Cachorro no restaurante causa polêmica: o que diz a lei?

Um caso recente viralizou nas redes sociais e reacendeu um debate importante: afinal, cachorro no restaurante é permitido ou não? A polêmica começou quando um homem confrontou uma tutora que estava com seu Mastiff Tibetano em um restaurante fast-food nos Estados Unidos, gerando discussões acaloradas sobre os limites entre direitos dos tutores e normas de higiene pública.

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Imagem de um cão/ Foto: iStock

O incidente, compartilhado no Reddit, dividiu opiniões e trouxe à tona questões fundamentais sobre a presença de pets em estabelecimentos comerciais. No Brasil, essa discussão ganha contornos ainda mais complexos, envolvendo legislação específica, questões sanitárias e os direitos das pessoas com deficiência que dependem de cães de serviço.

O caso que dividiu a internet

Tudo começou quando um usuário do Reddit, identificado como SoCalGiraffe, compartilhou sua experiência frustrante em um restaurante fast-food. Ao retornar à sua mesa após buscar uma bebida, encontrou pelos de cachorro flutuando sobre sua comida, vindos de um grande Mastiff Tibetano que estava próximo às mesas.

O restaurante tinha uma política clara de “não permitir pets”, e o animal não parecia ser um cão de serviço. Quando o homem pediu educadamente para que a tutora se retirasse ou fosse para área externa, ela se recusou, alegando que ele próprio poderia mudar de lugar se não gostasse da situação. A discussão escalou até que funcionários intervieram e solicitaram que a mulher se retirasse.

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Cachorro com tutora em restaurante, imagem ilustrativa/ Foto

O caso gerou mais de mil comentários no Reddit, com opiniões divididas. Enquanto muitos apoiaram a atitude do homem, citando questões de higiene e respeito às regras do estabelecimento, outros questionaram se a confrontação foi necessária, especialmente considerando que algumas deficiências são invisíveis e nem todos os cães de serviço são facilmente identificáveis.

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Legislação brasileira sobre cachorro no restaurante

No Brasil, as regras sobre cachorro no restaurante são estabelecidas principalmente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelos códigos sanitários municipais. De forma geral, a entrada de animais em estabelecimentos que manipulam alimentos é proibida, exceto em casos específicos previstos em lei.

A RDC 216/2004 da Anvisa estabelece que animais não devem ter acesso às áreas de manipulação, armazenamento e consumo de alimentos. Esta norma visa proteger a saúde pública, evitando contaminação cruzada e a transmissão de doenças. Restaurantes que descumprem essa regra podem ser multados ou até mesmo ter suas atividades suspensas.

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Imagem produzida por IA de cachorro em restaurante/ Foto: Freepik

No entanto, alguns municípios têm criado exceções para estabelecimentos que se declaram “pet-friendly” e atendem requisitos específicos, como áreas separadas para pets, higienização adequada e treinamento de funcionários. Mesmo nesses casos, a presença do cachorro no restaurante deve seguir regras rigorosas de higiene e comportamento.

Vigilância sanitária e fiscalização

A fiscalização do cumprimento dessas normas é responsabilidade dos órgãos de vigilância sanitária municipal. Estabelecimentos que permitam animais irregularmente podem receber advertências, multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, interdição temporária ou definitiva, e até cancelamento do alvará de funcionamento.

Veja aqui: Pets poderão visitar pacientes em hospitais, é o que propões lei. Veja aqui

Cães de serviço: a exceção que confirma a regra

A principal exceção legal para ter cachorro no restaurante são os cães-guia e cães de serviço, protegidos pela Lei Federal 11.126/2005 e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). Estes animais têm acesso garantido a todos os locais públicos e privados de uso coletivo, incluindo restaurantes, sem qualquer cobrança adicional.

Os cães de serviço são treinados especificamente para auxiliar pessoas com diferentes tipos de deficiência, não apenas deficiência visual. Podem incluir cães para pessoas com deficiência auditiva, mobilidade reduzida, diabetes, epilepsia e até mesmo transtornos psicológicos como PTSD. O importante é que tenham treinamento especializado para realizar tarefas específicas.

Uma questão controversa é a identificação desses animais. No Brasil, não existe registro oficial obrigatório para cães de serviço, e a pessoa com deficiência não é obrigada a portar documentação específica. Estabelecimentos podem questionar se o animal é um cão de serviço e que tipo de trabalho ele realiza, mas não podem exigir documentação ou solicitar demonstração das habilidades do animal.

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Questões de saúde e higiene em estabelecimentos alimentares

A proibição de cachorro no restaurante não é arbitrária, mas baseada em sólidas razões sanitárias.

Além dos riscos microbiológicos, há questões relacionadas a alergias. Muitas pessoas sofrem de alergias severas a pelos de animais, e a presença de cães em restaurantes pode desencadear reações que variam desde desconforto respiratório até choque anafilático. Pelos soltos no ambiente, como no caso relatado, representam um risco real para alérgicos.

Os restaurantes também precisam considerar aspectos comportamentais. Animais podem se assustar com ruídos, multidões ou outros cães, resultando em comportamentos imprevisíveis que podem causar acidentes, derrubar pratos quentes ou assustar outros clientes. Por isso, mesmo estabelecimentos pet-friendly mantêm regras rigorosas sobre o comportamento dos animais.

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