Foto: PAULA CASTRO

Há 8 anos, o dia 2 de abril é oficialmente o dia mundial do autismo. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas com o intuito de promover uma maior conscientização e disponibilizar mais informações sobre o autismo e seu diagnóstico. A iniciativa utiliza a cor azul, devido ao fato de haver uma maior incidência em meninos que meninas.

Nesse dia, apresentamos o trabalho da Terapia e Educação Assistida por Animais de Campinas (ATEAC), ONG situada em Campinas, São Paulo, que realiza um trabalho todo especial em prol de autistas.

Com a ajuda de 65 cães-terapeutas e 70 voluntários no atendimento, a equipe, formada por profissionais de psicologia, medicina, biologia, pedagogia, terapia ocupacional, adestramento e medicina veterinária, realiza quase mil atendimentos por mês em 9 instituições das redondezas, abrangendo pacientes autistas, idosos, crianças hospitalizadas e portadores de necessidades especiais.

A ATEAC nos explica como funciona a terapia e como ela influencia na vida dos participantes.

 

A Terapia Assistida por Animais (TAA) com autistas funciona de um modo lúdico que atinge os mesmos, onde outras terapias, muitas vezes, não atinge.

Esta interação autismo/cão possibilita: aumento da sociabilização, da autoestima; diminuição do stress; melhora a coordenação motora; trabalha a afetividade e a cognição; aumenta a percepção do mundo e o reconhecimento do outro e de si próprio, estabelecendo contato visual.

 

Silvia e Luana. Foto: ANDREA KARASAWA

Silvia e Luana. Foto: ANDREA KARASAWA

A iniciativa surgiu em 2004 com a bióloga Sílvia Ribeiro Jansen Ferreira e seu filho Daniel Jensen, na época com 27 anos.

Daniel ganhou de um dos amigos da sua mãe a Luana, da raça Labrador Retriever, mas por possuir a Síndrome de Asperger (forma leve de autismo caracterizada pela falta de habilidade de interação social e de comunicação), tinha medo de cães. Na época filhotinha e em busca de aceitação para interagir, Luana constantemente investia em Daniel, que não conseguiu ficar impune a cadela por muito tempo.

Sílvia Jensen descreve o momento que percebeu que a influência de Luana poderia significar algo maior:

 

Percebi, quando vi a insistência da Luana, mesmo tendo atenção do Daniel. Notei que ali tinha alguma coisa diferente no modo de se aproximar e dar carinho do animal.
Já tinha lido sobre Zooterapia e então assisti um Programa do trabalho do extinto CÃO DO IDOSO de SP, onde mostrava trabalhos de terapia através de cães. Vi que isto consistia, o “trabalho” da Luana com o Daniel, um autista.

 

Daniel e Luana. Foto: JUAN ESTEVES

Por meio de um treinamento direcionado, a cachorra conseguiu se tornar mais próxima de Daniel, e ajudá-lo a controlar seus problemas, aumentar sua autoestima e habilidade motora.

O incentivo a mais ajudou Daniel a se formar em biologia e defender a sua tese de mestrado em biologia marinha na UNICAMP, tornando-o um dos primeiros portadores da Síndrome de Asperger, dentro do espectro autista, a concluir o mestrado no Brasil.

“Ela foi uma excelente companheira, me ajudando a lidar com o Mestrado e também a lidar com as pessoas.Graças a ela, me aproximei mais das outras pessoas, coisas que eu não fazia antes. Eu também readquiri confiança em cachorro, que eu tinha medo”, declarou Daniel.

 

Saiba como ajudar a ATEAC

I) sendo voluntário profissional das áreas de saúde animal( veterinários clínicos e de comportamento animal , adestradores) , área de saúde humana( psicologia, TO,fisioterapia, fonoaudiologia, pedagogia, biologia, assistência social, médicos,etc..), área administrativa ,  marketing, relações publicas..;

Foto: RODRIGO PEÇANHA

Foto: RODRIGO PEÇANHA

II) Participando como voluntário nos atendimentos com seu próprio cão ou outro animal cadastrado;

III) Cadastrando seu cão e tornando-o um voluntário (para mais informações sobre voluntariado acesse http://ateac.org.br/voluntariado/pessoas/processo-seletivo/ );

IV) Tornando-se sócio contribuinte da ONG para beneficiar os atendimentos através de doações periódicas, adquirindo camisetas da Ateac (para mais informações acesse http://ateac.org.br/contribua/ );

V) Doando materiais de trabalho e de uso dos cães;

V) Praticando uma roda de amigos para doações;

VI) Divulgando nas empresas.

 

Foto: PAULA CASTRO