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A indigestão em cães é algo bastante comum e, isso atrapalha bastante a qualidade de vida, pois se alimentar faz parte da vida.

Para a maioria das pessoas, a alimentação é um dos maiores prazeres que existem, mas ainda assim, existem muitos alimentos que podem causar problemas digestivos.

Sendo assim, é preciso descobrir quais são eles e evita-los. Mas no caso dos humanos, essa triagem é mais simples.

Como os animais não falam e, nem sempre demonstram sinais claros de que algo não vai bem, é mais difícil identificar a indigestão.

Mas conhecer um pouco sobre esse tema é de extrema importância para se saber como agir caso exista qualquer problema com o pet.

Além disso, existem vários problemas de saúde que podem levar à indigestão em cães. Então, elaboramos um texto bem completo sobre esse tema. Vamos lá!

Indigestão em cães: entenda como é a digestão desses animais

cachorro doente

cachorro triste Foto: Freepik

Basicamente, a digestão nada mais é que o processo relacionado à absorção e assimilação nutricional por meio dos alimentos.

E a indigestão em cães consiste, justamente no mal funcionamento de algum desses processos.

Isso pode ocorrer por diferentes fatores, seja por ausência de algum componente químico ou pelo mal funcionamento de um processo físico no sistema digestório do pet.

Tudo isso pode ocorrer por conta de fatores genéticos, ambientais ou, simplesmente por uma questão de mal funcionamento dos processos devido ao envelhecimento do cão.

Nesses casos, alguns alimentos podem fazer mal por serem mais difíceis de se digerir.

A digestão nos animais saudáveis

A digestão dos cachorros começa pela boca, assim como acontece com os humanos. No entanto, no homem a saliva já começa a digerir o amido, o que praticamente não ocorre no caso dos cães.

De qualquer maneira, dentro da boca o processo digestivo se inicia com a maceração mecânica dos alimentos pelos dentes.

Na boca, os dentes e os músculos da face agem em conjunto para macerarem os alimentos, ao mesmo tempo em que a saliva vai umedecendo tudo e formando o bolo alimentar.

As glândulas salivares ajudam na produção da saliva e, a língua auxilia no processo de deglutição. Enquanto isso, as papilas gustativas identificam os sabores dos alimentos, permitindo assim que os cães percebam as nuances de tudo aquilo que estão ingerindo.

Entre a cavidade nasal e a cavidade oral fica o palato, que faz a separação entre as cavidades e, permite a mastigação do alimento.

O bolo alimentar se forma conforme a língua vai pressionando a comida contra o palato. E as ranhuras do céu da boca também ajudam a mandar o alimento sempre para trás.

Depois de sair da boca, o alimento passa pela faringe e, vai para o esôfago, que é um tubo que faz movimentos peristálticos, empurrando o alimento em direção ao estômago.

No estomago existem células que produzem o suco gástrico, que é ácido e contém pepsina, uma enzima que ajuda a quebrar proteínas.

Além disso, o próprio ácido estomacal faz uma quebra mecânica dos alimentos em partículas menores, possibilitando que o bolo alimentar continue o seu caminho para o intestino.

A entrada do estômago (cárdia) e a saída (piloro), são esfíncteres musculares que evitam que o alimento retorne pelo esôfago ou passe para o intestino sem que a digestão estomacal esteja completa.

Digestão em um cão saudável: processos intestinais

cachorro da raça dálmata

Dálmata Foto: Freepik

Logo após o esfíncter pilórico estomacal, localiza-se o intestino delgado, que conta com três porções, sendo elas: duodeno, jejuno e íleo.

Depois vem o intestino delgado, que também apresenta divisões, sendo elas: ceco, cólon e reto. Aqui vale um detalhe de que nos animais carnívoros o intestino é bem mais curto em relação aos herbívoros.

No duodeno, o bolo alimentar entra e, então é embebido com secreções provenientes da vesícula biliar e do pâncreas.

Isso ajuda a terminar a digestão dos carboidratos, proteínas e, também a fazer a quebra das gorduras.

Basicamente, o intestino delgado finaliza a quebra das moléculas e, no intestino grosso ocorre a absorção de água e vitaminas.

Para os animais que não são ruminantes, a maior parte da fermentação do bolo alimentar acontece no ceco.

O cólon, por sua vez, faz o transporte das fezes que saem do ceco e vão para o ânus para serem eliminadas de vez do corpo do animal.

Nos cães, ao lado do esfíncter ainda se localizam glândulas que secretam substância de odor forte, que serve tanto para lubrificar as fezes, quanto para deixar partículas de odor de sinalização para outros animais.

O que é e por que acontece a indigestão em cães?

cachorro triste

Cachorro com sintomas de indigestão na grama Foto: Freepik

Basicamente, a indigestão é considerada um desconforto, que se manifesta geralmente na parte mais alta do abdômen.

