Recentemente uma história de adoção muito bacana ocorreu na Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) de Florianópolis. Um cachorro surdo de 11 meses foi devolvido por uma família logo depois de descobrirem o seu problema. A parte bacana? O bichinho foi adotado por um jovem que possui a mesma característica física.

Doutorando em estudos da tradução na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), João Gabriel Duarte Ferreira reside com outras três pessoas, sendo dois surdos e um filho de pais surdos. Os colegas já contam com a companhia de uma cadeia. No entanto, o estudante estava a procura de um pet com surdez, como eles.

Sendo assim, um dos colegas conheceu a história do cachorro na rede social da Dibea. Prontamente, ele contou tudo para João. O cachorro surdo Jögan foi adotado com pouco mais de um mês e meio de vida. Todavia, a família não se adaptou a dificuldade auditiva e devolveu o animal em poucas semanas.

Sendo assim, o jovem entrou em contato com a entidade e se colocou a disposição para ser o novo tutor. O processo de avaliação se sucedeu por 72 horas e o pet já está acomodado na nova casa.

Cachorro surdo é aceito e compreendido no novo lar

Além disso, a história ganhou repercussão e virou notícia no portal da Rede Globo, o G1. Em entrevista, João Gabriel salientou que está muito feliz com o novo amiguinho e todos tem muita empatia devido a identidade surda. Ele assegurou que o cão também está se adaptando muito bem, uma vez que todos já possuem estratégias para o dia a dia.

O estudante citou que um dos costumes é apagar e acender a luz para chamar a atenção do pet. Só que essa também é uma tática usada para interagir uns com os outros. Outra boa notícia foi que Jögan se deu muito bem com a cadeia, Gabi. O comportamento dócil, tranqüilo e manso do novo morador contribuiu muito nessa tarefa de aproximação.

Todavia, a principal característica do cachorro surdo foi a facilidade de aprendizado. Em poucos dias, Jögan aprendeu alguns gestos referentes a Libras (Língua Brasileira de Sinais). Tais como: sinais para sair de casa, passear, aguardar, entre outros.

Na verdade, o próprio nome Jögan também foi conquistado no novo lar. Anteriormente, o cãozinho se chamava Pirata. “Alguns dias antes de souber da adoção, eu estava lendo sobre Jögan, um tipo de olho. É de anime japonês. Aí apareceu o cachorro com esse olho igualzinho”, explicou João.

Saiba mais sobre a Diretoria de Bem-Estar Animal de Florianópolis

Vale salientar que a Dibea faz um trabalho em defesa dos direitos dos animais. Dos 150 bichos recolhidos, 90% já estão em fase adulta e 40% em situação diferenciada. Ou seja, são animais já idosos ou com algum tipo de deficiência. Há animais cegos e diversos sem pernas, e infelizmente, as pessoas acabam por ignorar cachorros e gatos com essas particularidades.