Pode parecer papo de economista, mas a verdade é que os conflitos comerciais entre Estados Unidos e China têm tudo a ver com o aumento dos preços no mercado pet aqui no Brasil. Sim, aquele saquinho de ração que você compra todo mês e até o remédio antipulgas ficaram mais caros — e não foi só por causa da inflação comum do dia a dia.
Mas afinal, o que uma guerra comercial tem a ver com o seu cachorro?

Entenda como a indústria pet é afetada:
Quando dois gigantes como EUA e China entram numa guerra tributária, eles aumentam as taxas para importar produtos um do outro. Isso cria um efeito cascata no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Produtos básicos usados na produção de ração, medicamentos e acessórios pet muitas vezes vêm desses países ou de seus parceiros comerciais. Quando esses produtos ficam mais caros lá fora, o custo para fabricá-los aqui dentro também dispara.
Além disso, como tudo nesse mercado gira em torno do dólar, qualquer oscilação forte da moeda americana impacta diretamente o preço de produtos pet que você vê na prateleira.
Mas por que o dólar influencia tanto?
Imagine que o Brasil importa vitaminas e suplementos usados na produção de ração. Se o dólar sobe de forma abrupta, tudo isso encarece. E adivinha? Quem paga a conta é o consumidor.
Isso vale pra quase tudo: do transporte de mercadorias (combustível também é precificado em dólar) até o trigo usado em petiscos.
Curiosidade: Segundo a Abinpet, a alta dos juros no Brasil, usada como ferramenta para conter esse tipo de inflação, também afeta negativamente a indústria pet — tanto nas empresas quanto nas famílias que têm animais de estimação
Afeta também o produto nacional?
Sim, com o dólar alto, muitos produtores preferem exportar seus produtos (como milho, soja e proteínas que vão pra ração) ao invés de vender no mercado interno. Isso faz com que falte matéria-prima por aqui — e com baixa oferta e alta demanda, os preços sobem.
Ou seja, além da ração ficar mais cara, ela também pode ficar mais difícil de encontrar, dependendo do cenário.
O papel da China nesse xadrez global
A China tem sido o principal ponto de disputa com os EUA. Com as tarifas cada vez mais altas entre os dois países, a China tem buscado novos fornecedores — e o Brasil entra nessa equação.
Isso pode até parecer bom, já que estamos vendendo mais. Mas se não houver equilíbrio, o mercado interno acaba sendo prejudicado. No fim, o tutor sente o impacto no bolso.
“A demanda chinesa pode ser o único instrumento de negociação na guerra comercial com os Estados Unidos”, afirmou Larissa Wachholz, do Cebri, em entrevista ao canal de notícias UOL.

Conclusão: tudo está conectado, até o que você põe no potinho do seu pet
A próxima vez que você entrar na pet shop e se assustar com os preços, saiba que há toda uma cadeia de fatores — desde decisões em Washington e Pequim até a cotação do dólar — influenciando esse valor.
Por isso, estar bem-informado ajuda não só a entender o cenário, mas também a fazer escolhas mais conscientes e estratégicas para continuar cuidando do seu pet com carinho (e sem sustos na carteira). A chave é sempre pesquisar preços.