Cachorro tem ansiedade por diversos fatores distintos, e em proporções que podem variar de caso a caso. De qualquer forma, o quadro pode ocasionar grande sofrimento ao pet, uma vez que afeta o seu bem-estar, seus hormônios e até a produção de neurotransmissores, de forma semelhante ao que acontece com humanos.

Mas como lidar com esse quadro? Quais são as medidas eficientes para proteger o cão do problema e dar a ele a possibilidade de ter uma vida mais leve e feliz? Veja todas as respostas em nosso guia de hoje!

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Cachorro tem ansiedade?

Sim, cachorro tem ansiedade e pode desenvolver todos os sintomas ansiosos que conhecemos. Isso porque eles também precisam de cuidados com a saúde mental e estímulos cognitivos que mantenham um equilíbrio tanto hormonal, quanto da produção de neurotransmissores. Quando este equilíbrio não acontece, inevitavelmente o pet pode desencadear quadros de ansiedade e depressão, por exemplo.

cachorro tem ansiedade

Cachorro receoso tentando se esconder. Foto: Freepik

Quais são os sintomas de ansiedade em cachorro?

Os sintomas aparecem no cachorro que tem ansiedade de uma maneira bem característica, e você poderá observar nos comportamentos mais corriqueiros do seu pet. Para isso, atente-se aos sinais que elencamos logo abaixo:

Cachorro tem ansiedade? Medo de barulhos

O cachorro que tem ansiedade pode demonstrar um grande receio e anseio diante de barulhos. O medo é excessivo, fazendo com que ele tente sempre se esconder em ambientes bem isolados, além de demonstrar até mesmo irritabilidade e agressividade diante de episódios “barulhentos”.

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Cachorro tem ansiedade? Comportamento agressivo

O comportamento agressivo também pode aparecer. Por conta da ansiedade, o cachorro pode ficar com as suas sensações e sentimentos à flor da pele, causando desequilíbrios em sua conduta. Assim, para tentar extravasar todo o “peso” interno, ele pode ser agressivo, pode começar a morder e latir excessivamente, etc.

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Cachorro demonstrando agressividade por conta da ansiedade. Foto: Freepik

Cachorro tem ansiedade? Salivação exagerada

A salivação exagerada também é uma forma que o cão encontra de “pôr pra fora” os seus excessos internos. Porém, o resultado não é o melhor. Além de não acalmar o pet, a salivação pode ainda provocar um efeito rebote de desconforto, além de que a baba no ambiente pode não ser agradável para o tutor.

Cachorro tem ansiedade? Movimentos estereotipados

Movimentos estereotipados também podem aparecer como uma maneira de descarregar energia. Por exemplo, lambidas excessivas, coceira exagerada, entre outros movimentos como correr atrás do rabo ou ficar com a língua para fora, como se estivesse constantemente cansado e acelerado.

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Cachorro tem ansiedade? Destruição de objetos

Outra maneira de descarregar toda a ansiedade é através da terrível destruição de objetos. O cachorro tem ansiedade e precisa fazer com que as sensações que estão a mil sejam externadas. Com isso, podem destruir chinelos, brinquedos, estofados, entre outros.

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Cachorro deitado demonstrando expressão de tédio. Foto: Freepik

Porém, cuidado com esse sinal! Às vezes o pet, na realidade, ainda não tem conhecimento acerca do certo e do errado, e pode acabar destruindo por “diversão”. Por isso, observe com atenção se há outros sintomas.

Cachorro tem ansiedade? Excessiva distração, com olhar fixo “distante”

O cachorro não consegue demonstrar certo foco. Ele passa momentos de distanciamento mesmo quando está até no colo do dono. Seu olhar distante demonstra que mesmo brincando com uma bolinha, ele se distrai com facilidade e perde o “fio da meada”. Tudo isso porque, dentro dele, há um turbilhão de coisas acontecendo, fazendo com que ele não consiga focar em coisas simples.

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Quando o cachorro fica tremendo pode ser ansiedade?

Sim! O cachorro que tem ansiedade pode também demonstrar isso através da tremedeira. Porém, este também pode ser um sinal de estresse, medo e até mesmo frio. Lembre-se que os sintomas do cachorro que tem ansiedade podem variar, e é preciso atenção e observação.

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Cachorro no cantinho do canil demonstrando medo. Foto: Freepik

O que pode causar a ansiedade em cães? Como prevenir?

O cachorro tem ansiedade por um acoplado multifatorial. Ou seja, não podemos apontar uma única causa e efeito, por ser uma questão relacionada com a saúde mental do pet. De qualquer forma, existem alguns sinais que podem ser mais visíveis, e precisamos de cuidados para prevenirmos o problema. Veja abaixo:

Falta de lazer e de atividades interessantes

Se o cachorro não tiver um acompanhamento de qualidade, que crie para ele uma rotina saudável e completa, ele poderá desenvolver a ansiedade canina. Portanto, a falta de lazer, onde o pet passa o dia inteiro sozinho sem grandes estímulos, e até mesmo a falta de brinquedos que proporcionem atividades interessantes, podem desencadear o problema.

