trazer problemas aos ligamentos e ossos dos animais.

cachorro raça terra nova

Cachorro da raça Terranova – Foto: Freepik

Isso leva a uma grande desestabilização da articulação, comprometendo assim a integridade articular na região.

Mas é importante entender que o comprometimento das articulações é o maior problema e, prejudica bastante a vida do pet.

É interessante saber que a osteoartrite canina também é conhecida como osteoartrose, ou artrose.

Por ser um problema articular degenerativo, não pode ser curado de nenhuma maneira. Mas quando o diagnóstico correto acontece precocemente, é possível lançar mão de estratégias para o controle da dor e, para diminuir a evolução do problema.

Um dos principais problemas na clínica veterinária

É muito comum que os tutores levem os seus animais de estimação ao consultório veterinário por conta de sinais de dor e dificuldades na movimentação do animal.

De fato, esta é uma doença muito comum, que se torna mais evidente conforme o animal envelhece.

Isso porque conforme o tempo passa, aumenta em muito o desgaste e a fraqueza nas regiões de articulação.

Tempo de vida do cachorro

Cãozinho deitado – Foto: Freepik

Esse desgaste leva a traumatismos que provocam problemas de locomoção nos pets. O processo degenerativo tende a ser extremamente doloroso.

Infelizmente, em alguns casos isso leva a problemas até mesmo em animais que sejam mais jovens.

Mas com o envelhecimento, isso se agrava e, pode acometer várias regiões do corpo do animal ao mesmo tempo.

Se o problema não for diagnosticado e tratado, podem ocorrer danos irreversíveis, que levam a uma degeneração cada vez mais evidente e, perda dos movimentos nesses animais.

Por que a osteoartrite canina acontece?

Antes de saber mais sobre a osteoartrite canina, é interessante compreender como as cartilagens são e funcionam.

Basicamente, toda a superfície articular fica envolvida em uma cartilagem, que é responsável pelo amortecimento de impactos que ocorrem por conta de movimentos comuns do dia a dia.

O papel das cartilagens é também de evitar que haja um contato repetitivo entre os ossos, o que pode provocar o desgaste deles, além de muita dor.

O que acontece quando a osteoartrite se instala é que o tecido cartilaginoso se deteriora de maneira progressiva.

colite em cachorro

Cachorro deitado triste – Foto: Freepik

Além disso, o próprio tecido ósseo começa a se espalhar por onde deveria haver cartilagem. Ou seja, as superfícies articulares perdem completamente a proteção.

Sabe os famosos bicos de papagaio que surgem com frequência na coluna em humanos? O mesmo pode ocorrer nos animais.

Assim, as regiões afetadas perdem a sua elasticidade natural e, isso provoca dores intensas, além da perda progressiva da mobilidade.

A doença é progressiva

A osteoartrite canina é uma doença considerada progressiva. Ou seja, ela se desenvolve e se agrava com o passar do tempo.

Em muitos casos, o tutor demora anos para descobrir que o animal tem o problema. Justamente porque os sinais aparecem aos poucos e, muitas vezes a doença só é percebida quando o animal começa a perder boa parte da sua mobilidade.

Inicialmente, a doença tende a afetar as articulações mais altas dos membros, sobretudo joelhos, cotovelos e ombros.

Como são poucas as cartilagens afetadas até então, os sinais costumam ser mais brandos, provocando poucos problemas ao pet.

Osteoartrite canina

Cão dormindo – Foto: Freepik

Quando o problema começa a se agravar, o tutor percebe que o pet manca, sobretudo quando permanece em repouso durante algum tempo.

Mas com o passar do tempo, se o animal permanecer sem o tratamento adequado, a articulação pode ficar totalmente travada.

Como o animal também começa a sentir muita dor, além de não conseguir realizar alguns movimentos, pode acontecer de ele evitar se mexer para não sentir a dor.

Consequentemente, o cão deixa de realizar os trabalhos musculares devidamente e, isso leva a uma deterioração também da musculatura nas regiões afetadas.

