O amor que os cachorros nos dão é tão grande que nos ajuda a superar momentos e problemas que nem conseguimos imaginar. Quem tem um amigo peludo desses em casa sabe o tamanho da força que eles são capazes de dar.

Foi exatamente isso o que aconteceu com o jardineiro Laufa, um morador de rua que era viciado em drogas, mais especificamente em crack, e foi salvo graças ao cachorro chamado Capitão.

Laufa contou para a página do SP Invisível, um coletivo que escuta e conta histórias de moradores de rua, que encontrou Capitão abandonado dentro de uma caixa de papelão enquanto procurava um abrigo para se esconder da chuva.

Ele ficou com o cachorrinho, que se aninhou em seu braço e dormiu. Laufa e Capitão seguem juntos e o cão até hoje dorme nos braços do homem que o salvou do abandono.

Cachorro adotado por morador de rua está ajudando o homem a se livrar do vício do crack. (Foto: Reprodução / Facebook SP Invisível)

Em troca, Capitão livrou Laufa do ckack. O homem contou que ainda sente vontade de usar a droga, mas que na hora que chama o cão para ir até o local de uso, o cachorro não o acompanha de jeito nenhum. Laufa diz que o animal parece saber o que o homem pretende fazer e se nega a acompanhá-lo.

Como não tem coragem de deixar o cachorro sozinho, Laufa sempre desiste de ir atrás da droga para ficar junto do cão.

Leia a seguir o depoimento completo de Laufa para o SP Invisível:

“Eu achei ele dentro de uma caixinha de sapato embaixo de um condomínio, ele era pequenininho. Eu fui dormir, peguei a caixinha e ele tava lá. Ele mudou bastante coisa na minha vida. Eu usava crack e agora eu tô só na cocaína. Parei o crack por causa dele. Meu nome é Laufa, eu era jardineiro. Tinha uma firma de paisagismo. Daí, eu saí de casa, fui morar no centro. Uma coisa foi puxando a outra, até chegar nessa situação. Quando o Capitão chegou na minha vida eu tava bem mal. Tava procurando uma guarita para me esconder da chuva. Na hora ele deitou em cima do meu braço e até hoje ele deita desse jeito. Ele significa paz, carinho. Ele me entende. Significa esperança também. Quando eu penso em usar droga eu vou, chamo ele, mas ele fica sentado. Parece que sente. Um dia bateu abstinência, eu chamei ele e ele não veio. Foi uma cena, não tem como explicar… Parece que ele já sabia. Tava querendo que eu não fosse. Eu não ia sem ele. Eu não largo ele. Dói… Um dia eu vou levantar, ter minha firma de novo. Eu e meu cachorro, o Capitão.”

Fonte: Facebook SP Invisível