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O cachorro passará a ter muito tempo ocioso, e isso poderá fazer com que ele passe a acumular muita energia dentro de si. Como consequência, a ansiedade pode aparecer como um forte efeito disso, pois o excesso de energia precisa ser extravasado de alguma forma.

  • O que fazer? Para prevenir a ansiedade canina, neste caso, é preciso que você crie uma rotina saudável para o seu pet. Além disso, procure sempre disponibilizar atividades interessantes, que sejam desafiadoras e cheias de diversão. O pet precisa do seu cognitivo e físico desenvolvido simultaneamente para ter uma vida mais saudável e feliz.
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Cachorro com olhar desatento e distante. Foto: Freepik

Pouco convívio ou convívio excessivo

Lembre-se sempre do ditado que aponta que qualquer excesso pode representar uma falta importante. Assim, o excesso de ansiedade canina pode estar denunciando uma falta de convívio de qualidade. O tutor pode passar muito tempo afastado do cão que, como consequência, passa o dia inteiro sozinho e sem estímulos cognitivos e amorosos.

Com isso, a ansiedade e até mesmo a depressão podem surgir como reflexo desse “abandono”. Do mesmo modo, o convívio em excesso também pode representar a falta de equilíbrio afetivo. Toda a humanização e inclusão do pet em absolutamente tudo pode ocasionar nele o que chamamos de ansiedade de separação.

Dessa maneira, sempre que o dono precisar sair ou passar um tempo fora, o pet irá sofrer de uma ansiedade absurda.

  • O que fazer? Neste caso, você deve se basear no equilíbrio. Lembre-se que um “grude excessivo” pode criar uma forte dependência emocional no pet. Da mesma maneira, um certo esfriamento da relação poderá desenvolver uma ansiedade de abandono, fazendo com que o pet sinta-se muito só e desamparado. Por isso, uma rotina equilibrada e que varie entre dar a liberdade ao cão e promover momentos de vínculo e diversão é muito importante. Experimente estipular a quantidade de tempo que passa com o pet e que ele passará sozinho.

Negligências e traumas

O pet que sofreu negligências antes de ter sido adotado por uma nova família também pode ter ansiedade. Assim, o cachorro tem ansiedade em decorrência de todos os traumas que viveu, sejam eles psicológicos, de fato, ou físicos. Dessa maneira, o pet estará sempre com certo receio de que algo volte a acontecer, ficando agitado, amedrontado e até mesmo perde o interesse por atividades como brincar e passear.

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Cachorrinho deitado e com um olhar de medo. Foto: Freepik

  • O que fazer? O processo de dessensibilização precisa ser acionado. Ou seja, é preciso fazer com que o pet seja exposto às situações “difíceis” de maneira gradativa, e sem exageros. Cada dia um pouquinho pode ser vencido. Um exemplo seria o medo de ficar em determinado ambiente da casa. Cada dia, leve-o alguns minutinhos e dê mimos para que ele perceba que não há perigos em permanecer ali. Siga a dessensibilização em diversos tipos de contextos.

O que fazer quando o cachorro tem ansiedade? O que dar para acalmar o cão?

O seu cachorro tem ansiedade? Os sintomas ficaram evidentes? Então antes de qualquer coisa, mantenha a calma. Você precisa ser um ponto de equilíbrio diante do seu pequeno amigo. E, para isso, precisa demonstrar o seu posicionamento de líder e garantir que ele se sinta seguro, amado e acolhido na sua presença. Ou seja, ele precisa confiar em você para seguir com o processo de tratamento.

Abaixo lhe daremos diversas dicas de como você pode agir diante do seu cachorro que tem ansiedade. Veja:

Passeios diários para gastar energia

Comece a criar uma rotina de passeios diários para gastar a energia do seu cachorro. É muito importante que ele pratique exercícios de forma regular, pois isso é imprescindível para a saúde mental e física do mesmo. Quanto mais energia (de maneira equilibrada, ok?) ele gastar, melhor ele irá descansar no fim do dia e menos agitação terá no decorrer da rotina.

Lembre-se que nós, seres humanos, passamos os nossos dias ocupados. Com isso, acabamos gastando energia em diversos contextos, desde assistindo, comendo, ouvindo música, lendo, trabalhando, enfim. Enquanto que o seu pet passa o dia mais ocioso e, por isso, pode ter um acúmulo de energia que precisa ser gasto de forma consistente, como através de bons passeios.

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Cachorro escondido embaixo da coberta demonstrando ansiedade e medo. Foto: Freepik

Cuidado com a humanização exagerada

Já mencionamos que o cachorro tem ansiedade, muitas vezes, por um excesso de convívio e humanização do mesmo. Afinal, todo o “grude” e atenção que ele pode receber é positivo até certo ponto, pois, quando passa dos limites, o cachorro pode sofrer com uma forte ansiedade de separação, quando acontecer de você não estar perto dele.

