“Bom dia! Na verdade, eu não sou a dona do cachorrinho Simba, ele é da minha patroa. Já trabalho com ela há mais de dois anos. Além do Simba, ela também tem o Duque (ambos da raça Lhasa Apso – Duque é filhote do Simba) que é muito dócil. Mas de uns tempos para cá, o Simba está me mordendo toda vez que dá o meu horário de ir embora. Minha patroa tem que trancar ele até eu sair, caso contrário, ele vem me morder e eu nem sequer posso falar com ela. Sempre dou as coisas para ele comer e converso com ele. O que posso fazer?”

A genética da vigilância

Por Andrei Kimura, adestrador e franqueado da Cão Cidadão

Lhasa Apso é uma raça de cães de origem chinesa, que foi selecionada pelos monges para vigiar os templos, alarmando qualquer movimento estranho.

Como eles têm em sua genética o espírito vigilante, algumas atitudes da raça podem estar relacionadas ao controle do ambiente. É comum, por exemplo, tutores relatarem que seus cães se colocam em um ponto estratégico da casa para conseguirem ter mais visibilidade do ambiente e, automaticamente, o controle do mesmo.

No geral, os cães são seres que precisam de segurança. E essa necessidade pode leva-los a atitudes controladoras, que diminuem conforme os tutores têm uma postura mais segura e que demonstre, portanto, uma hierarquia social.

No caso relatado já existe outro cão, no entanto, este sendo dócil pode não estar demonstrando ao Simba uma postura segura, de controle da situação. Cabe, então, aos donos e humanos presentes no convívio com o animal ter essa função.

Quando se faz o adestramento, demonstra-se ao cão que se ele fizer o que é esperado ele ganha o que deseja. É a partir daí que se estabelece uma hierarquia, pois o animal obedecerá por prazer.

Fazer com que o animal se sente ou deite em troca de alguma coisa, como alimentos, brinquedos ou até carinho, é um bom começo para estreitar os laços com o pet. Essa é uma forma de promover atividades ao animal e ensiná-lo a fazer o que lhe é solicitado.

É comum tutores relatarem ao adestrador que o cão se comporta de uma forma diferente na presença deles. Alguns até se constrangem, pois quando o treinador chega, o cão se transforma e passa a fazer tudo o que é pedido a ele. Isso só acontece porque os adestradores conseguem exercer a hierarquia proposta.

Existem também as broncas, que são o “Não” ou fazer algo aversivo ao cão logo na sequência da atitude indesejada, como bater palmas ou borrifar água. Mas atenção, para esse caso, no entanto, se a pessoa não for precisa e o cão não tiver respeito a estes estímulos a “bronca” não funcionará.

Quando se fala em ser preciso, a recomendação nada mais é do que utilizar a técnica no momento correto, e não em todas as situações, senão o cão pode se acostumar e parar de respeitar a bronquinha. E quando se trata de “ter respeito ao estímulo” precisamos levar em consideração a sensibilidade do cão. Se a atitude considerada aversiva não importar para o cão (como Goldens e Labradores que adoram água), não fará a menor diferença utilizar a técnica.

Caso tenha dificuldades, busque ajuda profissional. Boa sorte!

 

 

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