Casos de leishmaniose aumentam e preocupam população de Arcos.

 

O risco de uma epidemia de leishmaniose em Arcos, no Centro-Oeste do estado, preocupa a população. Os cães são os principais hospedeiros do protozoário perigoso para o ser humano e transmissor da doença. A Leischimaniose é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma das seis maiores epidemias parasitárias do mundo. Em Minas Gerais, no ano passado, foram registrados 19.677 casos da doença.

Na casa do auxiliar administrativo Allan Patric o clima ficou mais triste. Dois cachorros da família morreram com a doença. “Eu deixava eles soltos pela rua e agora eu pretendo adotar outro cão e não deixar acontecer mais”, disse.

Para evitar novas contaminações, agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vão a todas as residências realizar o teste da leishmaniose. É retirada uma gota de sangue da orelha do animal e o resultado sai em dez minutos. Com o teste, a dona de casa Lúcia Narciso Silva descobriu que um dos três cachorros dela está contaminado. “Eu nem sabia que ele estava com esse problema. Então, eu acho bom esse trabalho”, afirmou.
Nos cães, a doença pode levar até dois anos para se manifestar. Os principais sintomas são emagrecimento, perda de pelo ao redor dos olhos e crescimento das unhas, fígado e baço. Quando o resultado do exame é positivo, a veterinária retira uma amostra de sangue e envia para a Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, responsável por fazer os testes no estado. “Os agentes colhem o sangue e eu retorno às casas e colho o sangue na veia do animal e os que dão positivo a gente recolhe”, explicou a veterinária Ana Luiza Teixeira.
Em Arcos, cinco mil cães serão analisados, inclusive os animais de rua. Até agora, 51 casos da doença foram confirmados. Mas os agentes acreditam que esse número seja maior, pois 10% dos moradores não permitem a realização dos exames nos animais. Mesmo com essa recusa foram encontrados cães contaminados em toda a cidade. Um levantamento da Gerência Regional de Saúde (GRS) constatou que em todos os bairros da cidade existe o flebótomo, mais conhecido como mosquito-palha, responsável por transmitir a doença ao ser humano.

No homem, os sintomas se confundem com os de gripe: febre; tosse seca, moleza, anemia, problemas renais e, em alguns casos, feridas na pele. No ser humano, a forma mais perigosa é a leishmaniose visceral, que não apresenta sintomas. Na maioria dos casos, quando a doença é descoberta, já está avançada e pode levar a morte. Por isso, a população precisa evitar a proliferação do mosquito transmissor. “É importante a população limpar os quintais, não deixar lotes sujos. É muito importante, porque não é na água que ele procria e é difícil o controle desse flebótomo”, reforçou a veterinária.

 

Fonte G1.