O Hiperadrenocorticismo, ou também conhecido como Síndrome de Cushing é uma moléstia de origem endócrina. O organismo dos animais, assim como os nossos, têm várias glândulas que secretam hormônios para a corrente sanguínea, desempenhando várias funções importantes para um bom funcionamento do metabolismo. Em muitos casos, no sistema endócrino, ocorre a hipofunção (trabalha lentamente) ou hiperfunção (trabalha em excesso) de uma determinada glândula. Dependendo da glândula afetada, altera um determinado funcionamento, fazendo com que cause anormalidades bem visíveis, como por exemplo:  gigantismo, nanismo, obesidade, emagrecimento descontrolado, queda de pelo, entre várias coisas.

No organismo do animal, como no dos humanos,  existe uma glândula que fica acima dos rins, chamada Supra-renal ou Adrenal. Essa, por sua vez, secreta hormônios, sendo os principais a Adrenalina e o Cortisol. No caso do Hiperadrenocorticismo, como o próprio nome diz, é a hiperfunção da supra-renal , ou seja, a glândula secreta o hormônio Cortisol de forma exacerbada  na corrente sanguínea do animal, fazendo com que cause sérios danos ao mesmo.

Foto: Reprodução

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As causas principais que, geralmente,  levam a essa alteração hormonal, podem ser o uso de remédios que sejam corticóides de forma descontrolada e sem o acompanhamento de um profissional ou um tumor na glândula Adrenal.

Os pacientes endócrinopatas, que sejam portadores do Hiperadrenocorticismo, podem apresentar sintomas bem típicos, porém, muitas vezes, semelhantes a outras doenças. Os sinais clínicos observados nessa doença, são:

– O animal apresenta perda de pelo (alopecia) em todo o corpo, com exceção da cabeça e membros;

– Ocorre o aumento de apetite;

– O consumo de ingestão de líquido aumenta;

– Aumento abdominal significante em formato pendular;

– Aumenta o volume urinário;

– Perda muscular;

– Em alguns casos, presença de Diabetes;

– Cansaço a qualquer esforço e etc.

O diagnóstico deve ser feito por um médico veterinário, de preferência um especialista em Endocrinologia. Deve ser feito um exame clínico bem detalhado, acompanhado de uma boa anamnese. O diagnóstico é fechado com exames laboratoriais específicos para diagnósticos hormonais. O uso de aparelho ultrassom ou de aparelho de raio-X pode ser uma boa escolha, pois assim é possível descartar qualquer tumor na glândula Adrenal. É importante que os exames sejam pedidos juntos, para que haja um diagnóstico certo do que causou essa alteração.

O tratamento para a Síndrome de Cushing em cães é escolhido pelo médico veterinário responsável pelo caso. Normalmente é feita uma terapia medicamentosa adequada, porém é avaliado o medicamento a ser eleito e as dosagens a serem empregadas para cada situação, com base na situação de saúde do animal. O tratamento é complexo e requer um tempo bastante longo. Em casos de tumores na glândula Supra-renal, é feita, na maioria das vezes, a remoção cirúrgica. Normalmente, depois do tratamento, o sinais clínicos da Síndrome de Cushing desaparecem. Porém, em alguns casos, a sintomatologia volta a ser observada depois de um certo tempo.

A prevenção para essa patologia é basicamente a ida rotineira a um médico veterinário. Qualquer anormalidade que apareça no seu cão deve ser informada a um profissional para uma avaliação imediata.

 

Por: George Augusto von Schmalz Portella de Macedo

Ocupação: Acadêmico de Medicina Veterinária

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