O linfoma em cães é uma das doenças mais comuns nessa espécie e, é importante para os profissionais veterinários e tutores compreenderem as causas e outras questões.

Infelizmente, tanto a medicina humana quanto veterinária ainda tem muito o que descobrir em relação ao câncer e formas de tratamento.

Por isso, esta é uma doença extremamente importante e difícil de se estudar, considerando que existem mais de 30 tipos de linfomas descritos.

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Cachorro parado na beira do lago. Foto: Pixabay

Mas você sabe quais raças são mais predispostas ao linfoma em cães? Continue lendo este texto para descobrir esta e outras questões.

Tem como afirmar quais raças são mais predispostas ao linfoma em cães?

Antes de mais nada, é fundamental saber que o linfoma é um dos tipos de câncer mais comuns nos cachorros, sendo que ele corresponde a mais de 10% de todos os casos de câncer diagnosticados.

Sendo tão comum, é impossível dizer que alguma raça não vai desenvolver o problema. Ou seja, todos os cachorros estão sujeitos a sofrer dessa doença.

Mas existe um estudo alemão que tentou descobrir quais raças seriam mais predispostas ao linfoma, analisando informações sobre pacientes.

De acordo com as observações do grupo, realmente existe sim uma predisposição de algumas raças a desenvolverem a doença.

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Cachorro na grama. Foto: Pixabay

Para as análises, o grupo de estudos usou 411 cães portadores de linfoma maligno multicêntrico em levou em consideração questões como a raça, idade e sexo dos animais.

Havia ainda uma população de animais que foi usada como referência para as análises propostas.

Os dados mostraram que 298 (72,5%) dos 411 cães analisados no estudo pertenciam a 86 raças caninas diferentes e, que 113 (27,5%) eram cachorros com mais de uma raça.

Quando os pesquisadores compararam essa população com a de referência, chegou à conclusão de que Pitbull Terrier Americano, American Staffordshire Terrier, Briard, Bullmastiff, Setter Irlandês e Rottweiler tinham uma maior predisposição ao problema.

O estudo avaliou a influência do gênero também, mas não encontrou nenhuma taxa mais elevada em machos ou fêmeas.

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Cachorro se exercitando com sua tutora. Foto: Freepik

Paralelamente a isso, existem profissionais que incluem mais algumas raças nessa lista de animais predispostos ao linfoma em cães.

Ao que parece, raças como Golden Retrievers, Boxers, Bassets, São Bernardo, Terrier Escocês, Airedales e Buldogue, desenvolvem a doença com certa frequência.

Entenda o linfoma em cães

O linfoma em cães é uma doença de grande importância e, por isso, é fundamental compreender muito bem os detalhes sobre ela.

Antes de mais nada, você deve saber que existem pelo menos 30 tipos diferentes de linfomas já descritos.

Criança com cachorro

Cachorro no colo do seu dono. Foto: Pixabay

A maneira como a doença avança depende de uma série de fatores e, se percebe que enquanto em alguns animais ela caminha bem devagar, em outros ela provoca grandes problemas rapidamente, levando o cão à morte em pouco tempo.

Outra questão fundamental sobre essa doença é que ela pode se desenvolver em qualquer órgão do corpo.

Apesar disso, na maioria dos casos se inicia nos gânglios linfáticos e, depois se espalha para outros locais, como baço, fígado e medula óssea, por exemplo.

Na maioria dos casos recomenda-se que o animal passe por sessões de quimioterapia, que podem ser associadas a cirurgia e radioterapia.

Mas as formas de tratamento são bem diversas e dependem da conduta do profissional responsável pela saúde do cãozinho.

Quando o protocolo é eficaz, o animal pode responder muito bem ao tratamento, presenciando a regressão do problema, sem que haja efeitos colaterais graves.

Como é o linfoma canino?

Nariz de cachorro

Cachorro sério olhando para o alto. Foto: Pixabay

Basicamente, o linfoma em cães é bastante semelhante às formas da doença que são vistas nos seres humanos.

Inclusive, quando se examina os dois tipos em um microscópio, é praticamente impossível fazer a diferenciação. A resposta ao tratamento geralmente é bastante semelhante em ambos os casos também.

O que pouca gente sabe é que o termo “linfoma” é bastante inespecífico, de modo que ele se refere na verdade a um grupo de cânceres relacionados aos linfócitos.

Os linfócitos são células sanguíneas do grupo branco, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Ou seja, fazem parte do sistema imunológico.

Dessa maneira, mesmo que o linfoma possa surgir em qualquer parte do corpo, ele é bem mais comum em locais relacionados justamente ao sistema imunológico, como o baço, a medula óssea e os gânglios linfáticos.

