O Dragão de Komodo é uma espécie de lagarto de grande porte que vive em algumas ilhas da Indonésia, inclusive Komodo.

Essa é a maior espécie de lagarto que habita o planeta nos dias atuais e, os maiores exemplares podem ultrapassar os 160 quilos.

Isso acontece provavelmente porque esse animal não tem outros animais carnívoros que preencham o seu nicho nos locais onde ele vive.

O baixo metabolismo também contribui para o gigantismo e, esses animais dominam o ecossistema juntamente com bactérias simbiontes.

Esses são animais com alimentação bem variada, que podem predar aves e mamíferos, além de se alimentarem de restos de animais mortos.

Dragão de komodo

Dragão de komodo. Fonte: Freepik

Os animais mais jovens se protegem de predadores no alto das árvores. E somente depois de um período que varia de dois a cinco anos que esses animais estão completamente prontos para a reprodução.

Nessa espécie, a expectativa de vida pode chegar aos cinquenta anos e, em algumas situações as fêmeas se reproduzem na ausência dos machos, por partenogênese.

Quer saber mais sobre o Dragão de Komodo? Continue lendo esse post que está repleto de informações interessantes.

1. História do Dragão de Komodo

Apesar de ser um animal bastante antigo, o Dragão de Komodo foi descoberto apenas em 1910, quando houve um relato sobre um suposto crocodilo terrestre.

O Tenente Van Steyn Van Hensbroek da administração colonial holandesa foi o primeiro a ser informado sobre isso.

Dragão de Komodo na terra. Fonte: Freepik

Mas foi apenas em 1912 que a existência do animal chegou ao conhecimento de todos, quando Peter Ouwens, diretor geral do Museu Zoológico em Bogor, Java, publicou um artigo científico sobre esse tema, depois de receber uma pele do tenente.

Mais tarde, no ano de 1926, W. Douglas Burden fez uma expedição com o intuito de descobrir mais sobre esse espécime.

O explorador retornou da sua expedição com 12 espécimes preservados e dois vivos. E foi justamente essa viagem que inspirou o filme King Kong alguns anos mais tarde.

Burden também foi o homem que batizou o animal com o nome Dragão de Komodo e, três dos espécimes capturados por ele foram preservados e se encontram ainda hoje no American Museum of Natural History.

2. Preservação da espécie

Dragão de Komodo

Dragão de Komodo na areia. Fonte: Freepik

Atualmente o Dragão de Komodo é considerado um animal em perigo de extinção e, já integra a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), visto que estima-se a existência de apenas de 4 a 5 mil exemplares em ambiente natural.

A distribuição é bastante restrita e, há uma preocupação em relação ao número de fêmeas, que parece ser muito baixo.

Há estudos que sugerem a existência de apenas trezentas fêmeas em idade reprodutiva, aproximadamente.

Como tentativa de proteger a espécie, em 1980 ocorreu a fundação do Parque Nacional de Komodo.

Pouco tempo depois, Flores também recebeu as reservas Wae Wuul e Wolo Tado, com o intuito de contribuir com a conservação da espécie.

Nesses locais, inclusive, costuma-se dizer que esses animais estão acostumados com a presença dos humanos porque recebem carcaças de alimentos deles.

No que diz respeito à extinção dessa espécie, isso não se deve apenas à influência humana. Terremotos, incêndios, redução do numero de presas e atividade vulcânica também são fatores que contribuem para isso.

Atualmente, segundo regulamentação da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, a caça e a comercialização de peles e animais não é permitida.

Desde setembro de 2021 a UICN considera o Dragão de Komodo como uma espécie em risco de extinção.

E isso tem tendência de piorar muito mais devido ao aquecimento global e a subida do nível do mar, que deve provocar a redução de mais ou menos 30% do habitat dessa espécie nas próximas cinco décadas.

3. Animais em cativeiro

Dragão de Komodo na praia. Fonte: Freepik

Já há muitos anos que existem alguns exemplares de Dragão de Komodo vivendo em cativeiro e, esses animais são atrações que chamam muito a atenção nos zoológicos.

Isso se deve sobretudo ao tamanho e, também às histórias que se conhece sobre essa espécie tão ameaçadora.

Entretanto, manter esses animais no zoológico é um grande desafio porque eles são suscetíveis a infecções e parasitoses.