Ela pode acontecer tanto na hora da alimentação, quanto algum tempo após ela ocorrer. Em grande parte dos casos esse não é um problema grave, desde que não venha acompanhado de outros sinais, como perda de peso.

No momento em que o animal sente indigestão, é comum que ele fique com dor na região do estômago e, por isso, tende a se encolher.

A região abdominal do cão costuma doer bastante quando isso acontece e, o animal pode ficar com uma fisionomia estranha e adotar uma postura corporal bem diferente da normal.

Mas se você está se perguntando por que isso acontece, veja a seguir alguns possíveis motivos:

  • Empacho: isso acontece quando o animal ingere muito mais alimento do que deveria e, nesse caso fica sentindo o estomago pesado ou cheio demais;
  • Quando um alimento específico causa desconforto: esse é o caso de alimentos específicos que podem fazer mal para o pet. Isso acontece com frequência com animais que se alimentam da mesma comida dos humanos;
  • Comer rápido demais: muitos cães têm ansiedade na hora de comer e, isso é algo que deve ser trabalhado para evitar problemas digestivos;
  • Estresse: assim como pode acontecer com os humanos, alguns cães podem ter problemas de digestão quando se sentem muito nervosos;
  • Atividade intensa após a alimentação: Logo após a comida, o ideal é que o animal não faça nenhuma atividade intensa. Na verdade, o ideal é que o pet repouse durante pelo menos meia hora;
  • Torção gástrica: é uma questão bem mais séria do que um simples episódio de indigestão, mas inicialmente o cão vai apresentar os mesmos sinais.

Alimentação adequada evita indigestão nos cães

alimentação do American Bully

American Bully comendo- Foto: Freepik

A indigestão nos cães pode sim ocorrer por questões patológicas e, se o animal apresenta o problema com frequência, deve ser visto por um médico veterinário e realizar exames mais detalhados.

No entanto, na maioria dos casos, quando os animais apresentam indigestão é porque a dieta não está adequada.

É bem comum que os cães que se alimentam de quaisquer alimentos, sem uma regra, sintam mais indigestão do que os que se alimentam corretamente.

O mais importante é que os pets comam apenas alimentos adequados e, que tenham uma dieta balanceada, com uma boa diversidade.

Mas além de os alimentos selecionados estarem corretos, é fundamental que as quantidades também estejam de acordo com o porte do animal e, com as suas demandas nutricionais.

Não tenha dúvidas de que uma dieta apropriada será a maior aliada contra a indigestão em cães. Por isso, é importantíssimo consultar um médico veterinário especialista em nutrição animal, que possa dar indicações concretas sobre isso.

É preciso descobrir o que está fazendo mal ao pet e, então remover esses alimentos nocivos da rotina do pet.

No caso de rações industrializadas, é possível buscar por opções que atendam melhor as necessidades dos animais.

E, se por acaso você optar por uma alimentação natural, é preciso buscar por um nutricionista especializado, que possa elaborar uma dieta bem regrada e balanceada para o pet.

As quantidades dos alimentos devem estar muito bem definidas, de modo que o animal não tenha indigestão por comer demais.

Além disso, na medida do possível, se deve oferecer a comida em duas ou três porções diárias ao cão, ao invés de deixar os alimentos disponíveis o dia todo.

O que fazer em caso de crise de indigestão em cães?

cão no veterinário

Cão no veterinário – Foto: Freepik

Prevenir é muito melhor do que ter que remediar, mas caso o seu animalzinho entre em uma crise de indigestão, você vai ter que saber exatamente o que fazer.

Caso o animal se mostre muito incomodado e com dor, a primeira coisa que você deve fazer é remover a água e a comida dele.

Feito isso, entre em contato com o médico veterinário responsável pela saúde do seu pet e, ele irá te orientar corretamente sobre o que se pode fazer para manter o seu animalzinho estável.

No caso de um animal com indigestão, é mais do que normal que ele vomite até que o seu conteúdo estomacal seja completamente eliminado.

Dependendo do quadro, pode ser que o pet tenha que ficar sem se alimentar um período de até 12 horas.

Depois desse período, até se pode voltar a alimentar o animal, mas sempre aos pouquinhos. Deve-se aumentar as quantidades devagar, sempre observando se o cão aceita bem os alimentos.

Durante todo esse período, o médico veterinário ficará atento para que o cão não tenha uma desidratação.

No entanto, a ingestão de líquidos deve ocorrer em pequenas quantidades para que o animalzinho não tenha uma recaída.

Se você puder, ofereça pessoalmente os líquidos ao cãozinho. Isso deve ser feito em pequenas quantidades, mas você deve se certificar de que o cão realmente tomou tudo.

