Para quem está sempre bem atento a qualquer problema que o pet possa apresentar, é fundamental ficar de olho e conhecer as causas de paralisia súbita nos cães.

Os motivos para que isso ocorra são bem variados, mas existem alguns deles que são mais importantes em relação a outros.

De maneira geral, quando há um quadro de paralisia, significa que o cachorro está com uma alteração nervosa, seja ela periférica ou central.

Sendo assim, qualquer sinal de dificuldade de locomoção serve como um alerta. Nesses casos, pense em levar o pet a uma consulta com o médico veterinário.

Nesse post falaremos um pouco mais sobre as principais causas da paralisia súbita em cães e como evitar e tratar o problema.

Quais podem ser as causas de uma paralisia súbita em cães?

Cachorro doente e triste

Cachorro doente e triste – Foto: Freepik

Antes de mais nada, deve-se dizer que a paralisia súbita em cães é algo que preocupa bastante os tutores.

Muitas vezes ela surge sem aviso e provoca grandes danos à vida do pet. E nesses casos, é necessário identificar rapidamente o que ocasionou o problema e, então procurar tratar as causas o mais rápido quanto for possível.

Traumas, presença de parasitas e vírus são apenas alguns dos problemas associados à paralisia súbita.

Outra questão importante de se compreender é que quando se fala em paralisia súbita, ela pode realmente ocorrer repentinamente ou, ainda, apenas parecer repentina.

Nesses casos, geralmente a causa original já surgiu há bastante tempo, mas o animalzinho manifesta os efeitos tardiamente, confundindo os tutores e profissionais.

Nos próximos tópicos você vai conhecer algumas das possíveis causas da paralisia súbita em cães. Veja quais são eles:

Trombo ou coágulo

O que acontece nesse caso é que se o animalzinho tiver qualquer problema e um coágulo se formar, ele pode acabar por obstruir alguma região do corpo do animal e atrapalhar a locomoção dele.

Dependendo do local onde o coágulo provocar a obstrução, pode ocorrer um grande comprometimento vascular ou, o animalzinho pode ter uma paralisia repentina.

Polirradiculoneurite idiopática aguda

Mesmo que essa palavra possa parecer bem estranha, a explicação básica do problema é bastante simples.
Essa condição nada mais é que uma inflamação das raízes nervosas dos nervos periféricos. De certa forma, essa é uma condição que se parece bastante com a Síndrome de Landry-Guillain-Barré humana.

Mesmo que essa seja uma doença com incidência extremamente baixa em humanos, ainda assim representa a polineuropatia mais comum na clínica.

Inclusive, o problema pode surgir em situações de estresse ou por conta da vacinação, por exemplo.

Nessas ocasiões, os primeiros sinais neurológicos costumam surgir de 7-14 dias após o agente causador.

Geralmente o animal começa a apresentar problemas no caminhar e, posteriormente tem uma flacidez nos membros.

Com a flacidez nos quatro membros, manifesta-se a tetraparesia, que evolui geralmente para a tetraplegia.

Quando isso ocorre, é comum ver que o animalzinho tem fome, sede e, continua com os estímulos de urinar e defecar. No entanto, ele não é capaz de levantar.

Essa é considerada uma doença grave, que acomete o sistema nervoso, comprometendo o funcionamento dos nervos cranianos ou os espinhais, que saem do encéfalo e da medula, respectivamente.

Existem casos nos quais há o envolvimento e comprometimento da musculatura responsável pela respiração.

Nessa situação, caso o quadro não seja revertido. O animal pode apresentar uma parada respiratória que o levaria à morte.

Toxicidade por ingestão de macadâmia

macadâmia

macadmia Foto: Freepik

A macadâmia é um dos alimentos mais tóxicos para os cães, que tem um potencial de causar problemas sérios dependendo das quantidades ingeridas.

Em casos mais graves, além de provocar tremores, fraqueza, agitação, vomito e diarreia, a ingestão de quantidades significativas de macadâmia pode causar paralisia súbita nos cães.