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Cachorro como olho verde. Foto: Pixabay

Quando se observam populações caninas, o tipo mais comum de Linfoma em cães é o linfoma multicêntrico, em que o câncer se torna aparente nos gânglios linfáticos.

Mas existem outros tipos de linfomas que são bem comuns, como por exemplo, o cutâneo (linfoma de pele) e o linfoma mediastinal, que se manifesta nos órgãos do tórax, podendo acometer nódulos linfáticos e timo.

Quais são as causas do linfoma em cães?

Para se entender uma doença, é importante tentar encontrar as causas do problema e, dessa forma evitar que ele aconteça.

A grande questão é que no caso do linfoma em cães não existem causas bem determinadas, existindo uma série de possibilidades para o surgimento da doença.

Vírus, bactérias, exposição a substâncias químicas e fatores físicos, como campos magnéticos fortes, são algumas opções que os pesquisadores estão investigando.

No entanto, as verdadeiras causas do câncer ainda são bem enigmáticas. O que se sabe realmente é que a doença se manifesta pelo conjunto entre os fatores ambientais e genéticos que levam o indivíduo a adoecer.

Linfoma em cães

Cachorro posando para foto. Foto: Pixabay

Sendo assim, é difícil falar em prevenção. Mesmo assim, um estilo de vida saudável, alimentação completa e cruzamentos responsáveis apenas entre animais sadios são algumas coisas que ajudam a evitar o problema.

Como saber se o meu cão está com linfoma?

Inicialmente, o linfoma em cães pode ser bastante silencioso, sendo difícil perceber que a doença está presente.

O sinal mais comum no caso do linfoma multicêntrico, é a presença de linfonodos firmes, que apesar de bem aumentados não costumam provocar dores no cão.

Quando um linfonodo foi afetado pela doença, pode ser sentido como se fosse um caroço emborrachado, bem duro, localizado sob a pele do animal.

O mais comum é que esses gânglios linfáticos se manifestem na parte inferior da mandíbula ou na parte de trás do joelho (gânglios linfáticos poplíteos).

Nesse caso, a melhor maneira de descobrir se o cão tem a doença é realmente realizando a palpação do seu corpo.

Linfoma em cães

Cãozinho no colo de sua dona na cama. Foto: Freepik

Mas existem ainda outros sinais menos específicos, mas que o médico veterinário usa como referência para desconfiar de que o animal está com a doença, que são:

  • Perda ou diminuição do apetite;

  • Cansaço excessivo;

  • Emagrecimento;

  • Edema, ou inchaço, nas patas e na face;

  • Aumento da sede e da frequência de micção.

No caso do linfoma cutâneo, os sinais geralmente são um pouco diferentes, uma vez que nesse caso a manifestação se dá por meio de manchas secas, escamosas e avermelhadas na pele, que podem ou não ter secreção purulenta.

Conforme a doença evolui, a ferida começa a piorar, se tornando cada vez mais escamosa, úmida, espessada e avermelhada.

No caso do linfoma gastrointestinal, reações como vômito e diarreia são bastante comuns e, levam o animal a emagrecer bem rapidamente.

O linfoma mediastinal pode provocar uma grande dificuldade de respirar no animal, devido à grande pressão sobre as vias aéreas.

Diagnóstico do linfoma canino

cachorro pode comer ração de gato

Cachorro olhando de rabo de olho. Foto: Freepik

Sempre que você desconfiar de que o seu cãozinho possa estar com qualquer tipo de linfoma, deve leva-lo imediatamente a um médico veterinário.

Esta é uma doença progressiva, que em alguns casos evolui muito rapidamente. Desta forma, é fundamental que o diagnóstico seja precoce, evitando assim o agravamento e, aumentando em muito as chances de cura.

Quando o linfoma ainda está no início, o prognóstico é bom, de modo que com o manejo adequado, é possível eliminar o problema.

Sendo assim, um diagnóstico bem preciso é fundamental. E para isso, o profissional especializado costuma reunir detalhes do exame clinico e queixas, com exames de imagem.

Dependendo do caso e da desconfiança do profissional ele pode solicitar exames como radiografia torácica e abdominal, ultrassonografia e até mesmo uma ressonância.

Existem exames bioquímicos que também são muito importantes para o fechamento do diagnóstico, como é o caso do hemograma, dosagem do cálcio, perfil sérico, perfil hepático e análise detalhada da urina.

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Cachorro deitado no chão. Foto: Freepik

Juntos, esses exames ajudam não só a fechar um diagnóstico, como também indicam o quanto o organismo já foi comprometido pelo problema.

