Cães e gatos não são mais apenas animais de estimação no Brasil. Um estudo inédito da Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box revela que 65% dos tutores brasileiros afirmam estar dispostos a investir o que for preciso no bem-estar de seus animais. Mais surpreendente ainda: 52% admitem priorizar o orçamento do pet em relação a suas próprias necessidades pessoais.

A pesquisa confirma com dados o que muitos já observavam no cotidiano: os pets conquistaram status de verdadeiros membros da família, com direito a cuidados privilegiados e fatia significativa do orçamento doméstico.
O vínculo financeiro e emocional com os pets
O estudo aponta que 8 em cada 10 tutores consideram que os benefícios emocionais de ter um animal superam qualquer custo financeiro. Os números são expressivos: 89% dos tutores relatam melhora no bem-estar emocional após a chegada do pet, enquanto 92% notaram redução nos sintomas de solidão e estresse.
Esses dados indicam que o investimento financeiro nos animais tem retorno direto na qualidade de vida e saúde mental dos tutores, criando um círculo virtuoso na relação entre humanos e pets.
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Quanto os brasileiros investem em seus animais
O levantamento detalha os valores destinados aos cuidados com os pets. Aproximadamente 41% dos tutores desembolsam até R$ 300 mensais com seus animais. Para 48% dos entrevistados, esses gastos representam até 5% da renda mensal, enquanto 31% destinam entre 6% e 10% de seus rendimentos aos cuidados com o animal.

Os custos, contudo, frequentemente não são assumidos por uma única pessoa: 39% dos tutores compartilham as despesas com familiares ou parceiros, transformando o cuidado com o pet em um compromisso familiar coletivo.
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A tendência das famílias multiespécies
Um dado relevante da pesquisa mostra que 58% dos tutores brasileiros possuem mais de um animal de estimação em casa, consolidando a tendência de famílias multiespécies. A forma como esses pets chegaram aos lares também revela aspectos importantes da relação: 39% foram adotados, 32% resgatados de situações de abandono e 27% recebidos como presente.
Esses números refletem uma consciência crescente sobre adoção responsável e resgate, com a maioria dos pets chegando às famílias por vias que envolvem solidariedade e responsabilidade social.
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Depoimentos: o valor além do dinheiro
Para a tutora Elaine dos Santos, contabilizar os gastos com a cadela Bela sequer faz sentido. “Não são gastos, são investimentos. O retorno do prazer, do amor e da satisfação de ter a Bela na minha vida não tem dinheiro no mundo que pague. Só quem tem um pet em casa entende o que estou dizendo”.
A corretora de imóveis Thais Helena Paungartner compartilha visão semelhante sobre sua pitbull Tora, de 8 anos. Junto com o marido, Marcelo Arthur Paungartner, ela investe em ração, veterinário e até creche diária para a cachorra. “Não dá para fazer essa conta. A Tora faz parte da família. A recompensa é certa: carinho e amor sinceros. Nem percebo que gastei. A troca de amor é tão grande que vale cada centavo”, revela Thais.

O comportamento observado nos tutores brasileiros representa uma evolução significativa na relação humano-animal. Conforme avalia o adestrador e zootecnista Daniel Moreira Teles, “os pets passaram de companheiros a verdadeiros membros da família. Esse movimento mostra o quanto o vínculo afetivo evoluiu, e como o tutor moderno enxerga o cuidado com o animal como parte da própria rotina de vida”.