Camila, proprietária do buldogue francês “Max” de cinco meses de idade, relata eventos gerando um desconforto enorme em razão dos comportamentos do mesmo ocorrendo somente quando deixado só.

Comportamentos na realidade próprios à maioria dos animais de estimação, animais convivendo em ambientes pobres em estímulos, com poucas interações com outros animais da mesma espécie e de qualquer espécie compatível, muito querido por tutores “corujas” ao extremo aceitando qualquer travessura e adulando o bichinho, com excesso de atenção e preocupações da parte da família. Camila declara:

Meu cachorro é muito manso, afável e tranquilo com a gente e com as nossas visitas.
Nunca avançou em ninguém, nem incomoda quando recebemos as pessoas, na rua não sai correndo, na verdade fica sempre pertinho de mim.
Onde for é um grude, fofo e alegre, dorme até com agente, só acorda para fazer o seu pipi no banheirinho dele.
Eu, o meu esposo e os nossos filhos o adoramos ele mudou as nossas vidas só veio acrescentar alegrias à nossa família, uma benção de deus!
Mas quando temos de sair e deixa-lo só…
Ele se transforma em outro cachorro, mais para “Diabo da Tasmânia”, seguinte os vizinhos não chore, passa horas “gritando”, uivando com rouquidão, latindo, quebrando e derrubando objetos. Quando chegamos é um cenário de guerra, tudo remexido, várias destruições, móveis e objetos roídos e espalhados, excrementos e urinas espalhados e o Max todo babado…

Na verdade o “Max” é um excelente filhote sim, muito amável e carinhoso!

Cachorro está triste e quieto

Cão fofo deitado no chão – Foto: Freepik

Mas, como desde novinho quando entrou na sua nova família adotiva, depois de ter sido afastado da mãe e dos irmãos, sempre ficou muito próximo da sua proprietária, todas as suas atividades divididas com a família e centradas ao redor dela, ele criou novas referências de dependência à mesma.

Estresses por ansiedade de separação

As influencias possíveis sobre o comportamento do Max são várias com consequências oscilando de graves a desastrosas como fixações limitativas, atrasos de maturação, autoconfiança baixa e insegurança crônica, estresses por ansiedade de separação quando deixado só e podem desencadear comportamentos de destruições, vocalizações excessivas, medos frequentes , comportamentos compulsivos obsessivos, agressividade defensiva e até problemas fisiológicos decorrentes.

Os estresses por ansiedade de separação é uma sensação excessiva de mal-estar que os nossos xodós sentem quando são separados das pessoas a quem são mais apegados, normalmente os membros da sua família de adoção, ou alguns deles.

Ela pode provocar problemas comportamentais na ausência dos proprietários e até na presencia, quando o animal fica quase que constantemente angustiado, com pouquíssimos momentos de relaxamento e descanso.

cão triste

Cachorro está triste – Foto: Freepik

A ansiedade atinge um nível tão alto que se torna crônica e o animal demostra preocupações e nervosismo mesmo do lado do(a) seu(ua) “deus(a) humano(a)” por antecipação da sua próxima saída.

A ansiedade de separação é parte importante dos problemas relacionados ao afastamento dos seres de referências, que podem ter diferentes origens como medo, pânico, apego excessivo aos donos e falta de estímulos, atividades ou interações adequadas.

Os cães são animais sociais, vivendo em matilha na natureza e com fortes ligações com os outros membros da mesma.

Esse modelo original se estende também as interações com os humanos constituindo a sua família adotiva e com isso a separação, mesmo que temporária, de figura(s) de apego pode gerar algum tipo de mal-estar.

Raças predispostas

Qualquer raça pode desenvolver ansiedade de separação, ela aparece em cães de raça definida ou mestiça com a mesma frequência, independentemente do sexo e mais da metade dos casos aparecem antes dos três anos de idade.

Existem casos de ansiedade relativa à idade nos cães idosos que se manifestam ainda mais frequentemente durante os períodos de separação.

O comportamentalista canino Olivier Soulier, um francês abrasileirado com mais de 30 anos de experiência e muita bagagem, abre para o público a realidade sobre condicionamento, com esclarecimentos que podem representar uma luz no fim do túnel para muitos tutores e seus cachorros.

Há 24 anos no mercado cearense, Olivier e sua equipa da EAOS oferecem adestramento, treinamentos especiais, hotel e creche para cães. Mais informações em www.eaos.com.br