Muito conhecida como doença do carrapato, a Erliquiose é uma doença infecciosa transmitida pela mordida do carrapato contaminado pela riquetsia Erlichia sp.

Erlichia sp. é um microorganismo do grupo das bactérias (riquétsia). Existe várias espécies de Erlichia, sendo a Erlichia canis a que mais comumente  afeta os cães.

Erliquiose (tanto em homens quanto em cães) geralmente é transmitida através do carrapato-vermelho-do-cão, porém, pode acontecer a transmissão através da transfusão sanguínea.

Depois que a Erlichia entra no corpo através da mordida do carrapato, ele afeta as células na corrente sanguínea do cachorro.

As células brancas (preciosas na luta contra infecções), células vermelhas (necessárias para o transporte de oxigênio no corpo) e as plaquetas (necessárias para ajudar a formar coágulos sanguíneos) podem ser afetadas.

É importante salientar que apesar de homens e cachorros poderem ser afetados, não é conhecida nenhuma transmissão entre o cão e o humano, o carrapato sempre é o transmissor.

Todas as raças caninas são passíveis de adquirir a bactéria, porém algumas raças, principalmente o Pastor Alemão, são mais propícias a desenvolver uma infecção crônica séria.

Fases da Erliquiose

Erliquiose

Foto: Pixabay

A erliquiose pode ter três fases.

1 – Fase aguda da Erliquiose

Sinais da fase aguda da doença geralmente se desenvolvem de 1 à 3 semanas após a picada do carrapato infectado.

A fase aguda da doença geralmente dura de 2 à 4 semanas.

A Erlichia entra nas células brancas do sangue e se reproduzem dentro delas.

Assim, além do sangue, são encontrados nos nódulos linfáticos, baço, fígado e na medula óssea.

Plaquetas, que ajudam na coagulação do sangue, são frequentemente destruídas.

Então, como resultado da infecção, os nódulos linfáticos, o fígado e baço são frequentemente aumentados. Anemia, febre, depressão, letargia, perda de apetite, falta de ar, dor e rigidez nas articulações, contusões são muitas vezes vistos.

Muitos cães serão capazes de combater a infecção. Se não, eles entram na fase subclínica.

2 – Fase subclínica da Erliquiose

Na fase subclínica o animal pode aparentar estar normal ou ter apenas anemia leve. Durante esta fase, a Erlichia vive no interior do baço. Esta fase pode durar meses ou anos. Em última análise, o cão ou elimina a Erlichia do corpo ou a infecção pode progredir para a fase crônica.

3 – Fase crônica da Erliquiose

A fase crônica pode ser leve ou grave.

A perda de peso, anemia, perturbações neurológicas, a hemorragia, inflamação do olho, edema (acumulação de líquido) nas patas traseiras, e febre podem ser vistos.

Os testes de sangue mostram que um ou todos os diferentes tipos de células no sangue são reduzidas.

Um tipo de células, os linfócitos podem aumentar e ser anormal na aparência. Isto pode por vezes ser confundido com certos tipos de leucemia. Se um cão se torna cronicamente infectado, a doença pode voltar, especialmente durante períodos de estresse.

Em alguns casos, a artrite ou uma doença do rim chamada glomerulonefrite pode desenvolver-se.

Uma diminuição do número de plaquetas (plaquetas ajudam a coagular o sangue) é a evidência mais comum em todas as fases da doença.

Erliquiose

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Alterações nos níveis de proteínas no sangue são comuns. A proteína mais comum, albumina, é reduzida e outro tipo de proteína, denominada globulina, é aumentada.

Uma vez que um carrapato pode estar infectado com mais de uma doença (ex.: babesiose), não é de todo incomum ver um cão infectado com mais de uma dessas doenças ao mesmo tempo, o que geralmente provoca sintomas mais graves.

Sintomas de Erliquiose em cães/Doença do Carrapato

  • Apatia
  • Falta de apetite
  • Febre
  • Corrimento Oculonasal
  • Vômitos e diarreia
  • Dispnéia (respiração ofegante)
  • Sangue pelo nariz
  • Dor e rigidez (devido à artrite e dores musculares)
  • Sintomas neurológicos (por exemplo, coordenação motora comprometida, depressão, paralisia, etc)
  • Hematomas pelo corpo
  • Mucosas pálidas (sinal de anemia)

Diagnóstico de Erliquiose em cães

Erliquiose

Foto: Pixabay

O diagnóstico é baseado nos resultados laboratoriais e sinais clínicos.

Através de exames bioquímicos e urinálise procura-se alterações precoces em outros órgãos, principalmente nos rins.

Outros exames mais específicos, como sorologia e PCR, também são comuns na busca de um diagnóstico.

O PCR testa a presença do próprio organismo, não anticorpos contra ele. Infelizmente, não faz distinção entre os organismos vivos e mortos. Então, por esta razão, recomenda-se geralmente realizar PCR, juntamente com um dos testes de anticorpos para fazer um diagnóstico.

Cuidados e Tratamento – Doença do Carrapato

Na ausência de cuidados, a erliquiose torna-se crônica e pode evoluir a morte. O tratamento exige a aplicação de antibióticos durante várias semanas.

A Doxiciclina geralmente é usada e mostrou ser efetiva no tratamento para a doença. Mas se a erliquiose causar outras complicações, estas deverão ser tratadas separadamente, usando outros medicamentos e terapias para alcançar questões secundárias causadas pela presença da Erlichia.

Em um animal com forte anemia, uma transfusão de sangue pode ser necessária.

OBS: Os sintomas da Erliquiose podem ser facilmente confundidos com outras doenças, por isso é primordial que ao notar algo errado você leve o seu cão ao veterinário. Somente o veterinário poderá fazer os exames necessários, diagnosticar o problemas e a partir daí começar o tratamento adequado.

Como prevenir a doença do carrapato

Erliquiose

Foto: Pixabay

A infecção da Erlichia não dá ao seu cão uma imunidade protetora, ou seja, se o seu cão já foi infectado uma vez, e acontecer dele ser mordido novamente por um carrapato infectado, ele poderá desenvolver novamente a doença.

Atualmente não há uma vacina contra erliquiose. Assim, a maneira de se prevenir contra as doenças provenientes do carrapato é um controle apropriado (ex.: remédios e banhos carrapaticidas) combinado com testes periódicos.

Limitar o máximo possível a exposição do cachorro ao carrapato é sempre algo que o dono deve manter em mente. Principalmente no verão e em áreas de grande risco de infecção, o dono deve manter uma rotina diária de inspeção.