Durante todo esse tempo é preciso manter o acompanhamento do veterinário. E se por acaso você perceber que o problema não melhorou, deve levar o animalzinho no veterinário novamente.

Em alguns casos o quadro começa como uma indigestão comum, mas acaba evoluindo para uma pancreatite, torção gástrica ou, até mesmo para um quadro de infecção.

Se as fezes ou o vômito estiverem com sangue, este é um bom motivo para você levar o animal ao veterinário com a máxima urgência.

Alimentos que podem causar indigestão em cães

Assim como ocorre com os humanos, existem vários alimentos que potencialmente podem causar indigestão em cães. A seguir falaremos um pouco sobre os principais a se evitar.

Chocolate

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Cachorro com Chocolate na boca Foto: Pixabay

Assim como para os humanos, o chocolate parece bastante apetitoso e, agrada o paladar dos cães.

Entretanto, é importantíssimo que os pets não tenham acesso a esse tipo de alimento, uma vez que ele é potencialmente nocivo aos cães.

O chocolate para consumo humano contem uma substância que se chama teobromina, que é extremamente tóxica para os cães.

Até mesmo em quantidades bem pequenas essa substância é capaz de provocar indigestão nos cães, provocando vomito, diarreia e desidratação.

E quantidades mais elevadas são realmente bastante agressivas, podendo levar o cão a ter tremores, convulsões e, até mesmo a morrer.

E quanto mais forte for o chocolate, maior é a quantidade dessa substância. Sendo assim, o chocolate amargo tende a ser mais perigoso.

Cafeína

A cafeína é uma substância estimulante, que tem efeitos bem parecidos com o da teobromina presente no chocolate.

Ela pode causar agitação, palpitações cardíacas e, até matar o animal. Por isso, jamais deixe o animal consumir café, nem mesmo em pequenas quantidades.

O mesmo vale para chás com cafeína, refrigerantes e quaisquer outros alimentos que contenham a substância.

Abacate pode causar indigestão em cães

Abacate é um alimento delicioso, mas ele traz uma toxina, a persina, que funciona como um antiungico natural.

No entanto, quando ingerida, a substancia pode causar indigestão em cães e, até mesmo provocar uma intoxicação, ocasionando episódios de vomito e diarreia.

O caroço é a parte mais perigosa do abacate, uma vez que além de conter a própria persina, ainda tem potencial de obstruir o trato gastrointestinal do animal caso seja engolido.

Nesse caso, pode ser preciso até mesmo uma cirurgia de remoção.

Macadâmias

As macadâmias contém grandes quantidades de lipídios e, por isso os animais já não deveriam ingerir o alimento por poder desequilibrar o trato gastrointestinal.

Mas nesse caso, há um problema ainda maio: a macadâmia tem uma toxina na sua constituição, que é potencialmente nociva ao sistema nervoso.

Essa toxina pode causar fraqueza geral e, problemas de mobilidade. Além disso, vomito, tremores e respiração muito ofegante podem surgir nesses casos.

Uvas (frescas e passas) podem ser perigosas

uvas bonitas

Uvas – Foto: Freepik

O sabor das uvas pode ser delicioso para a maioria das pessoas e, também para os cães. No entanto, elas escondem um perigo por serem bastante tóxicas.

É sabido que as uvas podem provocar mais mal para alguns cães do que para outros. Mas de qualquer maneira, é melhor deixar o animal sempre longe delas para evitar problemas.

Além de episódios de vômito e diarreia, dependendo da quantidade e, da frequência de ingestão do alimento, as uvas podem levar o animal a um quadro de insuficiência renal.

Cebolas

A cebola, assim como outros vegetais semelhantes, que incluem o alho poró, a cebolinha e o próprio alho, são membros da família Allium.

Todos eles são potencialmente nocivos aos cães por conterem um grupo de substancias conhecido como organossulfetos.

Esses compostos podem ocasionar danos aos glóbulos vermelhos do sangue, levando a um quadro de anemia.

Isso tem como sinais clássicos a sonolência, fraqueza e letargia. É claro que tudo depende das quantidades, mas nesse caso é melhor evitar, mesmo que seja pouco.

Até mesmo restos de comida a alimentação humana que tenham cebola como ingrediente, podem provocar indigestão em cães.

Leite e laticínios

Quando os animais são pequenos, eles mamam o leite da mãe e, esse é o único alimento de que necessitam.

No entanto, depois do desmame os animais começam a perder a capacidade de digerir a lactose.

Assim como ocorre com outras espécies, os cães podem ter problemas digestivos se ingerem laticínios.

Isso pode provocar episódios de vomito e diarreia. Isso pode provocar também problemas de absorção de nutrientes por conta disso caso a ingestão dos alimentos seja muito frequente.

