Há muitas condições de saúde que são comuns entre as espécies, mas será que existem animais com síndrome de Down?

Existem muitos problemas que acontecem tanto na espécie humana quanto em animais domésticos e selvagens.

E provavelmente você já ouviu falar que alguns bichinhos parecem ter Síndrome de Down. Mas será que isso é mesmo verdade?

Antes de mais nada, se deve saber que a Síndrome de Down é uma alteração genética e, para saber se ela acontece em animais, é preciso refletir sobre a biologia dos humanos e dos bichinhos, além de outras questões.

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Cachorro fofo deitado. Foto: Freepik

Então, se você está super curioso para saber se existem animais com Síndrome de Down, dê uma olhadinha nos próximos tópicos deste texto.

Existem animais com síndrome de Down? Entendendo a condição

Antes de pensar se existem animais com Síndrome de Down, é fundamental que você entenda as principais características da condição.

Nos humanos, síndrome acontece quando a divisão celular tem um erro e, com isso o cromossomo 21 acaba ficando com material genético extra.

Ao invés de dois cromossomos 21, o indivíduo fica som três, o que é chamado também de trissomia do cromossomo 21.

Nesse caso, é comum surgirem problemas de saúde diversos e, haver um comprometimento cognitivo.

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Mulher fazendo selfie com o cachorro. Foto: Freepik

Além disso, os portadores de síndrome de Down possuem características em comum, podendo ser facilmente identificadas.

Apesar disso, os indivíduos apresentam níveis de desenvolvimento diferentes, além de personalidade própria, ou seja, que varia.

Existem problemas de saúde que são mais frequentes nessa população, como as cardiopatias congênitas, alterações da tireoide e doenças autoimunes.

Por meio de cuidados específicos e abordagens multidisciplinares, é possível amparar adequadamente esses indivíduos e, assim manter eles muito bem integrados na sociedade.

Quando se fala em Síndrome de Down, existem características que são bem comuns entre os indivíduos, que incluem:

  • Algum nível de atraso no desenvolvimento e dificuldade de desenvolvimento;

  • Dificuldade de fala;

  • Aumento do peso e altura abaixo da média;

  • Língua maior do que o normal e leve deslocamento dela;

  • Olho preguiçoso e manchas;

  • Problemas de tireoide e imunodeficiências;

  • Flacidez muscular;

  • Cardiopatias.

Essas são algumas das principais características que os portadores de Síndrome de Down humana podem ter.

Sabendo isso, fica mais fácil descobrir se existem animais com Síndrome de Down.

Existem animais com Síndrome de Down?

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Criança abraçando o seu cachorro. Foto: Freepik

Antes de falar sobre isso, é preciso observar que o reino animal é enorme e, que existem muitas espécies diferentes.

Sendo assim, o homem nem consegue esclarecer todas as questões acerca de todas essas espécies.

Além disso, você deve ter em mente se busca saber mais sobre a existência da síndrome em animais selvagens ou domésticos.

De acordo com os estudos que existem atualmente os animais que as pessoas costumam ter em casa como pets, não desenvolvem a condição.

No entanto, este gene está associado aos primatas e, por isso pode estar presente em outras espécies.

Síndrome de Down em primatas

Diante do que foi dito, se pensarmos de forma mais generalizada se existem animais com síndrome de Down, pode-se dizer que os primatas possuem um cromossomo extra que equivale ao 21.

Em humanos, 1 em cada 800 nascidos é portador da Síndrome de Down, mas em outros mamíferos a condição é considerada rara.

O caso mais conhecido no mundo é o da chimpanzé Jama, que nasceu no ano de 1968 nos Estados Unidos.

Portadora de uma trissomia, ela viveu apenas por 18 meses, enquanto que a maioria dos chimpanzés ultrapassa os cinquenta anos.

A adição de um cromossomo no genoma de Jama fez com que ela desenvolvesse problemas como baixo tônus muscular, problemas neurológicos e anomalias cardíacas.

É interessante observar que os chimpanzés possuem 24 pares de cromossomos, enquanto que a espécie humana conta com 23 pares.

Mais recentemente, cientistas japoneses publicaram o relato do segundo caso de um chimpanzé com condição semelhante à Síndrome de Down dos humanos.

Kanako nasceu em cativeiro, tem 24 anos de idade e é portadora de uma trissomia do cromossomo 22.

O caso foi publicado na revista “Primates”, como autoria dos cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão.

