A secretária Márcia dos Santos, responsável por abandonar a cadela de nome Pretinha em uma movimentada avenida em São Paulo, se diz “arrependida” por ter abandonado a cadela.

Após o vídeo ter espalhado na internet e enfurecido amantes de animais por todo o mundo, com a imagem chocante de uma cadela sendo abandonada e correndo na chuva, no meio dos carros, por 1 km atrás do carro até se perder, Márcia alega que sua vida virou um “inferno”, custando o seu emprego, o julgamento de amigos e uma mudança de emergência de sua então residência.

Ao comparecer à Delegacia do Meio Ambiente nessa quinta-feira (28), Márcia alega que abandonou a cadela pois ela estava estranhando as pessoas que visitavam sua casa, se tornando agressiva, e por temer a possibilidade de Pretinha fazer algo com sua filha de dois anos e nove meses.

Pretinha já havia sido abandonada na rua da antiga residência de Márcia, na periferia de São Paulo, e na época a escolheu como sua dona.

Ao dar entrevista para a BAND, Márcia conta detalhes do abandono de Pretinha, que ela se refere como “essa cachorra”:

 

Tem uma ruazinha onde tem casas e eu acabei deixando essa cachorra. Desci do carro e deixei essa cachorra nessa rua porque eu imaginei que, da mesma forma que largaram essa cachorra na minha rua, eu imaginei que alguém dessa rua onde eu larguei pudesse também cuidar dessa cachorra.

 

Jefferson Alves de Jesus, o motorista que flagrou o crime e resolveu gravar o momento, também compareceu à delegacia e conta que foi hostilizado por não ter resgatado a cadela.

Márcia será acusada de crime  de maus tratos de animais, e caso seja condenada, a lei prevê de três meses a um ano de detenção. Porém, acreditem, mesmo com flagrante gravado em vídeo e confissão, a punição deve ser transformada em penas alternativas.

Não entendemos a lógica na cabeça de Márcia de abandonar uma cadela na faixa do meio de uma avenida altamente movimentada com a suposta esperança de o animal ser “resgatado”.  Nos perguntamos se o “arrependimento” citado acima se dá por ter de fato abandonado uma vida ou por ter sido flagrada.

Enquanto nossas leis acobertam a impunidade, crimes como esse se repetem todos os dias e Pretinha, e muitas outras na mesma situação, ainda estão sozinhas à própria sorte.