Um em cada sete tutores de pets (15%) nos Estados Unidos vive em situação de “pobreza pet”, uma realidade em que dificuldades financeiras tornam complicado proporcionar até mesmo os cuidados básicos para os animais de estimação. Os dados alarmantes fazem parte de uma nova pesquisa da MetLife Pet Insurance, que revelou o impacto do aumento do custo de vida nos cuidados com animais de estimação.

A pesquisa mostrou ainda que 39% dos tutores americanos entraram em dívidas para pagar tratamentos médicos de seus animais, com um saldo médio de $450. Entre os tutores endividados, um em cada cinco (22%) carrega mais de $2.000 em dívidas relacionadas aos seus pets.
O que é pobreza pet e como ela afeta os tutores
O termo “pobreza pet” descreve uma situação em que os tutores enfrentam obstáculos financeiros significativos para fornecer cuidados adequados aos seus animais. Para lidar com os custos crescentes, muitos tutores estão fazendo mudanças drásticas em suas próprias vidas, como reduzir refeições fora de casa, abandonar hobbies e até atrasar pagamentos de outras dívidas.
Matt Schulz, analista-chefe de finanças do consumidor da LendingTree, explicou ao Yahoo Finance: “Ter um pet envolve muito mais do que apenas comida, coleiras e brinquedos. A inflação deixou muitas pessoas com menos renda disponível. Quando isso acontece, você precisa tomar decisões difíceis e priorizar seu dinheiro. Para muitos, isso não deixa espaço para pets”.
Alguns tutores relataram precisar pegar trabalhos extras específicos para cobrir as despesas com seus animais. Apesar das dificuldades financeiras, mais de 90% dos entrevistados afirmaram que ainda assim escolheriam adotar seus pets atuais, mesmo conhecendo os desafios econômicos envolvidos.
Descubra no Brasil: RG Pet Obrigatório? Veja Tudo Sobre o SinPatinhas GOV
Por que a inflação está impactando os cuidados com pets
A maioria dos tutores aponta a inflação como principal responsável pelo endividamento recente. Os custos crescentes afetam praticamente tudo, alimentos, transporte, aluguel, enquanto os salários permanecem os mesmos. Um estudo separado da Rover também indica que mais da metade dos tutores de pets está preocupada com os efeitos das tarifas sobre os custos regulares com seus animais.
Essa pressão financeira tem levado a comportamentos preocupantes: uma pesquisa da Gallup mostrou que 52% dos tutores de pets relataram ter adiado ou evitado consultas veterinárias anuais por questões financeiras.

Em casos extremos, os custos crescentes têm levado algumas pessoas a tomar a difícil decisão de doar seus animais. Contudo, é importante notar que, embora 55% dos tutores tenham evitado adotar outro pet devido a preocupações financeiras, a grande maioria mantém o compromisso com os animais que já têm.
Conheça hospitais públicos no Brasil: Hospital Veterinário público chega a Santa Catarina: Veja detalhes!
Consequências para a saúde animal
A Organização não governamental, American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA) alerta que pular exames veterinários de rotina não é uma boa ideia, mesmo em tempos difíceis. Tratar doenças é sempre mais caro do que preveni-las, e check-ups regulares são vitais para detectar condições precocemente.
Quando os tutores adiam cuidados preventivos para economizar, seus pets podem desenvolver problemas de saúde mais sérios e caros no futuro. Esta é uma das consequências mais prejudiciais da pobreza pet: o ciclo de economia a curto prazo que leva a maiores gastos e sofrimento animal a longo prazo.
Ainda por aqui: Primeiro hospital veterinário público do AM: após 2 anos de atraso, será inaugurado. Saiba tudo aqui!
Recursos disponíveis para tutores em dificuldades financeiras aqui no Brasil
No Brasil, tutores de pets que enfrentam dificuldades financeiras podem contar com diversos recursos públicos e de organizações sociais para garantir cuidados básicos aos animais. Municípios oferecem serviços como consultas, exames, cirurgias, castrações, vacinação e orientações sobre tutores por meio de programas como o SUS Animal e hospitais veterinários públicos, que atendem gratuitamente ou a baixo custo moradores de baixa renda. Diversas prefeituras também mantêm programas municipais de castração gratuita, para tutores em dificuldades. Buscar essas alternativas pode ser fundamental para manter os cuidados básicos do animal em períodos de restrição financeira.