– O termo Vira-Lata é utilizado no Brasil e na República Dominicana e se dá porque muitos cães famintos que moram nas ruas acabam explorando o lixo em busca de comida. Em países como Estados Unidos e Inglaterra, o SRD também é conhecido como Mutt, Mongrel, Mixed breed, Hybrid breed, Designer Dog e Cross Breed. Na Austrália, eles também recebem o nome de bitsa. No Havaí, os SRDs são chamados de Poi Dogs, em referência a um cão já extinto da região que levava esse nome. Nas Bahamas e nas Ilhas Turcas e Caicos, o termo comum é Potcake Dogs, referência aos restos de comida que eles comem da mesa. Na África do Sul são também chamados de Pavemente Special (Especial da rua). Nas Filipinas, eles recebem o nome de Askal, uma contração do nome Ofasong Kalye (cachorro de rua). Em Porto Rico são os Satos e no Chile e Bolívia são chamados de Quiltros. Na Costa Rica é comum o uso da palavra Zaguate, que origina da língua náuatle e se refere à sarna. Na Ilha de Terra Nova, eles são os Crackys;
– De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, o SRD é o cão mais comum nas famílias paulistanas. Teriam sido entrevistadas 613 pessoas, em uma amostra representativa da cidade de São Paulo com 16 ou mais. Apenas 26% do grupo teria comprado seus animais;
– O instituto CONECTAí analisou os dados de 11.569 de usuários integrantes de seu painel em todo o Brasil em uma pesquisa que teve o intuito de mapear a relação dos internautas do país com seus animais de estimação. Em primeiro lugar está o SRD, com 20%, na frente do Poodle (12%) e Pinscher (8%);
– Cães mestiços e SRDs apareceram com força depois da Revolução Francesa, que pôs fim ao privilégio do Ancien Régime de ter um cão e de caçar;
– A partir de 2007, o grande público passou a poder encomendar uma análise genética de seu cão. As empresas afirmam que o diagnóstico do teste baseado no DNA pode determinar a composição das raças de cães SRD. Estes testes são ainda limitados, porque apenas um pequeno número das centenas de raças de cães foram validados, e porque a mesma raça em diferentes áreas geográficas pode ter diferentes perfis genéticos;
– O Crufts, maior Dog Show canino do mundo que acontece todos os anos na Inglaterra e é organizado pelo Kennel Club inglês, abriu as portas para SRDs. Desde 2000, o Crufts também tem uma competição paralela: O Scruffs. A única diferença é que o Scruffs é todo composto por cães Sem Raça Difinida (SRD);
– O anos de 2014 marcou a primeira vez em 100 anos que cães SRD puderam participar do Westminster Kennel Club e Dog Show, o mais antigo show canino dos Estados Unidos. Eles podem participar do campeonato de Agility;
– Contrariando a crença popular, que cães de Sem Raça Definida (SRD) seriam mais saudáveis que os de Raça Definida, o estudo realizado pela Royal Veterinary College, em Londres, mostrou que ambos os grupos têm a mesma probabilidade de desenvolver doenças. Para realizar o estudo, foram analisados registros médicos de quase 150 mil cachorros tratados em 100 consultórios veterinários nas regiões centrais e do sudeste da Inglaterra durante os últimos 5 anos. Das 20 doenças mais vistas pelos veterinários, apenas 3 tiveram uma maior incidência nos cães de raça pura: infecções no ouvido, obesidade e tumor na pele. Em relação às outras doenças, não houve diferença significativa. Porém, os problemas nas articulações foram mais encontrados nos cães SRD (sem raça definida);
– Todos os cães são inteligentes e possuem diferentes aptidões. No caso do SRD, eles são herdeiros de uma longa tradição de esperteza, que os tornou, em sua maioria, ativos e engenhosos;
– A mistura de raças é geralmente feita para criar cães com competências equilibradas e específicas para determinadas funções e trabalho, como guarda e pastoreio. No caso do vira-lata, ele teria uma média entre as habilidades (tornando-o nesse ponto mais imprevisível);
– Quando se fala que os cães SRDs são mais fortes que de RD, na verdade, essa afirmação é mais correta quando empregada para os animais que vivem nas ruas, que precisaram por necessidade de sobrevivência se adaptar e criar uma maior resistência, o que pode ser conhecido como pressão seletiva, onde só os mais fortes sobrevivem;
– A visão do público quanto ao Vira-Lata já foi tão negativa, que sua definição no dicionário era associada a algo sem valor;
– O escritor brasileiro Nelson Rodrigues chegou a criar o tempo “Complexo de Vira-lata”, que se refere a alguém que voluntariamente se coloca como inferior ao outro;
– A maioria dos cães que vivem nas ruas ou que se encontram em abrigos são SRDs, pois sem castração e vivendo em um ambiente sem controle de natalidade, a procriação acontece continuamente entre os animais;
– Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que o Brasil tenham 30 milhões de animais vivendo nas ruas. Desse impressionante número, 20 milhões seriam de cães e 10 milhões de gatos. Dentre alguns graves motivos, é importante citar a falta de um controle por parte do poder público e de medidas eficientes para lidar com o problema e o abandono dos animais por parte da sociedade civil;
– Muitos tutores de cães SRD criaram personagens online com o intuito de conscientizar e incentivar a adoção. Dentre as estrelas e celebridades caninas mais famosas do Brasil, sem dúvida a Estopinha encabeça a lista;
– Celebridades brasileiras que estão sempre envolvidas em campanhas de conscientização: Sabrina Sato, Cléo Pires, Ellen Jabour, Giovanna Ewbank, Bruno Gagliasso, Fiorella Mattheis, João Vicente de Castro, etc.
– Muitos perguntam o porquê dos cães vira-latas não aparecerem tanto nas listas do Portal do Dog. Com tamanha diversidade e sem um modelo de morfologia, qualquer generalização é errada.