Ao notar que seu amigo já não é mais o mesmo, ou, pior, que o comportamento dele mudou da noite para o dia, fique esperto e leve-o logo ao veterinário. Um checkup bem-feito talvez acuse que seu animal está sofrendo de hipotireoidismo — doença autoimune que provoca uma queda brusca na produção do hormônio tireoidiano, produzido naquela famosa glândula da garganta, com formato semelhante ao de uma borboleta.

A doença, quando dá as caras, costuma atingir cachorros adultos, com idade por volta dos 5 ou 6 anos. “Embora não se saiba muito bem o porquê, raças como beagle, cocker, golden-retriever, labrador, sheepdog e doberman são as mais propensas ao desequilíbrio”, diz a veterinária Ana Claudia Balda, das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo. “Isso não quer dizer que os outros cães não possam ser pegos de surpresa”, avisa. Segundo a médica, o tratamento é sempre o mesmo: a reposição do hormônio tireoidiano por via oral. E detalhe: para o resto da vida.

Junto com o remédio, o bicho precisará fazer um acompanhamento constante por meio de exames de sangue para medir os níveis de seus hormônios (principalmente o T4) e o especialista deve avaliar se a dosagem do medicamento está compatível com a sua necessidade.

“Não existe prevenção para hipotireoidismo”, diz Marcelo Quinzani, do Hospital Veterinário Pet Care, em São Paulo. “O bom é que os sintomas são completamente eliminados quando o tratamento é feito de maneira adequada.” Outros distúrbios, como o aumento das taxas de triglicérides e de colesterol, também podem aparecer como uma espécie de decorrência do mal funcionamento da tireoide. Portanto, exames para checar esses fatores costumam entrar na rotina. O que o dono não pode é marcar bobeira e demorar para levar o animal ao veterinário — afinal, só um bom acompanhamento é capaz de desatar esse nó.

Fonte Saúde Abril