Um estudo científico publicado recentemente na revista PLOS One identificou que certas raças de cães têm predisposição significativamente maior a desenvolver feocromocitoma, um raro e potencialmente fatal tumor na adrenal. A pesquisa analisou registros veterinários de mais de dois milhões de cães no Reino Unido e revelou que algumas raças apresentam até 30 vezes mais risco de desenvolver essa condição.

Estudo revela raças com maior risco de tumor adrenal
De acordo com a pesquisa, o Soft-Coated Wheaten Terrier lidera a lista de raças predispostas, com uma probabilidade 30,9 vezes maior de desenvolver esse tumor em comparação a outras raças. Em seguida aparecem o Pointer Alemão, com risco 11 vezes maior, e o Miniatura de Schnauzer, com risco 4,7 vezes maior.

Por outro lado, o Cocker spaniel inglês e o Labrador Retriever demonstraram menor predisposição a esse tipo de tumor. A análise também identificou que, de modo geral, cães da família Terrier são mais propensos ao feocromocitoma, assim como já são conhecidos por terem maior predisposição a outros tumores endócrinos.
Além da raça, outros fatores de risco identificados incluem ser um macho castrado e estar na faixa etária entre 9 e 15 anos. Cães mais jovens demonstraram menor probabilidade de desenvolver esses tumores adrenais.
Avanço na saúde: Inovação Brasileira que Promete Aumentar a Vida dos Cães Idosos – Veja!
Sintomas e diagnóstico do tumor adrenal em cães
O feocromocitoma é um tumor que se desenvolve na parte interna das glândulas adrenais e caracteriza-se pela superprodução de hormônios, especialmente aqueles envolvidos na resposta de “luta ou fuga”. Isso leva à superestimulação do sistema cardíaco, podendo causar complicações graves.
Os sintomas são facilmente confundidos com outras condições mais comuns, o que dificulta a identificação precoce. Entre os sinais que os tutores devem ficar atentos estão:
- Hipertensão
- Colapso
- Aumento da frequência cardíaca
- Ritmo cardíaco irregular
O estudo revelou que o risco de diagnóstico de feocromocitoma é até 25 vezes maior em cães do que em humanos. Surpreendentemente, quase metade dos casos são assintomáticos, sendo frequentemente detectados apenas durante avaliações abdominais para outros problemas ou após o falecimento do animal.
Conheça: Outubro rosa: veja 7 sintomas de câncer de mama em cadelas
Importância da detecção precoce e tratamento
A detecção antecipada é fundamental para o prognóstico positivo. Após a remoção cirúrgica do tumor, muitos cães podem viver por anos adicionais com qualidade de vida. Sem a remoção, o feocromocitoma geralmente é fatal.
“Embora seja um diagnóstico raro em cães a nível populacional, o feocromocitoma traz enormes impactos no bem-estar dos cães diagnosticados e seus tutores”, afirmou o co-autor do estudo, Dr. Dan O’Neill, professor de epidemiologia animal de companhia do Royal Veterinary College.
O especialista acrescentou: “Tutores de raças predispostas como Soft-Coated Wheaten Terrier, Pointer Alemão e Miniatura de Schnauzer, bem como médicos veterinários, agora têm o poder dos dados como um sistema de alerta avançado sobre o risco aumentado, possibilitando diagnósticos mais precoces e melhores resultados.”
Diante desses resultados, veterinários recomendam que tutores das raças identificadas como de maior risco estejam atentos aos sinais e realizem check-ups regulares, especialmente quando o animal atinge a idade de maior risco. A vigilância mais rigorosa pode ser a diferença entre um diagnóstico precoce, com boas chances de tratamento, e consequências potencialmente fatais.