Picada de carrapato: perigos, cuidados e como prevenir

Um dos problemas mais comuns entre os animais domésticos é com os parasitas. Vamos falar sobre a picada de carrapato. 

É normal encontrar pelo menos uma vez algum carrapato no pet, mas quando é frequente achar esses parasitas fixados ao corpo do animal pode ser que esteja acontecendo uma infestação de parasitas.  

Mesmo pequeno, o carrapato pode causar grandes problemas com sua picada, sendo um perigo tanto para o animal como para o humano, sendo um transmissor de doenças, que sem o devido cuidado podem evoluir para um problema mais grave e até ser fatal.  

Cãozinho com coceira por conta dos carrapatos – Foto: Freepik

O que são carrapatos? 

Esses pequenos aracnídeos são ectoparasitas, um tipo de parasita que se instala sobre a pele do hospedeiro para se alimentar do seu sangue.

Assim, esses ectoparasitas são transmissores de doenças, podendo prejudicar a saúde do pet e também do ser humano. Os carrapatos possuem uma rápida reprodução, tendo um ciclo de 21 dias, onde cada fêmea põe 3000 ovos.

Entre seu desenvolvimento de uma larva até sua fase adulta, o carrapato usa mais de um hospedeiro, o que faz com que aumente a chance de transições de doenças entre os hospedeiros. 

Removendo carrapato do cachorro – Foto: Freepik

Então diferente das pulgas, os carrapatos são maiores e mais lentos podendo ser facilmente encontrados no animal. Ao todo são mais de 800 tipos de carrapatos, sendo que dois desses tipos o que afetam os animais domésticos com a picada de carrapato.

• Carrapato Estrela – Amblyomma cajennense também conhecido como carrapato de cavalo. É um carrapato normalmente encontrado em locais rurais, com maior presença de vegetação. Além disso, ele costuma ficar sobre folhas esperando por um novo hospedeiro, sendo que ao encontrá-lo, ele se fixa na pele. Esse tipo de carrapato pode transmitir doença de Lyme e febre maculosa. 
• Carrapato marrom do cão – Rhipicephalus sanguineus é o carrapato mais comum em cães. Mas esse carrapato é encontrado em áreas urbanas, preferindo habitar locais onde cachorros e gatos vivem. Esse carrapato pode transmitir doenças como babesiose, erliquiose e anaplasmose. 

Doenças transmitidas pela picada de carrapato

Os carrapatos são perigosos e transmissores de várias doenças, sendo algumas até fatais. Assim, quando pica um animal, o carrapato pode estar infectado com alguma bactéria ou protozoários que são transmitidos pela saliva, invadindo a corrente sanguínea do hospedeiro.

Procurando carrapato no cachorro – Foto: Freepik

Mas uma dessas doenças transmitidas pela picada de carrapato é a babesiose, uma infecção causada por um protozoário. É uma doença que atinge qualquer cão, independentemente de sua raça.

A babesiose é uma doença séria e que pode levar à morte do animal. A doença, que também é conhecida como “doença de carrapato”, ocorre quando a saliva do carrapato infectado entra em contato com a corrente sanguínea do hospedeiro.

Assim ocorre a destruição dos glóbulos vermelhos, causando uma grave anemia no cão. Os principais sintomas da babesiose são febre, mucosas amareladas, perda de apetite, palidez, depressão, fraqueza e urina escura.  

Já em gatos, a babesiose é pouco relatada, sendo poucos casos já descritos. A doença também é transmitida pelo carrapato, mas o vetor ainda não foi identificado. Na maioria dos casos, a babesiose é uma doença crônica nos gatos, apresentando sintomas como anorexia, letargia e fraqueza. 

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Doenças transmitidas pelo carrapto

Removendo carrapato do cachorro – Foto: Freepik

Além da babesiose, outras doenças também são transmitidas pelo carrapato e precisam de atenção. Entre elas estão: 

• Erliquiose  – Também pode ser conhecida como “doença do carrapato”, mas diferente da babesiose, a erliquiose é causada por carrapatos infectados com uma bactéria do gênero ehrlichia. A doença causa uma destruição dos glóbulos vermelhos, prejudicando o sistema imunológico e o processo de cicatrização do animal. A erliquiose é uma doença séria, que sem um tratamento adequado pode ser fatal. A doença apresenta sintomas como apatia, anorexia, emagrecimento, manchas avermelhadas na pele, mucosas pálidas e hemorragia.  
• Anaplasmose – A doença é causada por uma bactéria do gênero anaplasma, sendo transmitido por um carrapato infectado. O animal pode ser assintomático tendo casos em que a doença é crônica. Os sintomas são vômitos, dor articular, febre, diarreia, convulsões, diminuição do número de plaquetas, edemas e petéquias (pequenas manchas causadas por hemorragia).  
• Lyme – Também conhecida como borreliose, essa doença é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi sendo transmitida pelo carrapato. Os sintomas podem aparecer em dois a cinco meses depois da picada. O pet pode apresentar sintomas como febre, vômitos, inchaço dos linfonodos, anorexia, perda de peso e aborto em cadelas prenhes. A doença também pode ser transmitida de cadela prenhe para o feto. Cães Retrievers podem desenvolver insuficiência renal aguda. 