Por isso, sempre analise a situação de uma forma mais racional e menos emocional. É claro que é muito gostoso chamar o nosso pequeno amigo de filho e tratar como tal. Porém, tenha em mente que qualquer excesso de humanização pode desencadear sofrimentos para o seu melhor amigo, e sabemos que não é isso que você quer!

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Crie uma rotina para o seu cachorro

Uma rotina é sempre importante para a saúde mental não apenas dos pets, como dos humanos. E no caso do cachorro que tem ansiedade isso é ainda mais importante. Afinal, ele precisa reconhecer que o seu dia a dia possui uma certa organização, para que ele não fique tão ansioso ao simplesmente não saber “o que o espera” no decorrer da rotina.

Por isso, crie uma rotina que contemple brincadeiras, passeios, alimentação, sono, cuidados com a higiene e momentos em que o pet fique sozinho. Mantenha sempre a quantidade de atividades equilibradas, sem exagerar em nenhuma delas. Pois não adianta querer “cansar muito” o cachorro nos exercícios, não será isso que diminuirá a ansiedade, e essa atitude pode ainda promover estresse.

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Cachorro ansioso escondido debaixo da cama. Foto: Freepik

Procure minimizar os momentos de tédio

Procurar minimizar o tédio é outra medida importante. Afinal, o cachorro tem ansiedade muitas vezes por estar diante de uma rotina que não desenvolve, não há nada de interessante e ele simplesmente passa grande parte do tempo ocioso.

Vale lembrarmos que as caminhadas diárias não são tudo, e embora sejam imprescindíveis, elas são apenas uma parte dos cuidados essenciais com o pet. Ele precisa gastar energia não apenas física, mas também mental.

Para isso, brincadeiras e brinquedos cognitivos podem ser bem usados. O cachorro precisa de distrações nos períodos sozinho, para que não fique no tédio e ansioso. Por isso, deixar disponível diversos brinquedos pela casa é uma boa opção.

Determine a sua posição enquanto líder

O seu cachorro tem ansiedade, muitas vezes, por se sentir “desnorteado” e não perceber o seu posicionamento de líder. Por isso, tente demonstrar a ele que você é quem “manda”. Assim, ele perceberá que poderá contar com você para manter o dia a dia mais equilibrado e dentro de um contexto rotineiro.

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Logo, ele aprenderá a lhe obedecer e isso será muito importante para que ele saiba fazer o que deve ser feito em determinado momento. Por exemplo, se o seu cão não lhe tem como um líder, ele poderá ficar confuso quanto ao modo de agir diante de determinadas situações. Porém, se ele confiar em você enquanto líder, bastará uma ordem sua e ele saberá como se portar.

casinha

Cachorro triste deitado em sua caminha. Foto: Freepik

Reforce o comportamento calmo e equilibrado

Quando o seu cachorro estiver mais calmo e tranquilo, tente reforçar este tipo de comportamento. Você poderá, por exemplo, conversar com ele em um tom mais baixo, além de acariciar e demonstrar atenção e carinho nestes momentos.

Procure demonstrar o quanto o comportamento tranquilo pode ser muito mais positivo, e desenvolva isso em seu pet. Da mesma forma, quando ele estiver agitado, evite instigá-lo a ficar cada vez mais “elétrico”, mas sim, demonstre o quanto a calmaria é o caminho.

Um adestrador pode ajudar

Se o seu cachorro tem ansiedade e você já tentou de tudo, pode ser o momento de entrar em contato com um profissional. Um adestrador pode ser muito bem-vindo na hora de criar uma rotina equilibrada e saudável para o seu pet. Além de que ele poderá lhe auxiliar para momentos em que o cachorro demonstra energia exacerbada.

Por conta disso, você precisará contratar um profissional qualificado, de preferência antes de o quadro se agravar. Lembre-se que é um investimento na saúde do seu cachorro.

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Tutor abraçado

Tutor abraçado com seu cachorrinho triste. Foto: Freepik

Cuidado com a automedicação

Na internet você pode encontrar relatos de cachorro que tem ansiedade e donos que simplesmente manipularam medicações como fluoxetina. Mas, apesar de este medicamento ser sim utilizado em cachorros, é muito perigoso que você pratique a automedicação dessa forma, sozinho.

É importante que você reconheça que essa medicação pode trazer riscos ao pet, mesmo que não aconteça em curto prazo. Por isso, sempre sugerimos que ao invés de administrar algum medicamento, você procure um veterinário que possa lhe dar o suporte e a recomendação adequada.

Cuide do seu amigo!

O cachorro tem ansiedade e pode demonstrar isso de diversas formas. É seu dever observar mudanças de comportamento e sinais que denunciem o problema. Lembre-se que ele é o seu melhor amigo e precisa de você para manter o bem-estar e a saúde.

Além disso, mesmo que os sintomas não apareçam, as visitas regulares ao veterinário do pet também é importante para manter a saúde física e mental dele sempre em dia. Por isso, uma visita a cada 6 meses, pelo menos, é de suma importância.