No dia 12 de maio, o projeto de lei 55/15, de autoria do deputado federal Ricardo Trípoli, que prevê a proibição da locação de cães por empresas de segurança para fins de guarda no município de São Paulo, foi definitivamente aprovado pela câmara, agora ficando a mercê da aprovação do prefeito da cidade, Fernando Haddad.

Para compreender melhor a proposta, a justificativa de sua formação se dá devido as condições precárias nas quais muitos desses animais são expostos, geralmente mantidos em ambientes insalubres, servindo como escudos vivos e tendo seu bem estar psicológico colocado em risco, por serem treinados para a agressão. O projeto também discorre sobre as empresas que, mesmo tentando reduzir os agravos físicos nos cães de “aluguel”, não diminuem a realidade da crueldade inerente à prática, ao expô-los constantemente ao risco. (Para ler o projeto de lei, acesse aqui)

Com a aprovação, João Palhuca, presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (Sesvesp), declarou que os cerca de 500 cães utilizados pelas empresas na cidade, e 600 na Grande São Paulo, serão provavelmente eutanasiados.

Segundo Palhuca, o fato dos cachorros serem treinados, podendo eventualmente se tornar agressivos, os tornam inaptos para a adoção. Como o Centro de Controle de Zoonoses não teria capacidade de receber esse contingente de cães, a solução para “descartar esses animais” seria a eutanásia.

Logo de cara podemos citar diversos problemas com a declaração de João Palhuca. Como pode ser possível sacrificar cães perfeitamente saudáveis, lembrando que esse é um ato contra a lei no Estado de São Paulo. O que transparece é a total falta de respeito com os cães que servem às empresas, já que o fato do animal não ser mais fonte de lucro aparentemente isenta as empresas da responsabilidade de preservar pelo seu bem estar até o fim de suas vidas. Se os cães são treinados, supostamente adestrados, porém não podem ser adotados pois precisam ser manipulados apenas por pessoas especializadas, é realmente hora de questionar o treinamento em si e qual o tipo de formação que é dada aos animais. A resposta do sindicato é sem dúvida um indício negativo ao valor dos cães para as empresas, tornando a justificativa do projeto de lei ainda mais relevante.

Entramos em contato com o deputado federal Ricardo Trípoli para saber como ele analisa esse desfecho e se era previsto quando o texto foi submetido, porém, até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.

Atualização: O deputado federal e autor do projeto de lei, Ricardo Trípoli, afirmou com exclusividade para o Portal do Dog que “essa versão irresponsável que está sendo disseminada pelo sindicato não procede. Pela legislação brasileira, o proprietário é responsável pela integridade física de seu animal. Portanto, matar animal sadio é crime! Estamos acompanhando o assunto de perto”.

 

 

Foto: Reprodução

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