Esses sinais podem surgir até 12 horas após a ingestão da macadâmia e, bastam porções que variam entre 2,4 e 62,4 g/kg de peso do animal, para provocar danos.

A paralisia repentina nos cães surge como uma condição que evolui e, posteriormente pode regredir ao estado natural do animal.

De qualquer forma, nos casos em que a intoxicação leve a um quadro mais grave, o mais recomendado é que se interne o cão para tratar os sinais apresentados.

O profissional deve sempre levar em conta que os sistemas afetados são o gástrico, com vômitos e diarreia e, o sistema nervoso.

Sendo assim, é de extrema importância que os tutores tenham cuidado na hora de dividir comida com os pets.

A macadâmia, juntamente com o chocolate representa um dos ingredientes de maior risco para a espécie canina. Por isso é tão importante saber o que os cães podem ou não comer.

Paralisia do carrapato

tipo de carrapato

Tipo de carrapato – Foto: Freepik

Alguns tipos de carrapatos podem provocar problemas graves quando se alimentam do sangue dos cães.

Esse é o caso dos parasitas dos gêneros Dermacentor e Amblyomma. Sobretudo as fêmeas se alimentam de sangue animal e, podem provocar paralisia súbita por conta de neurotoxinas presentes na saliva.

Nesse caso, a paralisia costuma ocorrer algum tempo após a fixação do carrapato ao seu hospedeiro, mais precisamente, de 6 a 9 dias depois.

Obviamente, nem todos os carrapatos possuem esse tipo de toxina e, por isso, nem todos os cães que entrarem em contato com algum carrapato desenvolverão a doença.

De qualquer maneira, é importante ter em mente que quando isso acontece, as toxinas afetam principalmente o sistema nervoso periférico e neuromuscular.

Pode haver uma disfunção também nos nervos cranianos, levando sobretudo a uma paralisia facial.

Além disso, os nervos que controlam o diafragma podem ser acometidos, levando o indivíduo a uma parada respiratória, que é uma condição bastante grave.

Toxicidade por organofosforado leva à paralisia súbita

Muitos inseticidas de uso comum possuem organofosforados na sua composição e, essa é uma classe de compostos de alta toxicidade, seja para animais ou para humanos.

O contato com os organofosforados está entre as principais causas de paralisia súbita em cães. Isso pode ocorrer por meio de ingestão, contato com a pele ou inalação.

A paralisia ocorre uma vez que o sistema nervoso é diretamente afetado, de modo que o animal apresenta tremores, espasmos musculares e, em casos mais graves, a paralisia.

Em casos de intoxicação, há ainda o envolvimento do sistema cardiovascular, gastrointestinal, oftálmico e respiratório.

Lesões ou traumas podem ocasionar paralisia súbita

É muito comum que uma paralisia súbita aconteça em casos de lesões e traumas na coluna. A paralisia completa se dá quando o dano acontece na parte mais baixa da coluna, paralisando até as patas traseiras do animal.

Isso porque há uma ruptura da medula espinhal, que é uma estrutura fundamental do sistema nervoso central.

Infecções virais

Existem diversos tipos de infecções virais capazes de ocasionar uma paralisia súbita nos cães. A mais grave e preocupante entre elas é a raiva.

Nesse caso, primeiramente ocorre uma paralisia da mandíbula e, depois os membros vão sendo acometidos também.

Nessa situação, há um acometimento do sistema nervoso central. Essa é uma situação muito grave, que não possui uma cura efetiva.

Por isso, até os dias atuais a melhor coisa a se fazer é prevenir o aparecimento do problema por meio da vacinação de todos os cães desde os primeiros meses de vida.

Afeta o sistema nervoso central e, até o momento, não tem cura.

Hérnia de disco

A hérnia é mais uma das principais causas de paralisia súbita em cães. Isso ocorre porque quando essa condição surge, ocorre o deslocamento do material que existe entre as vértebras.