Ademais, quando capturados do seu ambiente natural, esses animais costumam ter problema para se reproduzir.

Em 1934 o primeiro animal da espécie foi exibido no Smithsonian National Zoological Park, mas ele viveu por apenas dois anos no seu cativeiro.

Com o tempo, a manutenção de animais da espécie em cativeiro continuou sendo um desafio, mas com o tempo foram realizados alguns estudos que mostravam como fazer a gestão mais eficiente para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.

Conforme esses estudos avançaram, os pesquisadores descobriram muitas outras coisas interessantes sobre a espécie.

Dragão de Komodo babando. Fonte: Freepik

Ao que parece o Dragão de Komodo consegue tolerar a presença dos humanos e, inclusive, pode até interagir de certa forma com eles, até mesmo por meio de brincadeiras, como ocorre com alguns mamíferos.

Entretanto, mesmo os animais que aparentar ser dóceis podem demonstrar agressividade repentina, sobretudo para defender o seu território.

Existem relatos de ataques a pessoas que entram no território do réptil ou, que entram nos seus recintos em zoológicos.

4. Dragão de Komodo pode ser perigoso

Antes de mais nada, é fundamental deixar bem claro que o Dragão de Komodo é um animal selvagem e, assim como tal tende a defender o seu território e atacar quando se sente ameaçado.

De forma alguma isso significa que essa seja uma espécie má de alguma forma. Ela é apenas predadora e desenvolveu estratégias para sobrevivência que incluem o ataque.

Dragão de Komodo olhando para cima. Fonte: Freepik

O ataque a pessoas é raro, mas existem vários relatos, inclusive de ataques que levaram à morte dos indivíduos.

Segundo informações do Parque Nacional de Komodo, ao longo de 38 anos, aconteceram 24 ataques a humanos.

Entre todos eles, cinco vítimas acabaram morrendo em decorrência dos ferimentos. A maior parte das pessoas atacadas são pessoas de aldeias próximas a esse parque.

Um dos ataques mais famosos foi o de Phil Bronstein, um jornalista investigativo e ex-marido da atriz Sharon Stone, que ocorreu no ano de 2001 no Zoológico de Los Angeles.

De qualquer forma, esses animais não atacam se as pessoas não invadirem o seu território.

5. Aparência física do Dragão de Komodo

À primeira vista o Dragão de Komodo se assemelha a um dinossauro, com o seu corpo robusto que chega a até 3 metros de comprimento.

Forte e ameaçador, esse animal costuma pesar em torno de 70 quilos quando vive em ambiente natural. Mas exemplares de cativeiro costumam pesar mais por se alimentarem com mais frequência.

Nesse caso, os repteis alcançam facilmente os 160 quilos de peso.

Dragão de Komodo grande. Fonte: Freepik

Segundo informações existentes no Livros dos Recordes, o maior exemplar já registrado no mundo foi um macho adulto que tinha 3,13 metros de comprimento e pesava nada menos que 166 quilos.

Com pele grossa, em tonalidade entre cinza e marrom, esse animal é um grande predador que possui uma dieta baseada em animais como javalis, veados, búfalos, cavalo, macacos, insetos e, também animais mais jovens da mesma espécie.

É comum ver esses répteis se alimentando de carcaças de animais mortos. O faro deles pode encontrar a carniça a quilômetros de distância.

O ataque se dá geralmente com a derrubada da presa pelo Dragão de Komodo com o auxílio da cauda.

Com a vitima no chão, o réptil começa a cortá-la usando a mandíbula e também as garras afiadas para dar suporte.

A boca do Dragão de Komodo é muito conhecida por abrigar bactérias letais e, por isso, mesmo que a presa escape do ataque, acaba morrendo de infecções nos ferimentos.

Inclusive, no caso de presas muito grandes, o réptil costuma fazer um ataque no qual ele morde a vítima apenas uma vez.

Então, ele aguarda pacientemente que o animal morra de infecção para poder fazer a sua refeição.

6. Reprodução e expectativa de vida

O Dragão de Komodo é uma espécie ovípara e, as fêmeas podem botar entre quinze e trinta ovos. Isso geralmente ocorre no final da estação chuvosa.

