Durante todo o ano, muitas datas são voltadas à conscientização de temas importantes.
Algumas passam despercebidas por quem não acompanha a causa de perto, mas têm um papel essencial para lembrar a sociedade do que ainda precisa ser combatido.
Uma dessas campanhas, marcada pela cor laranja, acontece em abril e chama atenção para um problema grave que ainda persiste em várias regiões do país.
A seguir, você entende por que esse mês foi escolhido e como ele pode servir de alerta e orientação.
Veja também: Projeto de Lei sugere a vacinação gratuita de animais domésticos
Como prevenir a crueldade animal e como denunciar?
A prevenção da crueldade contra os animais começa com informação e responsabilidade.
Muitas situações de maus-tratos ocorrem por negligência, falta de conhecimento ou descaso, por isso é importante reforçar que o cuidado com os animais não é um gesto opcional, mas um dever legal e moral.
A crueldade pode se manifestar de diferentes formas: abandono, agressões físicas, falta de alimentação, privação de água, ausência de abrigo ou a negação de atendimento veterinário quando necessário.
Cada um desses atos representa sofrimento real e pode causar sequelas físicas e psicológicas graves.
A forma mais eficaz de combater esse tipo de violência é a denúncia. Quem presencia ou suspeita de maus-tratos deve acionar os canais responsáveis, como as delegacias de polícia, a ouvidoria do Ministério Público, a Polícia Militar ou as secretarias de meio ambiente e de proteção animal, dependendo da cidade.
Hoje, com o uso de aplicativos e canais digitais, o processo se tornou mais acessível. É importante, sempre que possível, registrar provas como fotos, vídeos e relatos de testemunhas.
Além disso, falar sobre o tema nas redes sociais e com amigos ajuda a criar uma cultura de respeito e vigilância. O silêncio e a indiferença favorecem a repetição da violência.
A história de Sansão
Um dos casos mais impactantes dos últimos anos levou à criação de uma lei específica para punir com mais rigor os maus-tratos a cães e gatos.
Em 2020, o cachorro Sansão teve as duas patas traseiras decepadas com uma foice por um agressor em Minas Gerais. O caso gerou grande repercussão e revolta em todo o país.
Após ser resgatado, Sansão passou por cuidados intensivos, teve o apoio de profissionais e de voluntários, e conseguiu se adaptar usando próteses. Ele se tornou símbolo de superação e passou a representar a luta contra a crueldade animal.
O episódio resultou na aprovação da chamada Lei Sansão, que aumentou a pena para quem comete maus-tratos contra cães e gatos. Desde a mudança, a punição passou a ser de dois a cinco anos de reclusão, além de multa e proibição da guarda de animais.
A alteração reforça a ideia de que agredir um animal não é um ato menor ou irrelevante, mas sim um crime que precisa ser tratado com a seriedade que merece.
Sansão faleceu em dezembro de 2024, mas sua história continua sendo lembrada como um marco na luta pelos direitos dos animais. A lei que leva seu nome permanece como uma das mais importantes conquistas nessa área.
Veja também: Projeto de Lei visa proibir o uso de correntes em animais em pátios e quintais