Pesquisas anteriores haviam revelado que cães felizes abanam o rabo mais para a direita (do ponto de vista do cão), enquanto que os cães nervosos abanam para a esquerda.
Agora, em um estudo realizado na Universidade de Trento, na Itália, os pesquisadores buscaram desvendar se outros cães conseguem ler essa sutil diferença.
O professor Georgio Vallortigara afirma que, assim como nos humanos, nos cães o lado direito do cérebro é responsável pelo movimento no lado esquerdo do corpo, e os dois hemisférios possuem papéis muito diferentes em relação as emoções.
Para saber mais sobre a reação dos cães à balançada da cauda de outros cachorros, os pesquisadores monitoraram os animais enquanto eles assistiam filmes com cães. Foi medida a frequência cardíaca do pet assim como seu comportamento foi analisado.
Aos animais foram apresentados filmes com cães, estes em versão realista e em silhueta, para eliminar qualquer questão conflitante, assim, medindo o movimento e qual a direção o rabo iria tender.
Quando os cães viram um cão sem expressão mover o rabo para a direita, do ponto de vista do cão observado no filme, os cachorros do estudo ficaram perfeitamente relaxados.
Porém, quando eles observavam o rabo balançando para a esquerda, novamente pelo ponto de vista do cão observado no filme, a frequência cardíaca aumentava e eles transpareciam uma expressão ansiosa.
Para o Prof. Vallortigara, o resultado não significa que o cão estava intencionalmente comunicando com o outro através desse movimento, e sim, ele acredita que os cães aprenderam por experiência quais movimentos eles não deveriam se preocupar.
O especialista em comportamento canino, John Bradshaw, adiciona ao citar mais dois estudos similares realizados previamente.
Em 2012 na Universidade de Lincoln, um time chegou à conclusão que cães viram a cabeça para a esquerda quando enquanto olham para outro cachorro agressivo, e viram para a direita quando observando um cachorro feliz; e outra pesquisa, dessa vez na Universidade de Victoria, no Canadá, explica que cães são mais prováveis a abordar um cão robô quando o rabo do aparelho era direcionado a balançar mais para a esquerda do que para a direita, ou seja, o oposto do estudo italiano.
As diferenças entre os estudos podem significar que os cães não estavam lendo apropriadamente o cão robô como um similar. Um estudo envolvendo cães reais em ambos os lados poderia ajudar a resolver a questão.
Referência: BBC UK