“A casa dela será no cemitério”: o caso de terror vivido pela veterinária Giovana Giacomini

Desde 2020, a médica veterinária Giovana Nantes Giacomini, residente em Foz do Iguaçu, Paraná, enfrenta uma série de ameaças, agressões e atos de vandalismo por parte de seu vizinho de 76 anos. Apesar das inúmeras denúncias e da ampla documentação das agressões, as autoridades locais têm se mostrado ineficazes em oferecer proteção adequada. O que tornou o sonho da casa própria em um grande pesadelo. 

Giovana cansada da impunidade e com medo das ameaças contou em suas redes sociais sobre tudo que sofria, e assim o caso ganhou notoriedade.

Ameaças e violências

Os problemas começaram imediatamente após Giovana receber as chaves de sua nova residência. O antigo proprietário chegou a alertar a médica veterinária, sobre os problemas com José Vicente Tezza, o vizinho, mas ela não pensou que fosse algo tão grave. O vizinho cortou a cerca elétrica da propriedade, ação que se repetiu diversas vezes, totalizando doze ocorrências semelhantes. Mesmo com registros de boletins de ocorrência, as ações do agressor continuaram sem impedimentos.

A situação agravou-se com relatos de maus-tratos a animais. Giovana documentou casos em que o vizinho teria envenenado e estrangulado cães, incluindo um incidente em que um cachorro foi encontrado morto com sinais claros de envenenamento por chumbinho e estrangulamento. Além disso, há relatos de que o agressor teria matado uma cadela prenha a pancadas após invadir a propriedade de outra vizinha.

Outros atos de violência incluem o corte de árvores em frente à casa de Giovana, e a agressão física à sua mãe, que tentou dialogar com ele e acabou com o dedo da mão quebra. Teve também o uso de explosivos caseiros que aterrorizam a vizinhança, afetando especialmente uma criança autista que reside nas proximidades.

A veterinária não passa mais a noite no imóvel, que inicialmente seria uma clínica veterinária com esse fim de pernoite, e ela teme pela sua segurança, já que o idoso ameaçou diretamente sua integridade física. “A casa dela será no cemitério”, disse ele para a mãe de Giovana.

 

 
 
 
 
 
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Impunidade e o Estatuto do Idoso

Apesar das evidências gravadas em vídeo e da gravidade das ações, as autoridades judiciais locais têm se mostrado relutantes em tomar medidas efetivas. Em uma audiência no fórum, o juiz responsável pelo caso afirmou que não poderia agir devido às proteções oferecidas pelo Estatuto do Idoso. Essa justificativa tem sido usada para evitar a responsabilização do agressor, mesmo diante de crimes evidentes.

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A Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público do Paraná, abrangendo crimes de ameaça, maus-tratos a animais e danos materiais. No entanto, até o momento, nenhuma ação concreta foi tomada para proteger Giovana e os demais moradores afetados.

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José Vicente Tezza, idoso acusado de maus-tratos a animais e ameaça. Imagem: reprodução

Mobilização nas redes sociais

Diante da inércia das autoridades, Giovana recorreu às redes sociais para expor sua situação. Seus relatos ganharam ampla repercussão, sendo compartilhados por influenciadores e ativistas da causa animal e até no Fantástico, programa semanal da rede Globo. Essa mobilização tem pressionado as autoridades a reconsiderarem sua postura e a tomarem medidas efetivas contra o agressor.

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Reflexões sobre o sistema judicial e a proteção animal

O caso de Giovana Giacomini levanta questões importantes sobre a eficácia do sistema judicial brasileiro em lidar com casos de violência doméstica e maus-tratos a animais. A utilização do Estatuto do Idoso como escudo para evitar a responsabilização de crimes graves demonstra uma falha estrutural que precisa ser urgentemente corrigida.

Além disso, destaca-se a necessidade de políticas públicas mais eficazes na proteção dos direitos dos animais e na garantia de segurança para vítimas de violência. A mobilização da sociedade civil tem se mostrado essencial para pressionar por mudanças e assegurar que casos como o de Giovana não continuem sendo ignorados.

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