A ideia de que gatos são líquidos não passa de um jogo de palavras, mas, segundo a pesquisa de Marc-Antoine Fardin, físico do Centro Nacional Francês para Pesquisa Científica, existe uma base científica para essa afirmação.
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Afinal, qual o conceito de líquido?

Para entender a relação entre gatos e líquidos, é essencial compreender o conceito de “líquido” sob a ótica da física. Líquidos são substâncias que possuem um volume fixo, mas não têm forma definida.
Eles podem se adaptar facilmente ao recipiente que os contém, ou seja, seu formato muda de acordo com o ambiente onde são colocados, mas seu volume permanece o mesmo. Isso ocorre porque as moléculas de um líquido têm uma certa liberdade de movimento, o que lhes permite fluir e se ajustar a diferentes espaços.
A viscosidade de um líquido, ou seja, a sua resistência ao movimento, também varia conforme o tipo de líquido, mas a característica principal é a capacidade de se moldar ao ambiente sem perder o volume.
Assim, a ideia de que gatos se comportam de maneira semelhante a líquidos está diretamente ligada a essa flexibilidade e adaptabilidade, mesmo que em um contexto mais figurativo do que literal.
Gatos são líquidos?
Embora a afirmação de que “gatos são líquidos” seja frequentemente usada de forma humorística, a pesquisa de Fardin traz um interessante ponto de vista científico sobre essa característica.
Em seu estudo, ele observou que os gatos podem se adaptar ao recipiente em que são colocados, sem alterar o volume de seu corpo, assim como um líquido faria. Essa adaptabilidade pode ser vista, por exemplo, quando um gato se encaixa perfeitamente em um espaço pequeno, como uma caixa ou uma vasilha.
A pesquisa de Fardin demonstra que, apesar dos gatos não serem literalmente líquidos, sua capacidade de se adaptar aos ambientes de forma flexível faz com que, em termos de comportamento físico, se assemelhem a líquidos.
Os gatos têm a habilidade de se ajustar a formas e espaços de maneira extraordinária, como se estivessem “moldando” seu corpo.
No entanto, esse comportamento está mais relacionado à sua flexibilidade física e estrutura óssea, o que permite que seu corpo se adapte com facilidade.
A pesquisa é, portanto, uma maneira interessante de explorar como o comportamento físico de gatos pode ser comparado a algumas das características de líquidos.
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O que torna os gatos tão maleáveis?
A principal característica que torna os gatos tão maleáveis é sua anatomia única, especialmente no que se refere às suas omoplatas e clavículas.
Ao contrário dos seres humanos, cujas clavículas estão conectadas a outros ossos do corpo, as clavículas dos gatos são ligadas apenas a músculos e não a ossos. Isso significa que os gatos têm mais liberdade para mover seus ombros e se adaptar a diferentes formas e espaços.
A ausência de uma conexão óssea rígida entre a clavícula e o restante do corpo dá aos gatos uma flexibilidade muito maior, permitindo-lhes espremer-se em locais aparentemente impossíveis para outros animais.
Além disso, os músculos das omoplatas dos gatos são muito desenvolvidos e flexíveis, o que aumenta ainda mais sua capacidade de se moldar a diferentes espaços.
Esse movimento livre das omoplatas e da clavícula permite que os gatos se movam de forma fluida, moldando seu corpo para se ajustar a espaços apertados ou formas inesperadas, uma adaptação que é um reflexo claro de sua flexibilidade estrutural.
Assim, a combinação de uma anatomia adaptável e músculos flexíveis torna os gatos muito mais maleáveis, permitindo-lhes ter um comportamento que parece “líquido”, ao se ajustarem ao ambiente de maneira tão fluida.
E você? Já tinha pensado que gatos são líquidos?
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