Cachorro pode ter autismo? Descubra a verdade aqui!

Você já notou comportamentos estranhos em seu cachorro e se perguntou se ele poderia ter autismo? Essa dúvida é mais comum do que se imagina. Tutores observam características como isolamento social, repetições comportamentais ou sensibilidade excessiva e ficam preocupados. Vamos explorar o que a ciência diz sobre esse tema e como entender melhor o comportamento canino.

O que é autismo e por que essa comparação com cães?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) em humanos é uma condição neurológica complexa que afeta a comunicação social, comportamentos e interesses. A curiosidade sobre autismo em cães surge porque alguns animais apresentam comportamentos que, superficialmente, lembram características do TEA.

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Cão deitado/ Foto: Petlove

Essa comparação ganhou força com tutores atentos que percebem padrões comportamentais incomuns em seus cães, como dificuldade de socialização ou hipersensibilidade a estímulos. Porém, a neurologia canina e humana tem diferenças fundamentais que tornam essa comparação direta bastante problemática.

Conheça: 4 podcasts que falam sobre cachorros e seus comportamentos

Cães podem ter autismo? O que a ciência realmente diz

A resposta curta: não há consenso científico sobre a existência de autismo em cães como conhecemos em humanos. Apesar de alguns veterinários comportamentais reconhecerem semelhanças superficiais, não existem evidências conclusivas ou critérios diagnósticos estabelecidos para TEA em cães.

Pesquisadores da área comportamental canina alertam que atribuir diagnósticos humanos a animais pode ser problemático. Os cães possuem estruturas cerebrais e desenvolvimento neurológico distintos dos humanos, o que significa que os mecanismos por trás de comportamentos semelhantes podem ser completamente diferentes.

Diferenças entre TEA humano e comportamentos caninos

Em humanos, o TEA envolve dificuldades na comunicação social, interesses restritos e comportamentos repetitivos. Em cães, comportamentos similares podem ter origens diversas: desde predisposições genéticas e experiências traumáticas até questões médicas não diagnosticadas.

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Cachorro dormindo/ Foto: Freepik

Enquanto o autismo em humanos tem componentes genéticos e ambientais bem documentados, os comportamentos semelhantes em cães raramente têm a mesma origem neurológica. Isso não diminui a importância de compreender e atender às necessidades específicas do seu pet.

Veja: Distúrbios comportamentais compulsivos em cães: o que fazer?

5 comportamentos caninos que se assemelham ao autismo

Alguns comportamentos caninos frequentemente confundidos com autismo incluem:

  • Evitação de contato visual: Alguns cães evitam olhar nos olhos de pessoas ou outros animais, o que pode ser confundido com características autistas, mas em caninos isso pode indicar medo, ansiedade ou simplesmente uma questão de linguagem corporal canina.
  • Dificuldade de socialização: Cães que parecem desinteressados em interagir com outros cães ou pessoas podem não estar demonstrando autismo, mas sim falta de socialização adequada na fase de desenvolvimento.
  • Comportamentos repetitivos: Lamber excessivamente, perseguir a cauda ou realizar movimentos estereotipados pode parecer similar a comportamentos repetitivos do autismo, mas geralmente indica ansiedade ou TOC canino.
  • Hipersensibilidade sensorial: Cães que reagem exageradamente a sons, toque ou luzes podem estar demonstrando sensibilidade sensorial, que tem diversas causas possíveis além do autismo.
  • Rotinas rígidas: A necessidade de manter rotinas previsíveis pode parecer um sinal de autismo, mas cães são naturalmente animais que valorizam previsibilidade e rotina.

Causas possíveis desses comportamentos

Os comportamentos acima podem ter várias origens, como:

Genética (predisposições de raça), histórico de traumas ou negligência, socialização inadequada durante o período crítico de desenvolvimento, condições médicas não diagnosticadas, e transtornos de ansiedade canina. Cada caso é único e merece avaliação individualizada.

Como identificar se seu cão precisa de ajuda profissional

Se seu cão apresenta comportamentos incomuns que prejudicam sua qualidade de vida, é fundamental buscar ajuda especializada. Alguns sinais de alerta incluem isolamento persistente, autoagressão, reações exageradas a estímulos comuns e mudanças drásticas de comportamento.

Cavalier king charles spaniel olhando para cima
Cão olhando para cima/ Foto: adoropets

Um veterinário comportamental poderá avaliar se os comportamentos têm origem física, como dor ou desconforto, ou comportamental. O diagnóstico preciso é o primeiro passo para ajudar seu cão adequadamente, em vez de assumir que ele tenha autismo.

Veja avanço na ciência: Inteligência Artificial pode “traduzir” emoções dos animais. Veja avanço!

Estratégias para lidar com cães que apresentam comportamentos desafiadores

Independentemente do diagnóstico, existem abordagens que podem ajudar cães com comportamentos semelhantes ao autismo:

Crie um ambiente previsível e seguro, com rotinas consistentes que ajudem seu cão a se sentir seguro. Ofereça enriquecimento ambiental adequado para estimulação mental e física, respeitando os limites do seu pet. Treinamento positivo, sem punições, pode ajudar a modificar comportamentos indesejados gradualmente.

Em casos mais desafiadores, medicamentos prescritos por veterinários podem ajudar a controlar a ansiedade ou outros problemas subjacentes. Lembre-se que a paciência é essencial – mudanças comportamentais levam tempo.

A importância da socialização precoce

Muitos comportamentos que lembram o autismo podem ser prevenidos com socialização adequada durante as primeiras semanas de vida do filhote. O período entre 3 e 14 semanas é crítico para o desenvolvimento social dos cães.

Filhotes expostos a diversos ambientes, pessoas, animais e estímulos tendem a se tornar adultos mais equilibrados e adaptáveis. Se você adotou um cão adulto que já apresenta dificuldades sociais, ainda é possível trabalhar sua socialização, mas o processo será mais lento e gradual.

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