De acordo com um estudo que foi publicado na Science Direct, a região que é responsável pela trissomia do cromossomo 21 nos humanos é análoga à trissomia do cromossomo 22, que pode ocorrer em gorilas, orangotangos e chimpanzés.

Em animais selvagens é bem difícil determinar a frequência de ocorrência da anomalia porque há uma pequena quantidade de indivíduos que é acompanhada desde o nascimento.

Por que não existem animais com Síndrome de Down?

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Mulher brincando com o seu cachorro. Foto: Freepik

Como já foi dito, a Síndrome de Down é caracterizada pela trissomia do cromossomo 21. Agora falando sobre a biologia da espécie, o ser humano tem 23 pares de cromossomos.

Ou seja, cada pessoa tem 46 cromossomos, sendo que 23 vêm do pai e 23 da mãe. O problema é que no caso da Síndrome de Down, por causa de uma falha na divisão celular, ou a mãe ou o pai acabam passando ao filho 24 cromossomos.

Desta maneira, o resultado é que existirão 22 pares, mais um trio de cromossomos. No entanto, não tem como existir a trissomia do cromossomo 21 em gatos, por exemplo, uma vez que eles possuem 19 cromossomos.

E mesmo no caso de outras espécies que possuem mais pares, como é o caso dos cachorros, que possuem 39, o par 21 tem informações genéticas diferentes em relação ao que se observa nos humanos.

Em várias espécies de animais domésticos e selvagens, ocorrem diversas alterações genéticas que levam a variações de características.

Apesar disso, nenhuma dessas anomalias pode ser corretamente classificada como Síndrome de Down, uma vez que a condição humana é extremamente complexa e provoca mudanças em vários níveis.

Existe gato com Síndrome de Down?

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Gato com abacaxi. Foto Freepik

É relativamente comum encontrar na web imagens de gatos com características que de alguma forma remetam à Síndrome de Down.

Mas apesar das semelhanças, os especialistas são convictos em afirmar que a condição é típica dos humanos e não ocorre em gatos.

Dessa forma, por mais que existam algumas semelhantes, as síndromes terão muitas diferenças e características bem distintas.

Semelhanças com a Síndrome de Down

Os gatinhos possuem apenas 19 pares de cromossomos, sendo, portanto, impossível que tenham trissomia do cromossomo 21.

Mesmo assim, existem muitos felinos que nascem com características consideradas típicas na Síndrome.

síndrome de Down

Gato na areia. Foto Freepik

Isso acontece porque muitos bichinhos podem apresentar anomalias físicas e intelectuais, como, por exemplo:

  • Olhos mais separados do que a maioria dos animais;

  • Nariz achatado;

  • Estrabismo;

  • Maior massa corporal;

  • Mandíbula fraca;

  • Anomalias cardíacas;

  • Dificuldade de locomoção,

  • Comportamento diferente em relação aos outros gatos.

O que se deve saber é que por mais que os animais pareçam apresentar anomalias, deve-se compreender que muitas vezes essa é só a sua aparência mesmo.

Mesmo em casos nos quais os animais apresentam problemas de saúde que se manifestam em conjunto com as características físicas diferentes, ainda assim a origem do problema é diferente da Síndrome de Down.

Deficiências que podem ocorrer em gatos

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Mulher dando comida do gato. Foto Freepik

Muitas vezes, os gatinhos apresentam características físicas que fogem um pouco do comum, mas isso não indica nenhuma questão mais grave.

No entanto, há casos em que as características vão além apenas da aparência física, manifestando-se no comportamento e no organismo do animal como um todo.

Nesses casos é preciso ter uma atenção especial no animal, buscando por alternativas de tratamento eficazes.

A seguir falaremos sobre alguns problemas que podem acometer os gatinhos e provocar alterações bem nítidas:

Hipoplasia cerebelar

Esta é uma condição neurológica de grande gravidade, que se relaciona com o tempo em que o pet passa no útero.

Há um problema com a formação do encéfalo do animal, e ocorre um “ataque” ao cerebelo, que leva a falhas na movimentação.

Diante disso, os animais que apresentam essa condição costumam ter corpo arqueado, dificuldade de locomoção, lentidão, problemas para identificar objetos.

Panleucopenia felina

Esta é uma doença grave e contagiosa, que ataca diversos sistemas do organismo dos felinos. E caso seja uma fêmea prenhe, pode haver comprometimento também dos seus filhotes.

