Cachorro cururu: conheça a síndrome da espinha curta e como tratar?

A primeira vista os cães cururu parecem até coisa de inteligência artificial, pois têm um aspecto muito diferente. A síndrome da espinha curta (SEC) é uma condição rara que afeta o desenvolvimento ósseo dos cães, tornando-os visivelmente diferentes dos demais. Os animais com esta condição apresentam características físicas distintas que, apesar de limitadoras em alguns aspectos, não impedem que tenham uma vida feliz e saudável quando recebem os cuidados adequados.

Tilly, cadela que sofre com a Síndrome da espinha curta. Imagem: Instagram/ @tillythefriendlyloaf

O que é a síndrome da espinha curta em cães?

A síndrome da espinha curta é uma patologia congênita rara que provoca uma má formação óssea, afetando principalmente as vértebras da coluna do animal. Sob esta condição, as vértebras não se desenvolvem completamente até o endurecimento ósseo normal, permanecendo no estágio de cartilagem.

Esta formação incompleta faz com que as vértebras sejam comprimidas, resultando no encurtamento significativo da coluna vertebral. Em alguns casos, podem ocorrer hemivértebras (vértebras com formato anormal), agravando ainda mais a condição.

O termo popular “cachorro cururu” vem de uma palavra arcaica que significa “corcunda”, fazendo referência à aparência característica destes cães, que possuem uma elevação saliente na região da cernelha (entre os ombros e a base do pescoço).

2 cachorro cururu entenda a sindrome que causa encurtamento em caes
Pastor Alemão com sindrome da coluna encurtada. Foto: Facebook/ Quasi The Great

Principais características e sintomas da SEC

Aparência física dos cães com SEC

Os cães com síndrome da espinha curta apresentam um conjunto único de características físicas que os tornam facilmente identificáveis:

  • Ausência aparente de pescoço, com a cabeça parecendo estar diretamente conectada ao corpo
  • Coluna vertebral visivelmente mais curta que o normal
  • Região posterior (garupa) mais baixa que em cães saudáveis
  • Cauda curta e frequentemente torcida, com pelos emaranhados
  • Tórax mais largo e musculoso, lembrando um “peito de barril”
  • Número reduzido de costelas em comparação a cães sem a condição

 

 
 
 
 
 
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Limitações de movimento e mobilidade

Devido à compressão e possível fusão das vértebras, os cães com SEC apresentam redução significativa na flexibilidade da coluna. Isso resulta em movimentos mais rígidos e dificuldade para virar a cabeça ou realizar movimentos que exijam flexibilidade da coluna vertebral.

Estas limitações podem dificultar atividades simples como subir escadas, pular em móveis ou abaixar a cabeça para se alimentar e beber água. No entanto, com adaptações adequadas, esses cães aprendem a compensar suas limitações e conseguem realizar a maioria das atividades cotidianas.

Causas e prevenção da síndrome da espinha curta

A endogamia (cruzamento entre animais aparentados) é apontada como uma das principais causas da síndrome da espinha curta. Esta prática irresponsável de reprodução aumenta significativamente o risco de manifestação de doenças genéticas recessivas, como a SEC.

Embora não existam dados conclusivos sobre quais raças são mais predispostas à condição, a SEC tende a ser mais comum em cães de médio e grande porte. A prevenção mais eficaz consiste em evitar o cruzamento entre animais aparentados e realizar avaliações genéticas antes do acasalamento.

Leia mais sobre esse assunto: Cachorro Irmão Pode Cruzar? ENTENDA! – Portal do Dog

Criadores responsáveis devem sempre priorizar a saúde genética dos filhotes, evitando perpetuar condições como a SEC no pool genético das raças. A diversidade genética é fundamental para reduzir a incidência de doenças hereditárias.

Diagnóstico da SEC em cães

O diagnóstico da síndrome da espinha curta começa com a avaliação clínica do paciente, onde o veterinário observa as características físicas típicas da condição. No entanto, a confirmação definitiva é feita através de exames de imagem:

As radiografias são geralmente o primeiro recurso utilizado, permitindo visualizar as alterações na coluna vertebral. Em casos que demandam investigação mais detalhada, podem ser solicitados exames mais avançados como tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Estes exames de imagem possibilitam avaliar a estrutura óssea alterada e possíveis compressões medulares que podem estar associadas à condição e exigir intervenções específicas.

Tratamentos e cuidados especiais

Não existe cura para a síndrome da espinha curta, uma vez que se trata de uma condição congênita que afeta a estrutura óssea do animal. No entanto, diversos tratamentos e cuidados podem proporcionar melhor qualidade de vida aos cães afetados.

Em casos onde há compressão medular associada à SEC, podem ser necessários tratamentos cirúrgicos específicos para descomprimir a medula espinhal. Estas intervenções devem ser realizadas por veterinários especialistas em ortopedia ou neurocirurgia.

Leia sobre fisioterapia em cães: Fisioterapia para cães: como funciona e quais são os benefícios

A fisioterapia desempenha papel fundamental no tratamento de cães com SEC, ajudando a manter a mobilidade, fortalecer a musculatura e prevenir problemas secundários. Sessões regulares de alongamento, massagens terapêuticas e exercícios controlados são altamente recomendados.

Adaptações para o dia a dia

Tutores de cães com síndrome da espinha curta precisam implementar algumas adaptações no ambiente doméstico:

  • Instalação de rampas ou degraus para acesso a sofás, camas e outros móveis
  • Utilização de comedouros e bebedouros elevados, no nível da cabeça do animal, para facilitar a alimentação
  • Evitar pisos escorregadios que possam causar quedas e lesões
  • Preferência por coleiras peitorais em vez de coleiras de pescoço, reduzindo a pressão sobre a região cervical
  • Camas ortopédicas que ofereçam suporte adequado para a coluna

Qualidade de vida de cães com síndrome da espinha curta

Apesar das alterações conformacionais e das limitações físicas, os cães com síndrome da espinha curta geralmente têm boa qualidade de vida quando recebem os cuidados adequados. A história da cadela Tilly Bean, mencionada no início deste artigo, é um exemplo de como esses animais podem viver bem, mesmo com a condição.

 

É importante que tutores de cães com SEC estejam atentos a sinais de dor ou desconforto, principal

 

 
 
 
 
 
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mente relacionados à coluna vertebral. Consultas veterinárias regulares são essenciais para monitorar a condição e adaptar o tratamento conforme necessário.

Com amor, paciência e os cuidados apropriados, estes cães conseguem se adaptar às suas limitações e viver uma vida plena e feliz. As adaptações ambientais, aliadas a tratamentos de suporte, permitem que eles expressem comportamentos naturais e desfrutem de boa qualidade de vida, apesar das particularidades físicas.

 

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