A jornada para acabar com o trauma de Juju, a Shih Tzu resgatada. Conheça aqui

Resgatada de um criadouro clandestino onde vivia confinada em uma gaiola de 50×50 cm, ela chegou ao seu novo lar carregando um medo paralisante de humanos, problemas de saúde e traumas emocionais severos.

Seja por maus-tratos, abandono ou experiências negativas, muitos animais chegam aos seus novos lares precisando de muito mais do que apenas amor, eles necessitam de um processo de reabilitação para superar os traumas.

A recuperação de um cachorro traumatizado não acontece da noite para o dia, mas com as técnicas certas e muito carinho, é possível devolver a confiança e a alegria a esses animais que tanto sofreram. 

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Juju recebendo carinho. Imagem: reprodução @arquitetababiandrade

Principais sinais de trauma em cães

Identificar um cachorro traumatizado requer atenção aos sinais comportamentais e físicos que o animal apresenta. Os sintomas podem variar significativamente entre indivíduos, mas existem alguns indicadores comuns que tutores devem observar. O medo excessivo de pessoas, objetos ou situações específicas é um dos sinais mais evidentes, manifestando-se através de tremores, tentativas de fuga ou comportamento de submissão extrema.

Leia sobre a raça da Juju: Mitos e Verdades sobre Shih Tzu: Você conhece MESMO o dog?

Alterações nos padrões de sono e alimentação também são indicativos importantes. Cães traumatizados podem apresentar insônia, pesadelos ou sono excessivo como forma de escape. Quanto à alimentação, alguns animais podem recusar comida por longos períodos, enquanto outros podem desenvolver comportamentos compulsivos relacionados à comida, especialmente se passaram por privação alimentar.

  • Comportamentos de evitação: esconder-se, recusar interação, isolamento social
  • Sinais de estresse: respiração ofegante sem exercício, salivação excessiva, tremores
  • Alterações na toilette: fazer necessidades em locais inadequados mesmo sendo treinado
  • Comportamentos destrutivos: mastigar objetos, arranhar portas, vocalização excessiva
  • Regressão comportamental: voltar a comportamentos de filhote mesmo sendo adulto

Os sinais físicos não devem ser negligenciados. Muitos cães traumatizados apresentam problemas de saúde decorrentes do estresse crônico, como problemas digestivos, queda de pelo, feridas auto-infligidas por lambedura excessiva e supressão do sistema imunológico. A combinação desses sintomas comportamentais e físicos oferece um panorama completo da condição do animal.

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Juju em sua visita ao veterinário. Imagem: reprodução

 

Como ajudar um cachorro traumatizado a se recuperar

A recuperação de um cachorro traumatizado requer uma abordagem multifacetada que combina técnicas comportamentais, criação de um ambiente seguro e, quando necessário, intervenção veterinária especializada. O primeiro passo fundamental é estabelecer uma rotina previsível e tranquila, oferecendo ao animal a segurança de saber o que esperar de cada momento do dia. Mudanças bruscas ou surpresas devem ser evitadas durante as primeiras semanas de adaptação.

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Técnicas de dessensibilização e contracondicionamento

A dessensibilização gradual é uma das técnicas mais eficazes para tratar traumas caninos. Consiste em expor o animal de forma controlada e gradual aos estímulos que causam medo, sempre respeitando seu limite de tolerância. Por exemplo, se o cão tem medo de pessoas, o processo pode começar com a presença de uma pessoa a uma distância segura, aumentando gradualmente a proximidade conforme o animal demonstra sinais de relaxamento.

O contracondicionamento trabalha simultaneamente, associando os estímulos que causam medo a experiências positivas. Quando o cão vê uma pessoa, imediatamente recebe um petisco especial ou brincadeira favorita. Com o tempo, o cérebro do animal passa a associar a presença humana com coisas boas, substituindo gradualmente a resposta de medo por anticipação positiva.

Criando um ambiente seguro

O ambiente físico desempenha um papel crucial na recuperação. Cães traumatizados precisam de um refúgio onde possam se esconder quando se sentirem sobrecarregados – isso pode ser uma caixa de transporte com a porta aberta, uma cama em um canto tranquilo da casa ou até mesmo um espaço sob uma mesa. Nunca force o animal a sair de seu esconderijo, pois isso pode agravar o trauma e quebrar a confiança que está sendo construída.

A casa deve ser mantida em um ambiente calmo, evitando ruídos altos, movimentos bruscos e muitas visitas durante o período inicial de adaptação. Música suave ou sons da natureza podem ajudar a criar uma atmosfera relaxante. É importante que todos os membros da família estejam alinhados com as técnicas de recuperação, mantendo consistência no tratamento.

Quando buscar ajuda profissional

Embora muitos tutores possam ajudar seus cães traumatizados através de técnicas básicas, casos mais severos requerem intervenção profissional. Veterinários comportamentalistas e adestradores especializados em reabilitação possuem conhecimento técnico e experiência para desenvolver planos de tratamento personalizados. Sinais que indicam a necessidade de ajuda profissional incluem agressividade, comportamentos autodestrutivos persistentes e ausência de progresso após várias semanas de tentativas de reabilitação caseira.

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A importância da socialização na recuperação

A socialização desempenha um papel fundamental na recuperação de um cachorro traumatizado, mas deve ser conduzida de forma extremamente cuidadosa e gradual. O caso da Juju demonstra como a presença de Aurora, a spitz alemã da família, tem sido crucial em seu processo de recuperação. Cães bem-equilibrados podem servir como “mentores” para animais traumatizados, demonstrando através do exemplo que o ambiente é seguro e que os humanos não representam ameaça.

A socialização com outros cães deve começar de forma controlada, preferencialmente com animais conhecidos por seu temperamento calmo e equilibrado. Encontros devem ser breves inicialmente, sempre monitorados e interrompidos ao primeiro sinal de estresse do animal traumatizado. O ambiente deve ser neutro e espaçoso, permitindo que o cão tenha rotas de fuga caso se sinta sobrecarregado.

Quanto à socialização com humanos, o processo deve ser ainda mais gradual. Começar com pessoas do núcleo familiar, sempre respeitando o espaço do animal e permitindo que ele tome a iniciativa do contato. Forçar interações pode ser contraproducente e retardar significativamente o processo de recuperação. A paciência é fundamental, alguns cães podem levar meses para confiar plenamente em novos humanos, e isso é completamente normal considerando o trauma vivenciado.

 

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Barbara Andrade – Arquiteta (@arquitetababiandrade)

 

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