O cachorro Pep foi um Labrador Retriever que pertenceu ao governador da Pensilvânia, Gifford Pinchot. Assim como costumam ser os animais de sua raça, Pep era divertido e carinhoso, mas não era conhecido por ser bem educado e gostava mesmo de mastigar e destruir móveis.

Uma decisão tomada por seu tutor, que criava outros cães da raça, acabou destruindo a reputação de Pep e atingiu todos os Labradores. Porém, anos depois tudo foi esclarecido e todos puderam ver que, na verdade, Pep foi uma grande ajuda e fonte de motivação para muitos presos.

Para ser enviado para a penitenciária, cão foi falsamente acusado de matar um gato. (Foto: Reprodução / Dog World)

Como governador da Pensilvânia, Gifford Pinchot achava que os presos poderiam passar por uma ressocialização e se recuperar de alguma forma sem que todos eles precisassem ser encaminhados para o isolamento ou ter que passar o resto da vida presos.

Conhecendo bem seu cão Pep e sabendo como o animal era amável e divertido, Pinchot achou que seria uma boa ideia enviar o cachorro para a penitenciária estadual do leste da Filadélfia, como forma de ajudar a todos que estivessem presos ali. O fato aconteceu na década de 1920.

Porém, o governador não quis que a população e nem as mídias soubessem da verdade e assim surgiu a “história” de que o cão tinha sido condenado à prisão perpétua por matar o gato de sua esposa.

A história se espalhou rápido e o pobre e inocente cãozinho foi julgado por todos, dando, inclusive, uma péssima reputação para todos os Labradores.

Pep vivia caminhando livremente por toda a penitenciária. (Foto: Reprodução / Dog World / Alamy)

Na prisão, Pep não ficou confinado em uma cela. Ele tinha a liberdade de caminhar por toda a penitenciária. E parece que Gifford Pinchot conhecia profundamente o cão, pois Pep conseguiu animar a todos na prisão pelos dez anos que viveu por lá.

Em 1926, a esposa de Pinchot contou toda a verdade sobre a ida do cão para a penitenciária e um artigo publicado pelo New York Times ajudou a limpar a imagem de Pep, e de todos os cachorros de sua raça.

Finalmente, todos puderam saber que, na verdade, o cãozinho passou o resto de sua vida ajudando a levantar o espírito e a mente dos presos e de todos que trabalhavam na penitenciária, que fechou em 1971.

Apesar de ter sido julgado por todos no começo, o cãozinho Pep deixou um legado e inspirou melhorias em diversas penitenciárias dos Estados Unidos.

A história do cão inspirou vários programas de reabilitação de presos com cachorros. (Foto: Reprodução / Dog World / Alamy)

Atualmente, muitos presidiários têm acesso a programas de ressocialização e reabilitação com cachorros. Com os animais, os presos aprendem sobre compaixão, aprimoram habilidades e ganham privilégios ou salários.

Esses programas também trazem benefícios para os cães, pois a maioria deles seria sacrificada se não fossem aceitos nesse tipo de programa de reabilitação.

Além disso, uma pesquisa publicada no Journal of Family Social Work, mostrou que presos em duas prisões do Kansas apresentaram altos benefícios emocionais e comportamentais depois que começaram a conviver com cães na prisão.

Fonte: Dog World