Regras e tradições no Vaticano
O Vaticano como Estado praticamente veda a presença de pets. Segundo fontes confiáveis, “é estritamente proibido” que cães ou gatos entrem na Cidade do Vaticano, e os jornais apontam que simplesmente “não há animais de estimação” entre os moradores da Santa Sé. Além disso, os papas modernos seguem um estilo de vida simples (por exemplo, o Papa Francisco é jesuíta com voto de pobreza), o que na prática limita a posse de bens pessoais, inclusive animais domésticos. Em resumo, não existe na legislação vaticana qualquer espaço para um Papa manter um pet – ele pode cuidar dos animais do jardim ou alimentá-los (como fazia Bento XVI com gatos de rua), mas não há compromisso formal de hospedá-los como “pets” oficiais.

Imagem: Alberto PIZZOLI / AFP
Papas históricos e animais de estimação
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Papa Leão X (1513–1521): famoso por ter um elefante de estimação. O elefante Hanno foi presenteado pelo rei de Portugal ao Papa Leão X e viveu no Vaticano, chegando a ser chamado de “pet do pontífice”.
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Papa Gregório I (590–604): relatos tradicionais afirmam que São Gregório Magno, apesar de não ter bens materiais, mantinha um gato de estimação pessoal.
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Papa Leão XII (1823–1829): teve um gato chamado Micetto que o acompanhava em audiências. O animal dormia em seu colo e ficou célebre por revelar um lado terno do papa.
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Papa Leão XIII (1878–1903): entusiasta da criação, introduziu vários animais exóticos nos Jardins do Vaticano. A pedido dele, foram trazidos da África gamos, gazelas e corços para viver livremente ali.
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Outros exemplos históricos: ao longo dos séculos, outros papas também interagiram com animais de formas notáveis. Por exemplo, a arte renascentista registra São Pedro (entre os papas) com cães, e mesmo papas mais recentes são lembrados como amantes da natureza. Em suma, há diversas curiosidades – de um papado com elefante a vários papas bípedes com felinos – mostrando que a Igreja sempre reconheceu o valor da criação de Deus.
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Papas modernos e animais
Papa João Paulo II (1978–2005) em visita à Austrália em 1986. João Paulo II manifestou respeito pelos animais. Em 1990, ele afirmou publicamente que alguns textos “admitem que até mesmo os animais têm um sopro vital” vindo de Deus, destacando a dignidade de toda criatura. O pontífice também fez contatos carinhosos com bichos em viagens pastorais – por exemplo, foi fotografado segurando um coala na Austrália (imagem acima) – mostrando seu afeto pela criação. Apesar disso, não há registro de que ele tenha mantido um pet próprio no Vaticano; seu gesto com o coala foi um ato de ternura, não um “animal de estimação” institucional.
Papa Bento XVI acaricia um gato em encontro no Vaticano. Bento XVI tinha grande afinidade com felinos. Mesmo antes de ser papa ele alimentava gatos de rua em Roma, e já como pontífice era visto acariciando gatos (como mostra a foto ao lado). Segundo o Vaticano, ele “tinha amor não só pelos gatos, mas por todos os animais”. Na prática, Bento XVI não possuía um gato domesticado próprio, mas cuidava de felinos comunitários. Relatos da época afirmam que ele até carregava consigo objetos de gato – por exemplo, mantinha uma estátua de gato ao lado de um ícone mariano em seu apartamento. Ou seja, gostava muito de bichanos, mas oficialmente não “registrava” nenhum como pet.
Papa Francisco brincando com um filhote de tigre no Vaticano (2016). Francisco (2013–2025) segue a tradição franciscana de respeito à natureza. Ele costuma tratar os animais como parte da criação de Deus, mas também enfatiza prioridades humanas em certas escolhas. Em homilia de 2022, por exemplo, lembrou que quando “cães e gatos ocupam o lugar das crianças” as famílias perdem algo importante. Em aparições públicas, já chegou a interagir carinhosamente com animais (como mostra a foto acima, acariciando um filhote de tigre trazido ao Vaticano). Contudo, não há informação oficial de que Francisco tenha tido um pet pessoal em Santa Marta. Seu esforço sempre foi de promover cuidado pelo meio ambiente e pelos animais em geral, sem vincular isso à posse particular de um bicho de estimação.
Papa Leão XIV e animais
Até onde se sabe, o novo Papa Leão XIV (Robert Francis Prevost) não divulgou nenhuma preferência ou presença de animais de estimação. As primeiras notícias e discursos do pontificado estão focados em temas sociais e espirituais – por exemplo, suas palavras iniciais deram ênfase à paz e justiça – e não houve menção alguma a pets ou afinidade especial com bichos. Nas fontes oficiais (Santa Sé, Vatican News) e nos principais veículos de imprensa consultados não consta registro de que o Papa Leão XIV mantenha ou tenha mencionado animais domésticos. Em suma, não existem dados públicos que indiquem que ele possua pets ou costume interagir com eles.