A prática de apresentar animais de estimação como se fossem animais de serviço ou apoio emocional cresceu tanto que virou uma ameaça real aos direitos de pessoas com deficiência. Para conter abusos e restaurar a credibilidade do sistema, surge uma proposta de lei que estabelece punições para quem fraudar esse direito.
O Problema: Animais Sem Treinamento em Locais Inadequados
Animais de serviço são treinados para auxiliar pessoas com deficiência em tarefas específicas. Quando pets comuns, sem qualquer preparo, são levados a restaurantes, hospitais ou transporte público, os riscos se multiplicam: comportamentos inadequados, ameaças à higiene e até confrontos com animais de serviço legítimos.

Além disso, esses casos geram desconfiança generalizada. Comerciantes, especialmente em setores como hotelaria e alimentação, relatam prejuízos e insegurança jurídica ao lidar com suspeitas de fraude, temendo violar direitos se questionarem clientes.
Descubra aqui a diferença entre: Animal de serviço x Animal de apoio emocional: qual é a diferença?
O Que Muda com a Nova Lei
A proposta de lei prevê:
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Multas: Começando em 200 dólares, podendo chegar a 500 ou mais em caso de reincidência.
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Fiscalização colaborativa: Comerciantes, ONGs e o público poderão denunciar fraudes, e haverá mecanismos específicos para investigação.
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Material educativo: Placas e folhetos para orientar estabelecimentos e o público sobre a diferença entre animais de serviço e pets comuns.
A medida busca criar um ambiente seguro e acessível para quem realmente depende desses animais, ao mesmo tempo em que oferece respaldo legal para impedir abusos.
Animais de Apoio Emocional: Regras Mais Rígidas para Moradia
A lei também aborda o uso de animais de apoio emocional (AAEs) em residências alugadas. Hoje, basta um atestado médico para garantir esse direito, o que abriu espaço para fraudes. Agora, será exigido:
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Relatório médico detalhado.
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Acompanhamento terapêutico contínuo por pelo menos 30 dias.
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Responsabilização do profissional que emitir laudos sem critério: multas severas para médicos coniventes.
A ideia é proteger quem realmente precisa de um AAE e coibir a indústria de atestados fáceis.
Definição Legal: O Que É Um Animal de Serviço?
A proposta alinha a definição local com as normas nacionais: um animal de serviço é aquele treinado individualmente para realizar tarefas específicas para pessoas com deficiência. Isso exclui animais de conforto emocional e pets comuns, mesmo que bem-comportados.
A verificação de um animal de serviço, por lei, se limita a duas perguntas:
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O animal é necessário devido a uma deficiência?
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Que tarefa ele foi treinado para executar?
É proibido exigir documentos, demonstrar habilidades ou expor informações sobre a deficiência.
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Direitos e Responsabilidades Claras
A nova lei garante acesso irrestrito a pessoas com deficiência e seus animais de serviço, mas reforça a responsabilidade do tutor. Mesmo animais legítimos podem ser removidos de um local se estiverem fora de controle, causando riscos ou desconforto.
O treinamento não precisa ser feito por instituições especializadas — a própria pessoa com deficiência pode treinar seu cão, desde que ele se comporte adequadamente em público.
Por Que Essa Lei é Necessária
A intenção não é restringir direitos, e sim protegê-los. Fraudes com falsos animais de serviço enfraquecem a confiança no sistema, colocam em risco a segurança dos espaços públicos e prejudicam pessoas com deficiências invisíveis.
A proposta foi construída com apoio de ONGs, profissionais da saúde, treinadores e empresários, e busca um equilíbrio entre inclusão e responsabilidade.
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