O axolote, chamado também de axolotle, é um tipo de salamandra que permanece no seu estado larval mesmo depois de adulto.

Com isso, ele é considerado neotenico, uma vez que continua tendo suas brânquias externas mesmo depois de adulto.

A capacidade de regeneração do corpo desse animal é algo que chama muito a atenção dos cientistas. Por isso, essa espécie é muito comum em laboratórios.

Axolote americano. Foto Freepik

Principais curiosidades sobre o axolote

Chamado cientificamente de Ambystoma mexicanum, esse animal está ficando cada vez mais popular entre as pessoas que amam espécies aquáticas.

Esse é um animal diferenciado, que possui características peculiares e, por isso existem muitas curiosidades sobre ele.

Sendo assim, veja a seguir algumas das mais interessantes e descubra mais sobre essa espécie incrível.

1. Parece um peixe, mas é um anfíbio

Além “monstro aquático”, o axolote é também conhecido como “peixe que anda”. Por mais que isso impressione demais algumas pessoas, essa denominação não é correta.

Isso porque na verdade o axolote é um anfíbio, sendo parentes próximos das salamandras. Por isso, realmente se parecem com esses animais e conseguem andar.

Inclusive, em muitos locais esse bichinho simpático é chamado de salamandra axolotl.

2. Denominação em homenagem ao deus asteca

Provavelmente o axolote é um animal muito antigo, com milhares de anos de existência. Por isso, antes mesmo de os espanhóis chegarem ao México, a espécie já vivia no local.

De acordo com lendas locais, esse animal marinho seria a reencarnação do Deus asteca antigo de nome Xolotl, que era responsável pelo fogo e pela iluminação.

De acordo com essa cultura antiga, o deus Xolotl tem corpo humano e a cabeça de monstro. Essa característica torna esse deus bastante semelhante à espécie de salamandra aquática.

Ilustração de axolote em aquarela Vetor grátis

3. O Axolote é um animal neotênico

Por mais que a denominação seja um pouco diferente, isso é bastante simples de se compreender.

De acordo com a biologia, a neotenia é o nome dado ao fenômeno de permanecer com características larvais mesmo durante a idade adulta.

Ou seja, mesmo depois de o animal se tornar sexualmente ativo, ele ainda manterá algumas das características do estado larval.

Brânquias externas e barbatana caudal estão presentes nesses animais. Por isso, eles continuam habitando o ambiente aquático durante toda a vida, diferentemente das outras espécies de salamandras, que são terrestres após sofrerem metamorfose.

4. Animal amigo da ciência

As salamandras são os únicos animais vertebrados que conseguem regenerar partes do corpo. E isso vem chamando a atenção de cientistas há décadas.

Nos axolotes essa capacidade é ainda mais evidente, pois eles conseguem recuperar estruturas extensas sem sequer deixar cicatriz no local.

Além de regenerar membros, o animal é capaz de reconstruir toda a sua medula espinhal. E isso tem um enorme potencial dentro da pesquisa científica porque pode trazer avanços médicos impressionantes em relação à regeneração de tecidos e recuperação da função.

5. O axolote na arte

O axolote é, sem dúvidas um dos animais que mais despertam a curiosidade humana. Por isso, eles são vistos também no mundo artístico.

O pintor Diego Rivera incluiu imagens desses animais nos seus murais. Ademais, o poeta Octavio Paz fez dessa espécie um grande símbolo do México.

No ano de 1956, o escritor argentino Julio Cortazar também divulgou um dos seus contos, que foi inspirado justamente nos axolotes.

6. Criação em ambiente doméstico

Mesmo estando cada vez mais escassos na natureza, esses animais vem sendo cada vez mais criados em cativeiro.

Além de serem mantidos em laboratórios para estudos, esses animais vêm sendo cada vez mais criados em aquários por pessoas que apreciam a fauna aquática.

No Brasil não existem uma lei específica que regulamente isso, mas de qualquer maneira essa é uma única espécie de salamandra que se pode criar em casa.

Entretanto, é muito importante compreender que essa é uma espécie selvagem muito sensível que necessita de condições específicas para a sua sobrevivência.

