Para quem gosta de ter um cãozinho como pet, ir para o Irã não é uma boa ideia. Isso porque um importante clérigo iraniano decretou que cachorros são “impuros” e não devem ser mantidos como animais de estimação. A declaração faz parte de um movimento que visa desencorajar a posse de cães no Estado islâmico, segundo o site Calgary Herald.

Na tradição islâmica, os cães são considerados impuros, mas, apesar de relativamente raros por lá, algumas pessoas os criam normalmente. Ao emitir um fatwa (decreto religioso), o aiatolá Naser Makarem Shirazi enviou uma clara mensagem de que essa tendência deve parar.

“A amizade com cachorros é uma imitação cega do Ocidente. Há muitas pessoas no Ocidente que amam seus cães mais do que suas esposas e filhos”, disse Shirazi ao periódico local Javan Daily.

Na lei islâmica, cães de guarda e pastores até são aceitos, mas os iranianos que levam seus cachorros para passear em parques públicos, ou os carregam em seus carros, podem acabar multados pela polícia.

O Alcorão não proíbe o contato com cachorros, disse o aiatolá, mas a tradição islâmica quer mostrar o contrário. “Temos muitos relatos de que no Islã os cães são impuros”, contra-atacou Shirazi.

Cachorros são impuros no Irã?

Adorable pomeranian spitz dog with a red bow having fun and running on the beach

An adorable pomeranian spitz dog with a red bow having fun and running on the beach

O fato é que as ideias islâmicas sobre cães às vezes são confusas e contraditórias. A maioria dos juristas muçulmanos sunitas e xiitas considera os cães ritualmente impuros, mas essas crenças não são unânimes.

No entanto, todas essas opiniões não são baseadas no próprio Alcorão, mas em hadiths, que são comentários, análises e interpretações do Alcorão. São esses hadiths que sugerem que tocar em um cachorro deve ser impuro e requer um ato de purificação.

Quanto a ideia dos cachorros são impuros no Irã, se olharmos diretamente para o próprio Alcorão, veremos que os cães são mencionados cinco vezes e nunca são descritos como impuros.