Projeto de Lei visa proibir tatuagens e piercings estéticos em cães e gatos; saiba mais

Nos últimos anos, a personalização estética de cães e gatos ganhou espaço, especialmente com a adoção de tatuagens e piercings nesses animais. 

Embora para alguns isso represente uma forma de expressão ou afeto, o tema levanta discussões importantes sobre o bem-estar dos pets e os limites entre cuidado e maus-tratos. 

Para evitar procedimentos que possam causar sofrimento ou prejuízo à saúde dos animais, uma proposta legislativa avançou no Congresso Nacional. 

Quer entender como essa iniciativa pode impactar a vida dos tutores e dos próprios animais? Continue lendo para saber mais sobre esse tema relevante.

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Projeto de Lei visa proibir tatuagens e piercings estéticos em cães e gatos

Projeto de Lei visa proibir tatuagens e piercings estéticos em cães e gatos
Cachorro com uma grande tatuagem no corpo. Foto: Reprodução Redes Sociais

O Senado Federal aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei 4206/2020, que proíbe a realização de tatuagens e a colocação de piercings em cães e gatos para fins puramente estéticos. 

Originada na Câmara dos Deputados, a proposta altera a Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), tornando crime ambiental a prática de perfurar a pele ou tatuar animais domésticos sem justificativa médica ou funcional. 

Agora o projeto aguarda sanção presidencial para entrar em vigor em todo o país. A lei prevê detenção de três meses a um ano e multa para quem praticar ou permitir esses procedimentos, com aumento de pena caso o ato resulte na morte do animal. 

Essa medida visa proteger os animais de intervenções invasivas que não trazem benefício à sua saúde e bem-estar.

Tatuagens e piercings podem ser um tipo de humanização negativa

A humanização é o processo de atribuir características, comportamentos e necessidades humanas aos animais de estimação. 

Embora demonstre afeto, quando extrapolada pode levar à humanização negativa, que ocorre quando o tratamento do pet deixa de respeitar sua natureza biológica e necessidades específicas. Essa prática pode causar sofrimento físico e psicológico aos animais, mesmo que realizada com boas intenções.

É fundamental compreender que cães e gatos possuem comportamentos, sensações e limites próprios, que diferem dos humanos. 

Ao impor hábitos, modismos ou intervenções estéticas incompatíveis com sua fisiologia e psicologia, como as tatuagens e os piercings, a humanização negativa contribui para o desenvolvimento de problemas de saúde e comportamentais.

As principais consequências da humanização negativa são:

  • Estresse crônico devido à imposição de situações ou práticas incompatíveis com o animal;
  • Alterações comportamentais, como ansiedade, agressividade ou apatia;
  • Sobrecarga do sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a doenças;
  • Prejuízo na comunicação natural com o tutor e outros animais;
  • Dificuldade na adaptação ao ambiente e às necessidades básicas, como alimentação e exercícios.

Evitar a humanização negativa é essencial para garantir que os pets recebam cuidados alinhados à sua biologia, promovendo saúde e qualidade de vida.

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Consequências das tatuagens e procedimentos estéticos

Do ponto de vista científico, os procedimentos estéticos invasivos em cães e gatos podem acarretar diversos problemas que comprometem a saúde e o bem-estar. 

Entre as principais consequências, destacam-se:

  • Infecções locais e sistêmicas: A perfuração da pele para tatuagens ou piercings cria um ponto de entrada para bactérias e fungos, podendo causar infecções graves, abscessos e até septicemia.
  • Inflamação e dor: A reação inflamatória é uma resposta natural do organismo a qualquer lesão, porém em procedimentos estéticos essa inflamação pode ser intensa, causando vermelhidão, inchaço, desconforto e dor persistente.
  • Rejeição e formação de granulomas: O corpo pode reagir ao material implantado (como o piercing), formando nódulos inflamados chamados granulomas, que são difíceis de tratar e podem exigir intervenção cirúrgica.
  • Lesão de nervos e vasos sanguíneos: Durante a perfuração, há risco de atingir estruturas importantes, provocando danos que podem comprometer funções sensoriais ou causar sangramentos.
  • Trauma psicológico: O desconforto físico associado aos procedimentos pode gerar estresse, medo e mudanças comportamentais como agressividade ou apatia, refletindo em prejuízo na qualidade de vida.
  • Complicações a longo prazo: Cicatrizes, processos inflamatórios crônicos e possíveis complicações sistêmicas podem se manifestar, dificultando a recuperação e causando sofrimento contínuo.

Essas consequências evidenciam que tatuagens e piercings não são procedimentos neutros ou inofensivos para os animais. 

Pelo contrário, representam riscos reais que justificam a proibição e o alerta aos tutores e profissionais.

Diga não aos maus-tratos!!!

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