No tempo em que a esfinge ainda era jovem e os faraós reinavam, um companheiro de quatro patas – silencioso e aguçado – emergia na história. Essa é a saga extraordinária do Basenji, um dos cães mais antigos e intrigantes do mundo, cuja linhagem remonta a cerca de 5.000 anos.
Tão misteriosos quanto a língua perdida dos hieróglifos, os Basenjis guardam segredos antigos, despertando a curiosidade de historiadores e entusiastas de cães em todo o mundo.
Ao longo das próximas linhas, vamos desvendar juntos os fios da história, viajando de volta no tempo para as sociedades antigas do continente africano e a fascinante herança do Basenji.
Com DNA mítico, gravuras em pedras ancestrais, e laços surpreendentes com civilizações primitivas, a história deste cão único é tão inusitada quanto sua notável característica de não latir, um traço que lhe rendeu o apelido carinhoso de “cão que não late”.
Vamos desvendar a história do Basenji, o enigmático “cão que não late” e o papel que ele desempenhou nas sociedades antigas.
O Basenji na História Antiga 📜
Os Basenjis, com sua aparência distintiva e habilidades de caça aguçadas, são retratados em antigas gravuras de pedra do Egito dos faraós, datadas de cerca de 5000 anos atrás.
A presença desses cães nas artes egípcias antigas sugere que eles foram altamente valorizados na sociedade antiga.
- Gravuras em Pedra: As representações artísticas do Basenji são encontradas em tumbas egípcias como a de Khufu e Khafre, datadas de aproximadamente 2400 a.C. Estas gravuras mostram cães com uma postura ereta, orelhas pontudas e caudas enroladas – características típicas dos Basenjis.
- Valor e Função: Em muitas sociedades antigas, o Basenji era muito mais do que apenas um animal de estimação. Eles eram usados para caçar e eram frequentemente representados com coleiras, o que implica que tinham um status especial.
A Conexão africana: Basenji e o Congo
Acredita-se que o Basenji tenha suas raízes na África Central, especificamente nas regiões florestais do Congo. Os cães que vemos hoje são descendentes diretos desses antigos companheiros.
- Adaptação e Sobrevivência: Nas florestas densas do Congo, o Basenji desenvolveu suas habilidades únicas de sobrevivência. O seu comportamento independente, suas habilidades de caça excepcionais e a sua incomum falta de latidos são todas características que foram moldadas por este ambiente desafiador.
- A Descoberta Moderna: Não foi até os anos 1930 que os Basenjis foram redescobertos pelo mundo ocidental. Os exploradores ficaram fascinados por esses cães únicos e começaram a levá-los para a Europa e a América.
Como o Basenji se tornou conhecido como o “cão que não late”?
Você já ouviu falar de um cão que não late? Vamos descobrir como essa característica notável surgiu e por que o Basenji se tornou conhecido como o “cão que não late”.
Os Basenjis são únicos no mundo canino por um motivo intrigante: ao contrário de outros cães, eles não latem. Mas isso não significa que eles sejam completamente silenciosos.
Os Basenjis produzem um som vocal único, muitas vezes descrito como uma mistura de um uivo, um grito e um riso. Este som peculiar, chamado “yodel” ou “barroo”, é exclusivo da raça Basenji.
A falta de latido do Basenji é atribuída a uma diferença física: a forma da sua laringe. Esta peculiaridade anatômica impede que eles produzam o som típico de latido que a maioria dos cães faz.
Os Basenjis foram usados pelos povos locais como cães de caça. Acredita-se que sua tendência a não latir foi uma vantagem nesse papel, permitindo-lhes se aproximar silenciosamente da presa.
A falta de latidos do Basenji é uma curiosa mistura de biologia, evolução e necessidade prática. Esta característica singular, juntamente com sua independência e inteligência, faz do Basenji uma raça de cão verdadeiramente única.
O Basenji na literatura: Existem menções históricas desta raça?
Em nossa jornada através das páginas da literatura, descobrimos que o Basenji, frequentemente chamado de “cão que não late”, tem uma presença marcante.
Apesar de não ser tão comum quanto algumas outras raças em narrativas históricas ou ficcionais, o Basenji tem suas próprias aparições literárias distintas.
Origens históricas do Basenji na literatura antiga
Os Basenjis são retratados em antigas obras de arte, como gravuras em pedra e pinturas em túmulos, mas infelizmente, menções literárias específicas a esta raça na antiguidade são escassas ou inexistentes.
No entanto, a presença do Basenji na arte antiga sugere que ele pode ter aparecido em contos e lendas não documentados da época.
Origens históricas do Basenji nas Obras Modernas
No mundo literário moderno, o Basenji tem algumas aparições notáveis.
- “Goodbye, My Lady” é um romance de 1954 escrito por James H. Street. A história, posteriormente adaptada para o cinema, apresenta um Basenji como um personagem central. O livro e o filme ajudaram a aumentar a popularidade do Basenji na América.
- O livro “The Basenji Revelation” de Eugene L. Conrotto explora a origem e a história desta raça intrigante.
- “The Basenji” de Robert J. Cole é um recurso abrangente para os amantes desta raça, proporcionando uma visão detalhada da história do Basenji, sua personalidade, necessidades de cuidados e muito mais.
- O Basenji também aparece na literatura infantil. “Qtutu Follows Through: Tales of an African Basenji” de Vincent G. Perry é uma coleção de histórias curtas destinadas a ensinar as crianças sobre esta raça única de cão.
O Encanto silencioso do Basenji
Os Basenjis desfrutam de uma popularidade estável em todo o mundo. Seu tamanho médio, aparência distinta, saúde geralmente robusta e baixos níveis de ruído os tornam atraentes para muitos amantes de cães.
De acordo com o American Kennel Club (AKC), o Basenji ocupa um lugar intermediário na lista de popularidade das raças, o que significa que há um interesse constante nesta raça.
O Basenji é cada vez mais apreciado por sua natureza limpa, energia contida e o único ‘yodel’ que substitui o latido. Estas características, juntamente com uma crescente apreciação por raças ‘exóticas’ e históricas, podem levar a uma maior popularidade do Basenji.
- Veja também: 13 Mistura de raças de cachorros com Basset Hound
- Veja mais: Cães sem rabo: Conheça 7 raças de cachorros sem rabo