Estudo traça fatores comuns em casos de fatalidades que envolvem ataques caninos

Há muitas discrepâncias entre a realidade e o sensacionalismo perigoso que ocorre nos casos que envolvem ataques agressivos de cães.

A verdade por trás das mordidas caninas. Foto: Reprodução
A verdade por trás das mordidas caninas. Foto: Reprodução

Tratando o assunto com a devida seriedade e respeito que merece, o Journal of the American Veterinary Association (JAVMA) divulgou em dezembro um estudo que traça os pontos em comum nas fatalidades relacionadas a mordida canina.

Foram analisados os casos de 2000 a 2009, levando em consideração relatórios de investigações policiais e de agências de controle animal, assim como entrevistas com detetives especializados em homicídio.

Diferente do que tem sido perpetuado na mídia, em mais de 80% dos casos a raça não podia ser identificada. Por diversas vezes, a raça noticiada como responsável pelo ataque não correspondia com as informações presentes nos relatórios da polícia.

Em apenas 45 (18%) casos nesse estudo, os pesquisadores puderam determinar que a raça fazia parte de uma raça reconhecida. 20 raças diferentes, assim como dois mix, puderam ser identificadas e conectadas com os 45 incidentes.

Em 90% dos casos, os cães descritos nos ataques eram categorizados em uma raça específica em  pelo menos uma reportagem. O que vai contra a estudos que apontam que nos Estados Unidos, 46% dos cães são mix.

Os pesquisadores identificaram 7 fatores recorrentes:

 

1)      Ninguém com o poder corporal suficiente para intervir (87,1%);

2)      A vítima não possuía nenhuma relação anterior com o cachorro (85,2%);

3)      O cachorro não é castrado (84,4%);

4)       A vítima não conseguia administrar as interações com o cão, seja devido a idade ou a condição física  (77,4%);

5)      O cão não é mantido como pet, esse seria o clássico “cachorro de jardim” (76,2%);

6)      O tutor não cuidava do cão corretamente (37,5%);

7)      Abuso e negligência (21,1%);

 

Quatro ou mais fatores estavam presentes em 80,5% nos casos, e a raça não era um desses fatores.

Os resultados apontam que, na maioria dos casos, os problemas de relacionamento e a inabilidade do tutor de compreender o comportamento canino são os fatores que de fato estão presentes nos casos, não raças específicas que supostamente teriam uma predisposição à agressividade.

Com base na concepção errada que a raça é a culpada, estados norte-americanos e países inteiros já adotaram políticas que banem grupos inteiros de cães.

 

Fonte National Canine Research Council

Postado por
Siga em:
Compartilhe

Veja também!

Letícia Sabatella afirma que veterinária doou seus cães sem permissão; entenda
Letícia Sabatella acusou uma veterinária de doar seus cães sem autorização. A profissional afirma que os animais estavam abandonados. O...
Brasil x Argentina: e o Dogo, você já conhece o craque canino do país vizinho?
O Dogo Argentino é um cão forte, ágil e imponente, criado na Argentina para caçadas desafiadoras. Fiel, mas exigente, destaca-se...
Gustavo anuncia que voltará a publicar as aventuras de Malcom após Burnout
Gustavo, criador conhecido por dublar pets, especialmente o cão Malcom, retornou às redes após pausa por burnout. Seu conteúdo leve...
Img de rastreio

Localize algo no site!