Temperatura da água, pH, salubridade e a higiene do ambiente são alguns fatores aos quais é preciso ter muita atenção se você quiser criar um exemplar dessa espécie.

Além disso, não se recomenda criar um axolote junto com peixes porque ele pode acabar se alimentando do animal menor.

O que é o axolote?

O axolote é um anfíbio aquático, que tem um aspecto físico bastante peculiar e, por isso é conhecido como “monstro da água”.

Isso porque Axolotle é um nome asteca, que quer dizer exatamente “monstro aquático”. E de acordo com a mitologia local, o animal seria a evocação do deus Xolotl.

O primeiro fato interessante sobre esses animais é que eles vivem em ambientes escuros de água doce.

Além disso, possuem três pares de brânquias externas e alta capacidade de regeneração do corpo.

E o que caracteriza esse animal de verdade é o fato de que ele continua no estado larval pelo resto das suas vidas.

Mesmo passando a ter capacidade de se reproduzir e sendo considerado adulto, o animal continua em fase larval, um fenômeno conhecido cientificamente como neotenia.

Esses são animais que vivem naturalmente na região do México e, que possuem aproximadamente 25 centímetros de comprimento.

A alimentação deles é baseada em girinos, e alguns invertebrados, incluindo crustáceos, minhocas e insetos pequenos.

Com expectativa de vida aproximada de doze anos, o animal é capaz de se reproduzir após completar um ano de vida.

A reprodução acontece sempre em temperaturas mais baixas. Sendo assim, ocorre nos meses de inverno ou quando se diminui a temperatura da água de forma artificial em cativeiro.

A reprodução se dá quando o macho deposita o seu esperma em uma bolsa, que a fêmea recolhe por meio da sua cloaca. Ou seja, a fecundação é externa.

Mais ou menos um dia depois ela faz a desova e, mais ou menos duas semanas mais tarde as larvas eclodem dos ovos. Na ocasião do nascimento o axolote tem aproximadamente um centímetro de comprimento.

Capacidade de regeneração

A maior curiosidade sobre o axolote é que esse animal consegue fazer a regeneração do corpo, inclusive de regiões do sistema nervoso central.

Essa é uma capacidade impressionante, que não é vista no ser humano, por exemplo. Além de regenerar partes desse sistema, o animal também consegue reconstruir membros inteiros.

Por isso, muitos pesquisadores se ocupam de descobrir os mecanismos exatos pelos quais o animal consegue fazer isso.

Essa pode ser uma esperança para pessoas que passaram por amputação de membros ou que perderam grandes quantidades de tecido em regiões do corpo variadas.

Infelizmente, hoje em dia existe um número reduzido de exemplares em ambiente natural. Isso se deve a influências como comércio ilegal, alimentação e, também a perda de habitat desses animais.

Segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), esses animais estão atualmente em status de conservação criticamente em perigo.

Características do corpo

O axolote é um animal pequeno, que tem tamanho total do corpo entre 15 e 45 centímetros. No entanto, a média fica em torno de 23 centímetros e, encontrar um exemplar com mais do que 30 centímetros é algo considerado raro.

Esses são animais que possuem características típicas de salamandras em estado larval, como brânquias externas e barbatanas caudais que saem da cabeça e se prolongam até a extremidade da cauda.

Isso acontece principalmente porque os animais possuem uma glândula tireoide mais simples, que não libera o hormônio que é essencial para que a metamorfose ocorra.

Em experimentos bastante interessantes, quando se fornece um aporte de hormônio ao axolote, ele passa pela metamorfose normalmente, transformando-se em um adulto com características compatíveis com anfíbios terrestres.

Ou seja, ele desenvolve pulmão, patas e, também tem a cauda reabsorvida. Com essas mudanças, o animal fica bem parecido com a salamandra-tigre.

Como característica predominante do corpo, o axolote tem a cabeça grande, onde estão inseridos os seus olhos que não possuem pálpebras.

Machos e fêmeas são bastante parecidos, de modo que é mais fácil diferenciá-los no período reprodutivo, quando o macho fica com a cloaca mais arredondada e pronunciada.

Outra informação bem importante sobre esses organismos é que eles possuem o maior genoma que já foi sequenciado.