Esses ovos demoram de seis até oito meses para eclodirem e os filhotinhos nascem com corpos entre 20 e 25 centímetros de comprimento.

Quando conseguem superar as adversidades do local onde vivem, esses animais conseguem viver até cinquenta anos.

O acasalamento geralmente ocorre entre os meses de maio e agosto e, nesse período os machos lutam pelas fêmeas.

O vencedor do combate mostra a sua língua para a fêmea para obter mais informações sobre a receptividade dela ao acasalamento.

Existem diversos tipos de rituais de acasalamento descritos para essa espécie e, inclusive os casais podem praticar a monogamia, o que é raro em repteis.

Partenogénese

Ao que parece, fêmeas de Dragão de Komodo são capazes de se reproduzir por partenogênese. Ou seja, sem a necessidade de acasalar com um macho.

Estudiosos levantaram essa hipótese depois que uma fêmea do Zoológico de Londres colocou dois ovos depois de passar mais de dois anos sem nenhum macho por perto.

Inicialmente pensou-se que ela poderia ter armazenado esperma dos seus contatos anteriores, um fenômeno conhecido em algumas espécies.

No entanto, em 2006 uma fêmea do Zoológico de Chester, na Inglaterra foi mais um caso desse tipo.

Na ocasião ela botou onze ovos, dos quais sete eclodiram, dando origem a exemplares de Dragões de Komodo machos.

Então, os cientistas fizeram testes genéticos nos animais, determinando assim que eles realmente foram gerados por partenogênese.

7. Sentidos

Nos Dragões de Komodo, as narinas não são tão úteis, visto que esses animais não possuem um diafragma.

Eles possuem apenas algumas papilas gustativas presentes na região traseira da garganta que servem para detectar odores e sabores do ambiente.

Em contrapartida, as suas escamas são muito fortes e, algumas delas possuem reforço de ossos.

Mas o mais importante é que essas contam com placas sensoriais que se ligam a enervações e que proporcionam a habilidade excelente do tato.

Algumas escamas específicas, como as das orelhas, lábios, queixos e patas possuem ainda mais placas sensoriais, sendo regiões que recebem muitos estímulos.

Apesar de ter o canal auditivo bem visível, o Dragão de Komodo não ouve muito bem, sendo capaz de detectar apenas sons que estejam entre 400 e os 2000 hertz.

A visão provavelmente é boa durante o dia, sendo o animal capaz de enxergar até distâncias de 300 metros.

Provavelmente o animal não tem boa visão noturna, mas de dia consegue discriminar cores. Apesar disso, é provável que os a discriminação de objetos seja deficiente.

8. Ecologia do Dragão de Komodo

O Dragão de Komodo é um animal especialmente adaptado a regiões secas e muito quentes, onde haja predominância de pastos abertos e savana.

O animal é ectotérmico, ou pecilotérmico e, costuma se manter mais ativo durante o dia. Isso porque dependem de fontes externas de calor para se manterem aquecidos.

Apesar disso, durante o dia o animal costuma desempenhar um pouco de atividade.

No que diz respeito ao comportamento social, a maioria dos animais vive sozinha, tendo comportamento de grupo apenas durante o acasalamento e alimentação.

Em relação às habilidades corporais, esses animais conseguem dar rápidos disparos em algumas situações, além de mergulharem e subirem em árvores.

Apesar disso, na maior parte das vezes, são os animais menores que sobem em árvores usando as garras afiadas. Durante a idade adulta, os animais passam a usar as garras para lutar com outros animais.

Como forma de abrigo esses repteis cavam grandes buracos, que chegam a ter de um a dois metros de largura.

Esse hábito ajuda a manter o calor do corpo no período noturno, quando o animal tende a perder calor para o ambiente.

Eles também costumam se esconder em tocas nos horários mais quentes do dia.

Como principal mecanismo de caça e defesa, pode-se citar a composição da saliva do animal. Já há muito tempo se sabia que eles tinham muitas bactérias resistentes e altamente perigosas na saliva.

Mas recentemente pesquisadores descobriram que o animal possui também veneno mortal na saliva, o que contribui para a morte da presa.

Conclusão

O Dragão de Komodo é um animal incrível, que atrai a atenção das pessoas por se parecer com um dinossauro e ser potencialmente mortal.