Por fim, quando o médico veterinário já tem um certo grau de desconfiança sobre o problema, podem solicitar exames de citologia e Histopatologia, que confirmam o diagnóstico.

Exames como a citologia aspirativa por agulha fina e a imunofenotipagem mostram detalhes sobre o tipo celular presente na área acometida.

Pode-se realizar também a biópsia de regiões acometidas e a imuno-histoquímica, que auxiliam na classificação da neoplasia.

É importante ter em mente que quanto mais detalhes se tiver sobre a doença e a sua extensão, mais fácil é encontrar o tratamento mais adequado, que seja realmente eficaz.

Nesse sentido, se pode usar também algumas técnicas moleculares específicas, que ajudam a aumentar o nível de exatidão do diagnóstico.

Por fim, existem ainda alguns recursos menos usados atualmente, mas que podem ser de grande ajuda na hora de realizar o diagnóstico, como é o caso da ecocardiografia, a tomografia axial computadorizada e a ressonância magnética nuclear.

Tratamento para o linfoma em cães

Linfoma em cães

Cachorro deitado na cama. Foto: Freepik

Depois de se definir o diagnóstico detalhado do linfoma em cães e a sua extensão, é necessário buscar por alternativas de tratamento que sejam compatíveis com o quadro.

A conduta terapêutica escolhida pelo médico veterinário deve levar em consideração questões como:

  • Estado de saúde do animal;

  • Idade;

  • Tipo de linfoma;

  • Extensão da doença;

  • Terapias disponíveis e acessíveis ao tutor.

Nem sempre é muito simples conseguir elaborar um plano de tratamento adequado, mas na maioria dos casos se utiliza a quimioterapia antineoplásica

De maneira geral, os linfomas respondem bem a esse tipo de tratamento, com exceção dos linfomas indolentes.

É preciso ter bastante cuidado com os animais que estejam seguindo este tipo de protocolo de tratamento, uma vez que as formulações que combatem o câncer também são extremamente agressivas ao parênquima hepático.

Linfoma em cães

Cão no colo de seus donos. Foto: Freepik

Os fármacos conhecidos como antineoplásticos são tóxicos para essas células. Por isso, os animais que fazem quimioterapia precisam ser acompanhados de perto, evitando maiores danos a esse órgão vital.

Hoje em dia, alguns dos quimioterápicos mais usados nesse tipo de tratamento são: doxorrubicina, L-asparaginase, vincristina, ciclofosfamida e prednisona ou prednisolona.

Em muitos casos o veterinário opta por fazer o que se chama de poliquimioterapia, uma vez que as células podem adquirir resistência aos medicamentos.

Utilizando-se mais de um ao mesmo tempo, é bem mais difícil que essa resistência se manifeste.

Entenda a poliquimioterapia

melhor amigo do homem

Cão brincando na grama. Foto: Freepik

Quando o veterinário chega a um diagnóstico de linfoma em cães, ele já sabe que está lidando com uma doença complicada, que às vezes se desenvolve rapidamente.

Dessa forma, para otimizar os resultados e evitar o desenvolvimento de resistência das células tumorais, pode-se lançar mão da poliquimioterapia. Nesse caso, o tratamento se divide em fases como:

  • Indução da remissão da doença;

  • Intensificação do tratamento se a resposta não for suficiente;

  • Fase de manutenção para evitar que a doença retorne;

  • Protocolo de emergência ou resgate caso o problema reapareça.

Em todas essas etapas podem ocorrer ajustes dependendo das características e da resposta de cada paciente ao tratamento.

Prognóstico do linfoma em cães

Linfoma em cães

Cadela no colo de sua tutora. Foto: Freepik

Quando se pensa em prognóstico do linfoma em cães, não se pode esquecer que essa é uma doença bem variada.

E cada um dos tipos de linfoma apresentam comportamento diferente, o que influencia diretamente na resposta ao tratamento.

Existem vários fatores que influenciam no prognóstico, entre os quais se pode citar: o estado de saúde geral, a imunidade do cão, raça, sexo e idade.

Quando o cachorro está em uma boa condição de saúde, existem boas chances de cura, apesar de esta taxa ainda ser muito baixa.

A média de sobrevida dos animais após o diagnóstico costuma ser de mais ou menos 12 a 16 meses.

Conclusão

O linfoma em cães é uma doença muito grave, que está relacionada a fatores ambientais e genéticos.

Por isso, existem raças que são mais propensas a apresentar o problema. De qualquer forma, a doença pode surgir em qualquer animal e, é fundamental que o tutor esteja bem atento a essa possibilidade.