São aproximadamente 32 bilhões de pares de bases, sendo esse um número aproximadamente dez vezes maior em relação ao número de genes humanos.

Habitat do Axolote

Anfíbios comuns como sapos e rãs possuem uma fase larval aquática e, quando amadurecem passam a viver em ambiente terrestre, mantendo a dependência da água para reprodução.

No entanto, o Axolote permanece para sempre na fase larval, sem amadurecer e passar para a fase adulta.

Justamente por isso, ele continua vivendo sempre na água, jamais passando para ambiente terrestre.

Em ambiente natural, essa espécie vive em lagos da região da Cidade do México, especialmente os lagos de Xochimilco e Chignahuapan.

No entanto, hoje em dia é muito difícil encontrar animais em ambiente natural. E isso se deve principalmente à predação dos ovos pelas espécies que o homem introduziu no ambiente desses animais ao longo do tempo.

Além disso, esses animais são apreciados pela medicina e pela culinária da região, o que ajuda na diminuição drástica do número de indivíduos.

Evolução da espécie

Quando se fala em axolote, imagina-se que esse seja um animal primitivo. Isso porque até pouco tempo atrás se acreditava que os anfíbios que possuem brânquias são os mais antigos.

Entretanto, forma descobertos vários fósseis que indicaram que o aparato branquial desaparecia conforme o amadurecimento do animal.

Isso realmente ocorre no caso dos batráquios atuais (rãs, sapos e pererecas), mas essa ideia foi deixada de lado conforme os estudos a esse respeito evoluíram.

Sendo assim, não se considera o axolote como sendo um fóssil vivo, mas sim, uma espécie bem evoluída que apresenta características diferentes da maioria das demais que existem.

Capacidade de regeneração

O Axolote é um ser relativamente complexo e, por isso surpreende pesquisadores com a sua alta capacidade de regeneração.

O corpo desses animais é bem mais complexo em comparação com outros organismos que possuem essa capacidade, como é o caso das esponjas, planárias e estrelas-do-mar, por exemplo.

Utilizando um processo de diferenciação celular, esse animal consegue produzir membros inteiros, construindo assim nervos, vasos sanguíneos, musculatura e ossos, por exemplo.

Até mesmo regiões mais complexas e delicadas, como coração e cérebro conseguem se regenerar nesses animais.

Essa é uma propriedade muito estudada em laboratório, visto que pode ter contribuições importantes para a medicina humana e animal.

O Axolote está ou não em extinção?

De acordo com pesquisas científicas e estudiosos que acompanham a espécie, ela está cada vez mais próxima de se extinguir.

Essa informação inclusive foi publicada em uma edição da revista científica Nature do final de 2017.

De acordo com pesquisas, em 1998 havia aproximadamente 6000 exemplares de axolotes a cada quilômetro na área conhecida como Xochimilco, no México.

Apenas dois anos depois esse número passou a ser de aproximadamente mil exemplares a cada quilômetro.

E dez anos mais tarde, essa estatística se tornou muito mais preocupante, pois os pesquisadores identificaram apenas 100 axolotes a cada quilômetro quadrado.

Hoje em dia, estima-se que existam por volta de 30 exemplares em uma área de um quilômetro quadrado em média.

Apesar disso, pode-se dizer que a conservação do axolote é um grande paradoxo, visto que artificialmente ele está distribuído ao redor de todo o mundo.

Tanto laboratórios quanto lojas de animais de estimação estão repletos de animais dessa espécie, enquanto que na natureza eles correm risco real de extinção.

Hoje em dia existe um problema ainda maior relacionado a isso que é a baixa diversidade genética dos exemplares, que leva a uma propensão bem maior a doenças, reduzindo ainda mais a distribuição das populações.

Conclusão

O axolote é um anfíbio marinho com características peculiares que atrai a atenção de pesquisadores e, também de pessoas que se interessam pela fauna marinha.

Infelizmente esses animais correm risco de extinção e estão cada vez mais escassos em ambiente natural.

Apesar disso, essa é uma espécie liberada para criação em aquários. Mas nesse caso é preciso ter cuidados específicos em relação ao animal, visto que ele é bastante sensível e pode acabar morrendo se as condições não forem compatíveis com o seu estilo de vida.