Ao notar a presença de carrapatos no animal deve-se agir de forma rápida para livrar o pet dos parasitas.

Carrapato no pelo do cachorro – Foto: Freepik

É importante uma consulta com o veterinário para fazer exames e saber se o animal foi infectado com alguma doença, assim iniciando um tratamento precoce que pode ser fundamental para uma recuperação plena do animal.

Em alguns casos o pet pode ser infectado com mais de uma doença. Se nenhum carrapato foi encontrado no animal, mas ele está apresentando algum desses sintomas, procure um profissional para fazer um diagnóstico. 

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Picada de carrapato: um perigo aos humanos 

O carrapato é um parasita perigoso para o pet e sua presença também representa um risco para os humanos. Da mesma forma que a picada do carrapato transmite doenças para animais, os humanos também podem ser infectados.

Essas doenças podem se desenvolver para um quadro mais grave e até levar ao óbito. É importante ressaltar que essas doenças não são transmitidas pelo pet e sim pela picada de carrapato infectado.  

Carrapato amarelo – Foto: Pixabay

• Lyme – Como nos animais, a doença é transmitida por um carrapato infectado com a bactéria. Os sintomas começam a aparecer entre 3 a 30 dias depois da picada. Mas durante o primeiro mês, uma pessoa infectada pode apresentar uma erupção avermelhada, que aumenta com o tempo, cansaço, dor de cabeça, fadiga, dores no corpo e calafrios. Assim, sem ser tratado, a doença pode evoluir causando dormência, paralisia de Bell (paralisia temporária de um lado do rosto), meningite, artrite e problemas do coração. 
• Febre Maculosa – A febre maculosa é transmitida por um carrapato infectado, que deve ficar ao menos 4 horas fixas no corpo do hospedeiro. Assim, uma pessoa infectada pode apresentar febre acima de 39°C, náuseas, vômitos, diarreia, dor de cabeça intensa, paralisia dos membros e pequenas manchas avermelhadas. 

Durante sua vida, o carrapato encontra um hospedeiro, depois de um tempo se desprende e procura outro. Então nesse ciclo o carrapato pode usar um humano como hospedeiro.

Além disso, os carrapatos podem ser levados para por algum animal de estimação e se alojar em algum lugar da casa até encontrar seu novo hospedeiro. Os carrapatos costumam se fixar nas axilas, couro cabeludo e na virilha. 

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Formas de eliminar os carrapatos 

Carrapato – Foto: Pixabay

Os carrapatos representam um grande perigo para o animal e para todos que convivem com ele. Ao encontrar algum desses parasitas fixados ao pet é preciso iniciar um processo de cuidados para preservar a saúde de todos.  

1. Remover com pinça – Se o animal está com carrapatos, a primeira coisa a fazer é remover todos os parasitas que encontrar com auxílio de uma pinça. Mas use produtos antiparasita como shampoo e sabonete para eliminar qualquer outro carrapato que tenha ficado no animal. Em casos mais graves é preciso iniciar um tratamento com orientação do veterinário. 
2. A casa precisa ser desparasitada. É muito provável que ao encontrar carrapatos no animal, o ambiente também esteja infestado com o parasita. É preciso fazer uma limpeza completa para evitar que os carrapatos reapareçam no animal. Comece aspirando todos os ambientes da casa, não deixe nenhuma parte sem ser limpo, principalmente lugares escuros e úmidos.
3. Os estofados devem ser todos limpos, são lugares que o carrapato gosta de esconder. Assim, depois de aspirado, o ambiente deve ser dedetizado seguindo orientação de um profissional. Em casos de infestação, essa limpeza deve ser repetida entre 7 a 15 dias. 
4. Limpe o quintal – Depois de fazer a limpeza interna, muitas pessoas podem acabar não limpando a parte externa. O quintal não deve ser esquecido, já que é um lugar onde os carrapatos podem ficar escondidos e acabar infestando novamente o pet.   

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Prevenindo a picada de carrapato

Carrapato na folha – Foto: Pixabay

Esses parasitas causam grandes problemas e a melhor forma de combatê-lo é com a prevenção. Com esses cuidados tanto o animal como toda a família ficam mais protegidos, por isso não deixe de tirar um tempo para fazer esses simples cuidados.  

• Evite que seu pet tenha contato com lugares que possam abrigar os carrapatos, lugares com grande vegetação, onde é comum que o carrapato se aloje ao aguardo de um novo hospedeiro. Mas sempre procure pet shop e hotel com procedência, como é um lugar que recebe muitos outros pets pode acabar sendo um local de abrigo para os carrapatos. 
• Sempre inspecione seu animal, principalmente quando estiver voltando de um passeio. Assim, se um carrapato estiver alojado sobre o pet, ele será removido sem ter tempo de transmitir alguma doença ou de se multiplicar. 
• Cuide da higiene, mantendo o animal limpo, procure produtos com efeito antiparasitário para uma maior proteção.  
• Com orientação profissional, procure qual o melhor produto de prevenção para usar no pet. O mercado oferece uma grande quantidade de produtos que atuam na prevenção dos carrapatos, sendo encontrados em forma de spray, coleiras, talco, spot-ons e comprimidos.  
• Mantenha o ambiente limpo, procure fazer aquela limpeza com aspirador e dedetização pelo menos uma vez a cada seis meses.