Os animais de estimação mais populares do mundo estão se aproximando em aparência e isso não é coincidência.
Um novo estudo mostra que cães e gatos domesticados estão evoluindo para ter traços semelhantes, como focinhos achatados e olhos grandes.
Mas essa mudança tem pouco a ver com a natureza e muito com as preferências dos humanos.
Cães e gatos estão ficando parecidos?

A pesquisa realizada pela bióloga evolucionária Abby Grace Drake revela um fenômeno curioso: a seleção artificial promovida por humanos está tornando cães e gatos cada vez mais parecidos fisicamente.
Mesmo sendo espécies bem diferentes e com histórias evolutivas separadas há milhões de anos, certas raças de cães e gatos vêm apresentando características estéticas muito próximas.
Especialistas analisaram mais de 1.800 crânios de cães, gatos e seus ancestrais selvagens.
A conclusão foi clara: nós, humanos, estamos direcionando a aparência desses animais com base em preferências visuais.
Raças como o pug e o gato persa, por exemplo, têm rostos achatados, olhos grandes e redondos, além de corpos mais compactos.
Essas feições “fofas” são justamente as que mais despertam carinho e empatia, um fator que influencia diretamente na hora de escolher um pet.
Esse processo acontece por meio da reprodução seletiva. Criadores priorizam características específicas, e com o tempo, isso molda a estrutura física dos animais.
Assim, a busca por uma aparência mais “fofa” e infantilizada acabou aproximando cães e gatos, ao menos visualmente.
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Quais os impactos dessa mudança e por que ela preocupa?
Apesar de parecer algo inofensivo, essa semelhança crescente entre cães e gatos não vem sem consequências.
Muitas das características físicas valorizadas hoje pelos tutores causam problemas sérios de saúde para os animais.
Um exemplo claro é o focinho achatado, comum em raças braquicefálicas, como o bulldog e o gato himalaio.
Essa característica compromete a respiração, gera dificuldade para regular a temperatura do corpo e pode afetar até o apetite.
A tendência estética também limita a diversidade genética. Quando se priorizam sempre os mesmos traços, a diversidade genética se reduz, aumentando a incidência de doenças hereditárias.
Isso levanta um alerta sobre o papel dos humanos não só na criação, mas também na qualidade de vida desses pets.
Outro ponto relevante é o comportamento. Cães e gatos não estão apenas ficando parecidos fisicamente, algumas raças também estão sendo moldadas para se comportarem de maneira mais próxima.
A ideia de um gato mais sociável, que interaja como um cão, ou de um cachorro mais independente, por exemplo, parte de expectativas humanas sobre o pet ideal.
Portanto, essa aproximação entre cães e gatos vai além da aparência: revela como a domesticação continua moldando a evolução dos animais, com base nas nossas escolhas e preferências.
E embora seja fascinante ver essas transformações, é fundamental refletir sobre os limites entre estética e bem-estar animal.
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Cães e gatos estão mudando para atender aos nossos gostos, mas isso exige responsabilidade.
Mais do que aparência, o bem-estar deles precisa sempre estar em primeiro lugar.