Cuca. Foto: Paola Viana
Foi amor a primeira vista quando vimos as imagens da Cuca, cadela da fotógrafa Paola Vianna.
Tendo como inspiração sua musa canina e amiga desde que foi adotada em junho de 2013, os ócios criativos de Paola nunca mais foram os mesmos. O resultado são fotografias que expressam um tipo de intimidade entre tutor e cão que emociona ao explorar o significado do ato de receber um pet em nossas vidas e os momentos sublimes de convivência, ganhando ares ainda mais românticos quando capturados pelas lentes de uma máquina.
A sensibilidade da Paola e seu olhar como fotógrafa realmente impressionam e podemos enxergar Cuca através de seus olhos.
E quando olhamos o todo, não só o visual, mas a história de vida por trás de Cuca, nos sentimos ainda mais felizes por ver tantas vidas mudadas, para a melhor.
Já uma senhora de idade, Cuca foi adotada após uma vida de necessidade e muita dificuldade, vivendo desde filhote com sua antiga tutora, Marly, embaixo do viaduto na Espraiada, em São Paulo. Foram 6 anos nas ruas.
Por uma feliz coincidência do destino, o caminho de Cuca e Paola se cruzou.
Paola notou que, sempre que passava por determinada rua, havia uma mulher, Marly, no farol com muitos cachorros. Ela sentiu que deveria se aproximar e, logo após o primeiro contato, passou a ajudá-la com a alimentação dos cães.
Um certo dia, Marly avisou que havia recebido mais 2 cães, que se encontravam na casa de uma amiga, Maria, e perguntou se Paola poderia ajudar a achar um novo lar para eles.
Nesse meio tempo, uma tragédia aconteceu e Marly foi assassinada por seu então companheiro. Com o ocorrido, todos os cães ficaram com Maria, que os recebeu mesmo vivendo em uma casa minúscula em uma favela paulista e sem condições financeiras para tal.
Foi então que Paola resolveu pegar duas cadelas e procurar possíveis adotantes. O que ela não sabia é que uma ganharia seu coração.
Acabou ficando tudo em família, já que uma das cadelas ficou com a mãe de Paola, e a outra, Cuca, encontrou seu lar com Paola.
Os dois pontos mais bacanas desse trabalho são:
1) A adoção e como todos os cachorros são incríveis, independente de raça definida;
2) Uma característica linda inerente aos cães: sua capacidade de continuar, mesmo quando as circunstâncias são contrárias e ter uma felicidade tão inocente. Apesar de tudo que passou, Cuca voltou a confiar e construiu um laço muito forte com sua nova tutora, que é uma lição para todos nós.
Segundo Paola, Cuca respeita a casa e nunca faz suas necessidades dentro do ambiente, só come na companhia de Paola e sempre, após um passeio, faz festa, feliz por estar de volta ao aconchego de sua casa.
A relação das duas não poderia ser melhor:
– A Cuca hoje é uma alegria na minha vida. Minha grande parceirinha. O momento mais leve do meu dia; quando estamos juntas é um chamego só.
Meus amigos dizem que ela é minha Barbie… e eu acho que ser minha Barbie é só uma maneira dela de se deixar ser para arrancar meus sorrisos. Os momentos das fotos são sempre muito divertidos ; sempre me pego pensando como é “simples ser feliz”.
Ah, e ela faz tudo sem precisar de petiscos ou coisas assim…. uma “festa” depois das fotos é a melhor recompensa para ela. E eu, ganho vários beijos! 🙂
Deixo claro que é só uma brincadeira de Instagram, a considero um cachorro, não humanizo a Cuca; mas a amo de verdade.
Ao ser questionada o que acha da adoção, Paola respondeu:
– Eu acho que adotar é se doar e a recompensa que se recebe é algo impagável. Eu tive e tenho cachorros que não foram adotados e percebo muito claramente que há uma relação bem diferente até em relação ao respeito que existe. E quando falo em respeito eu quero dizer sobre as duas partes, a do animal e a do seu dono. Em animais filhotes eu acho que a diferença não é tanta, afinal é um bebê que precisa ser ensinado ( como qualquer outro ser); mas com animais adultos vc precisa aprender a respeitar o que o animal viveu, seus possíveis traumas, suas limitações, suas manias …. E o contrario também, ele tem que se adequar ao seu dono, ao espaço, as espectativas, aos limites… É preciso e natural que role uma conquista, e essa conquista é algo muito verdadeiro, porque são dois seres e em seus momentos mais intimos.
Eu particularmente estou achando deliciosa essa experiência. Sempre que me perguntam sobre onde comprar esse ou aquele cachorro, ou perguntam sobre essa ou aquela raça; a resposta sempre vem com uma pergunta: “Por que você quer comprar ? Por que não adota um? Cachorro é cachorro… e amor não tem valor monetário! É tudo igual… só que custa mais barato.
Para seguir o trabalho da Paola, acesse a conta instagram.com/paolavianna
Confira mais fotos abaixo:
atualizado em 30/06/2014 18:52