Como a musculatura atrofia, o problema se complica cada vez mais.

Tipos de osteoartrite canina

Prosseguindo com as informações importantes para qualquer tutor identificar e tratar o problema no seu animal, é fundamental saber que existe a osteoartrite canina primária e a secundária.

A primária costuma afetar principalmente animais em idade avançada, sendo que o envelhecimento da articulação é a principal causa nessa situação.

Infelizmente, este desgaste se dá progressivamente e, é tido como inevitável com o avançar da idade.

Neste caso, é comum que o animal tenha várias áreas do seu corpo afetadas simultaneamente.

Por outro lado, a osteoartrite secundária surge em decorrência de algum outro problema que possa levar a danos articulares e, à consequente perda dos movimentos do corpo.

Osteoartrite canina

Cachorro com a bolinha na boca – Foto: Freepik

Isso pode ocorrer, por exemplo, por conta de entorses, fraturas e, até mesmo por conta de uma má formação de origem genética.

A obesidade também tem uma contribuição fundamental para o surgimento do problema, uma vez que o peso elevado sobrecarrega as articulações.

O corpo do animal não é preparado para suportar tal sobrecarga e, dessa maneira, ocorre uma deterioração mais rápida e intensa das diferentes cartilagens, sobretudo nas patas.

A osteoartrite canina secundária merece ainda mais atenção por parte dos tutores, uma vez que pode surgir em qualquer fase da vida do animal.

Principais sinais da osteoartrite canina

Como os animais não falam, muitas vezes é difícil conseguir perceber que eles estão com um problema silencioso como a osteoartrite canina.

Inicialmente, esta pode ser uma doença silenciosa, que se desenvolve quase que sem dar sinais evidentes.

No geral, os tutores bem atentos aos seus animais e, que passam bastante tempo ao lado deles, conseguem identificar o problema mais rapidamente e intervir mais cedo.

Osteoartrite canina

Cachorro fofo deitado. Foto: Freepik

Sendo assim, é fundamental conhecer os principais sinais da osteoartrite canina para ajudar o cachorro a se tratar e se curar mais facilmente. Então, saiba que os principais são:

  • Prostração: por conta da dor, o animal passa a se movimentar cada vez menos e, também pode ganhar peso por este motivo;

  • Dificuldade para se levantar: por conta da dor nas articulações e enfraquecimento da musculatura em geral, o pet não consegue se levantar e nem se deitar rapidamente;

  • Claudicação: o tutor pode perceber que o pet dá os primeiros passos mancando bastante, sobretudo depois de passar algum tempo em repouso;

  • Letargia: a osteoartrite canina faz com que o animal se sinta sem energia para realizar as suas atividades do dia a dia. E isso se torna cada vez mais evidente;

  • Lambidas e mordidas: se perceber que o animal morde ou lambe um determinado local, saiba que isso pode acontecer por conta da dor que se concentra ali;

  • Cada vez mais a amplitude dos movimentos do animal se torna menor;

  • A musculatura dos membros afetados tende a ficar atrofiada;

  • O cão se torna cada vez mais apático e, inclusive pode perder o apetite por conta do incômodo.

Se você perceber que o seu pet apresenta um ou mais sinais típicos da osteoartrite canina, leve o animal imediatamente a uma consulta com um veterinário de confiança.

Por meio de um exame simples de rotina e alguns complementares, será relativamente simples conseguir descobrir se o seu animalzinho de estimação realmente está com a osteoartrite canina.

Diagnóstico da osteoartrite canina

Ao levar o seu animalzinho na consulta com o médico veterinário, é importantíssimo relatar tudo o que está acontecendo.

Tudo o que não for normal no comportamento do pet precisa ser relatado com o maior nível de detalhamento quanto for possível.

Então, o profissional fará um exame físico detalhado, atentando-se sobretudo às principais articulações que possam estar afetadas.