Torção gástrica

epilepsia em cães

Cachorro Com torção Gástrica no Veterinário Foto: Freepik

Além da indigestão em cães propriamente dita, existe uma preocupação ainda maior em relação e esses animais, que diz respeito à torção gástrica.

Chamada também de Síndrome da Dilatação Vólvulo Gástrico (DVG) ou apenas vólvulo gástrico, esta é uma situação considerada de urgência.

Apesar de poder acometer qualquer cão, é mais comum em animais de grande porte devido ao espaço existente dentro da cavidade abdominal desses animais.

Na maioria dos casos, a torção é provocada por erros no manejo do cão, seja na hora da alimentação ou um pouco depois dela.

Quando ela ocorre, deve ser imediatamente tratada ou o animal pode morrer em questão de horas.

Justamente por conta dessa alta mortalidade, é importantíssimo reconhecer os sinais para poder ajudar o animal.

Por que a torção gástrica acontece?

Basicamente, o vólvulo gástrico ocorre quando o estômago dilata de maneira exagerada, seja por acumulo de alimentos, líquidos ou gases no seu interior.

O que acontece nesse caso é que o volume vai além da capacidade dos ligamentos que mantém o órgão fixo na cavidade abdominal.

Assim, o órgão pode girar no próprio eixo e, isso se torna ainda mais intenso se o cão se movimentar demais.

Essa torção impede que o conteúdo estomacal seja eliminado naturalmente. Como há uma interrupção do fluxo sanguíneo e, do deslocamento adequado do bolo alimentar, o cão pode morrer.

A única maneira de solucionar o problema é por meio de uma intervenção cirúrgica.

Geralmente, a torção acontece em animais de grande porte, seja pelo próprio tamanho da cavidade abdominal, seja pela quantidade de alimento ingerido.

Associado a isso costuma haver um problema no manejo do pet. Assim, a torção gástrica é mais comum nos animais que se alimentam apenas uma vez por dia, pois esses ingerem grandes quantidades de uma vez.

Além disso, muitos cães comem muito rápido e, têm o hábito de beber bastante água logo após a alimentação.

Isso tem um grande potencial de provocar problemas no pet, sobretudo se ele não fizer repouso após a ingestão de alimentos.

Essa é uma condição que ocorre frequentemente em cães grandes como Rottweilers, Labradores, Pastores Alemães e São Bernardos, ou outras raças que apresentem um tórax profundo e estreito.

Os animais mais velhos têm mais chance de apresentar o problema.

Sinais clínicos e diagnóstico

leucemia em cães

Cachorro deitado com indigestão Foto: Freepik

Em caso de torção gástrica, os sinais vão além daqueles vistos na indigestão em cães. Nesse caso, existem sinais bem específicos.

O que acontece é que além de comprometer o próprio estomago em si, a torção pode prejudicar os órgãos que estejam próximos a ele.

Sendo assim, os sinais clínicos observados estão sempre relacionados a isso. Então, até três horas depois de se alimentarem, os animais podem apresentar os seguintes sinais:

  • O animal tende a ficar nauseado e demonstra o estímulo ao vomito;
  • Há um excesso de saliva;
  • O abdômen se torna bastante dilatado;
  • O pet tem dificuldade de respirar ou falta de ar;
  • Sinais típicos de choque, que incluem mucosas pálidas, pulso fraco e taquicardia.

Nesses casos, perceber o quadro precocemente é fundamental e, pode ser a diferença entre a vida e a morte do pet.

E quando isso acontece, é preciso levar o cão rapidamente ao veterinário para que sejam feitos o diagnóstico e o tratamento adequado.

Indigestão em cães: como prevenir a torção gástrica?

Nem mesmo os médicos veterinários sabem ao certo o que leva os animais a apresentarem a torção gástrica.

No entanto, é sabido que algumas mudanças no manejo do animal contribuem positivamente para evitar isso. As principais são as seguintes:

  • Dar ao animal apenas alimentos adequados e nutritivos;
  • Ter cuidado com as quantidades de alimentos e água que o cão ingere de uma só vez;
  • Evitar que o animal se exercite ou se movimente demais logo após as refeições;
  • O cão deve se alimentar tranquilamente e, jamais em situação de estresse.

Conclusão

A indigestão em cães pode surgir por conta de uma série de questões diferentes e, o mais importante é saber identificar quando ela ocorre, para que se possa ajudar os animais.

Independentemente da causa, este é um problema que afeta em muito a qualidade de vida dos cães.

Além disso, se o animal tiver vomito e diarreia com frequência, isso prejudica a absorção nutricional.

Depois de aprender mais sobre esse tema tão importante, você está muito mais bem preparado para lidar com o seu animalzinho de estimação que tenha indigestão.