Um cachorro de Nova Escócia chamado Indy tornou-se o protagonista surpreendente do filme de terror “Good Boy”, que está gerando grande repercussão no Festival de Sitges 2025. O que torna essa história extraordinária é que Indy não é um cão treinado para atuação, mas sim o animal de estimação do diretor Ben Leonberg, que decidiu transformar seu companheiro de vida em estrela de cinema.

Quem é Indy, o cachorro ator de “Good Boy”
Indy é um cachorro da Nova Escócia que vive uma vida comum como animal de estimação. Antes de sua estreia no cinema, sua maior conquista, segundo seus tutores, era “dormir sobre qualquer superfície disponível”. Ele não foi criado para exibições ou performances profissionais, sendo simplesmente um cachorro de família.
Em entrevista à revista People Magazine, o diretor Ben Leonberg revelou que as primeiras filmagens com Indy aconteceram de forma despretensiosa, como um passatempo familiar. “Nunca planejamos fazer um filme com ele”, explicou Leonberg. “Mas ele tinha algo nos olhos que não podíamos deixar passar.”
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Como um cachorro sem treinamento virou estrela de cinema
Diferente das produções hollywoodianas tradicionais, que utilizam animais altamente treinados, efeitos digitais ou diversos dublês caninos, Ben Leonberg optou por uma abordagem diferente. O diretor construiu toda a narrativa de “Bom menino” um filme que mistura suspense, terror e inocência a partir do comportamento natural de seu próprio cachorro.
O método de filmagem foi completamente adaptado ao ritmo do animal. As cenas eram criadas conforme Indy explorava os ambientes, se distraía ou reagia naturalmente aos estímulos ao seu redor. Isso transformou o processo de produção em algo único: mais de 400 dias de filmagem distribuídos ao longo de três anos.
Os desafios de filmar com um ator canino natural
Leonberg e sua equipe enfrentaram desafios incomuns durante a produção. “Indy não sabe que está em um filme. Ele só sabe que estamos juntos fazendo algo. Isso muda tudo”, comentou o diretor em entrevista à GQ.
A equipe técnica precisou desenvolver soluções criativas, como evitar que Indy tocasse a câmera com o focinho, algo que fazia constantemente, e garantir que os movimentos do equipamento não quebrassem sua concentração. O guião era frequentemente modificado conforme o comportamento do cachorro, transformando a produção em um exercício de paciência e observação.
Sem truques, sem CGI e sem comandos complexos – apenas um cachorro agindo naturalmente enquanto os humanos ao seu redor aprendiam a capturar esses momentos sem interferência. O resultado é um filme que conquistou público e crítica justamente por sua autenticidade.