A melhor forma de se fazer isso é por meio da palpação dos membros para avaliar se existe uma resposta aparentemente dolorosa por parte do animal.

Além disso, o profissional também buscará por outros sinais de que algo está errado, como espessamento da cápsula articular, acúmulo de líquido ou atrofia muscular.

Além disso, alguns exames de diagnóstico por imagem podem contribuir positivamente, uma vez que é possível observar algumas alterações ósseas de grande relevância.

Uma ultrassonografia também é capaz de revelar quando existem alterações importantes em tecidos moles.

Assim, ao juntar os achados em cada um dos exames realizados nos animais, é possível concluir o diagnóstico da osteoartrite canina.

Caso haja algum problema no diagnóstico do animal ou, se for necessário tirar alguma dúvida, é possível utilizar métodos de diagnóstico ainda mais avançados em busca de respostas mais conclusivas.

A ressonância magnética, por exemplo, é um exame altamente eficiente quando é preciso analisar detalhadamente os tecidos moles.

A tomografia computadorizada, por sua vez, é melhor quando o profissional busca por alterações no tecido ósseo, por exemplo.

Mesmo com a confirmação, ainda não é possível encontrar uma forma de tratamento para o animal.

Mas existem opções terapêuticas para alivio da dor e, para barrar a evolução, evitando assim problemas ainda mais graves.

Principais opções de tratamento

Hoje em dia já existem algumas opções bem viáveis para o tratamento da osteoartrite canina. Sendo assim, se o seu animal for diagnosticado, o veterinário pode optar por alternativas como:

  • Tratamento farmacológico com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que auxiliam em muito no tratamento da dor e da inflamação;

  • Redução do peso corporal do animal, usando métodos diversos;

  • Suplementação alimentar para fortalecimento das articulações e melhor aporte nutricional;

  • Caso nenhuma forma de tratamento funcione, pode ser necessário realizar uma cirurgia para reverter o quadro.

Outras opções viáveis para a osteoartrite canina

Quando se fala em osteoartrite canina, os anti-inflamatórios não esteroides (AINES) contribuem em muito para redução da inflamação e alívio da dor.

O carprofeno é um dos medicamentos de escolha nesse caso, sobretudo quando é preciso fazer um tratamento mais longo.

Essa é uma substância que possui menos efeitos colaterais e, ao mesmo tempo proporciona uma excelente resposta.

Analgésicos como paracetamol e tramadol também são muito usados. Mas existem opções terapêuticas não farmacológicas que também levam a boas respostas.

Estimular a atividade física frequente, por exemplo, é uma maneira de ajudar o animal a se recuperar e conseguir a sua força muscular de volta.

No entanto, precisa-se ter cuidado para que as atividades sejam leves e não tragam ainda mais prejuízos ao animal.

Nesse sentido, natação e pequenas caminhadas parecem ser boas maneiras de melhorar a saúde e bem estar do animal, ao mesmo tempo em que se controla o peso dele.

Além disso, parece que uma dieta rica em ômega 3 também favorece a gestão da dor e desconforto na osteoartrite canina.

Outra possibilidade bastante acessível e indicada é o uso de condroprotetores. Suplementos que contenham condroitina e glucosamina parecem ter efeitos protetores excelentes, promovendo assim boas respostas em casos de osteoartrite canina.

Dá-se o ácido hialurônico por via oral e logo é absorvido pela via intestinal e, nesse caso, se deposita nas articulações. Portanto, a suplementação ajuda a melhorar em muito a qualidade de vida dos animais que tenham o problema.

A vitamina K também ajuda a diminuir bastante o desconforto, uma vez que previne a perda da massa óssea, minimizando as chances de fraturas e osteoartrite.

Conclusão

A osteoartrite canina é uma doença bastante comum na clínica veterinária, caracterizada pela degradação do tecido cartilaginoso das articulações.

Por mais que não exista cura, é possível melhorar algumas questões, minimizando assim os incômodos e melhorando a qualidade de vida do animal com osteoartrite canina.