Os pets acometidos pela doença podem ter vários problemas, que incluem comprometimento físico e intelectual, além de provocar alterações comportamentais.

Traumas e infecções se confundem com Síndrome de Down

Existem muitas formas de traumas e tipos de infecções que acometem diretamente o sistema neurológico.

Assim, pode ocorrer um problema de locomoção, alterações cognitivas em geral e, até mesmo mudanças na aparência do animal.

Síndromes genéticas em animais

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Filhotes – Foto: Freepik

Depois de descobrir que não existem animais com Síndrome de Down, está na hora de saber que existem outras condições genéticas importantes que podem acometer os pets, especialmente os cães.

Síndrome de Turner

A Síndrome de Turner é conhecida como a Síndrome de XO e surgem em animais fêmeas. Esses indivíduos acometidos acabam permanecendo sempre inférteis ao longo da vida.

O veterinário geralmente desconfia de que a cachorra pode apresentar o problema quando ela chega a uma idade um pouco avançada e ainda não apresentou nenhum cio.

Síndrome de Klinefelter

Esta é uma síndrome genética que acontece em humanos também, sempre em indivíduos machos.

Nesse caso, o genoma possui uma cópia extra do cromossomo X, o que leva o individuo a ter testículos atrofiados, quadris alargados, infertilidade, entre outros problemas.

Alguns cuidados essenciais com animais portadores de síndrome genética

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Cadela e seu filhote – Foto: Freepik

Os animais domésticos precisam de muitos cuidados, amor e proteção. E se você tiver um bichinho especial, precisa intensificar ainda mais tudo isso.

Como você percebeu até aqui, as síndromes genéticas são capazes de provocar uma série de problemas nos animais.

Muitos não conseguem se reproduzir, enquanto que outros podem ter problemas de cognição e acometimento dos sistemas cardíaco e respiratório, por exemplo.

Mesmo que muitas dessas características coincidam, cada tipo de alteração genética leva a problemas distintos.

Além disso, há animais que manifestam os sintomas mais leves e, outros que possuem um quadro mais grave.

Levando isso em consideração, veja a seguir quais são os principais cuidados de que esses pets necessitam:

Visitas frequentes ao veterinário

Se existem animais com Síndrome de Down ou não, fato é que qualquer bichinho que tenha anomalias genéticas precisa de cuidados específicos.

Por isso, a saúde deles merece uma atenção especial. Sendo assim, é preciso levar o animal com mais frequência ao veterinário e, manter os seus exames sempre bem atualizados.

É importantíssimo ficar de olho principalmente na saúde do coração e dos pulmões do pet para evitar problemas graves.

Medicamentos e alimentação

Qualquer animal com uma síndrome genética vai precisar de acompanhamento veterinário e, pode ser que necessite de medicamentos específicos.

Além disso, a alimentação deve ser bem mais controlada, garantindo assim o aporte nutricional necessário em cada situação e fase da vida.

Atividades físicas

Uma boa rotina de atividades físicas é fundamental para qualquer animalzinho, mas isso pode ser especialmente importante no caso de algumas anomalias específicas.

Existem situações em que os animais possuem maior predisposição para engordar e, por isso, aumentar o gasto calórico é desejável.

Mas muitos dos problemas genéticos levam à fraqueza muscular ou falta de coordenação motora.

Sendo assim, a pratica de atividades físicas diariamente pode ajudar em muito a manter esses indivíduos bem treinados e com o corpo mais forte e preparado.

Possíveis adaptações

Com certeza, ter um animal com anomalias genéticas exige muita dedicação por parte do tutor e, dependendo do tipo de manifestação, pode ser necessário fazer adaptações no ambiente onde o animal vive.

Você deve estar atento à todas as necessidades do pet, incluindo conforto e acessibilidade, para que ele tenha uma boa qualidade de vida e, possa ter tudo o que necessita.

O ideal é conversar com o veterinário para pedir recomendações sobre as necessidades de fazer essas adaptações que visem o bem estar do animal.

Conclusão

Como você viu, não existem animais domésticos com Síndrome de Down, mas existem outras anomalias genéticas que podem ocorrer.

A trissomia do cromossomo 21 só ocorre em humanos e, em primatas há relatos de trissomia do cromossomo 22, que provoca alterações semelhantes às da condição humana.

De qualquer forma, não importa qual seja a aparência ou características do seu animalzinho de estimação, você deve sempre adaptar os cuidados às necessidades dele.