Esse serve para absorver impactos e proporcionar uma maior mobilidade e, quando não está integro, causa problemas.

Com essa condição estabelecida, os discos acabam se degenerando, provocando um quadro extremamente doloroso por conta da compressão da medula espinal.

Tendo em mente que a hernia de disco é uma condição muito dolorosa, é bastante comum que os animais que estejam com esse problema fiquem mais apáticos e se movimentem muito menos.

Nos casos mais graves a dor para se movimentar se torna insuportável e, o pet acaba com uma paralisia dos membros anteriores e posteriores.

Paralisia súbita em cães – Cinomose

paralisia súbita em cães

Cão deitado – Foto: Freepik

Como foi dito, em muitos casos a paralisia súbita acontece por conta de uma doença viral. E é bem comum de se ver na clínica animais que apresentam paralisia por conta do vírus da cinomose.

Mas quando o problema é este, existem também alguns outros sinais que vão acompanhar a ou preceder a paralisia.

Os principais são: vomito, diarreia, perda do apetite, secreção nos olhos e febre. Ao perceber esses sinais, é fundamental levar o pet ao veterinário.

Mielopatia Degenerativa

Essa é uma condição bastante comum em algumas raças, como é o caso do Boxer, Pastor Alemão e Rottweiller.

Quando esse tipo de problema se instala, afeta a medula espinhal do pet, gerando uma perda progressiva dos movimentos dos membros.

Nesse caso, o diagnóstico pode ser bastante complicado, sobretudo porque os sinais são bastante semelhantes aos observados na hérnia de disco.

Sendo assim, é de suma importância que um veterinário especializado acompanhe o caso e faça uma triagem detalhada em busca de um diagnóstico preciso.

Paralisia súbita em cães – Neoplasias

Quando um animal apresenta uma paralisia súbita, deve-se desconfiar de que possa haver uma neoplasia.

Nesse caso, assim como ocorre com outros casos, o animal começa a apresentar dificuldade para caminhar e, passa a ter uma atrofia e, posteriormente, paralisia.

Existe tratamento para a Paralisia Súbita em Cães?

paralisia súbita em cães

Cachorro no veterinário. Fonte: Freepik

Antes de se poder falar sobre qualquer forma de tratamento da paralisia súbita em cães, é fundamental que um animal faça o diagnóstico de qual é exatamente a causa do problema.

Como você pode ver, existem várias possíveis causas para a paralisia súbita em cães e, é essencial buscar formas de tratamento que sejam específicas e eficientes em cada caso.

Nos casos de paralisia súbita por traumas, por exemplo, o tratamento recomendado costuma ser cirúrgico.

Por outro lado, em alguns casos é necessário tratar tipos de infecções diversos. Em outras situações, deve-se proceder com um tratamento toxicológico.

Paralisia súbita em cães – O que fazer se o cão estiver com sinal de paralisia?

A paralisia súbita é um problema sério, que surge em diferentes situações e, que geralmente é bastante grave.

Dependendo do caso, o problema pode levar o animal a ter consequências gravíssimas. Sendo assim, ao perceber qualquer alteração no pet, leve-o diretamente ao médico veterinário para exames.

Na maioria das vezes em que você perceber o seu pet com um problema de locomoção, ele estará apenas com alguma condição ortopédica ou neurológica de solução mais simples.

No entanto, existem exceções a isso e, é preciso ter atenção e se prevenir, encarando sempre essa situação com bastante seriedade.

Entenda a polirradiculoneurite idiopática aguda

paralisia súbita em cães

Cão triste pois está doente – Foto: Freepik

A polirradiculoneurite idiopática aguda é a polineuropatia mais observada em cães, sendo a mais vista na clínica.

Basicamente, este é um problema idiopático, que causa inflamações, sobretudo nos ramos ventrais dos nervos espinhais.

Em alguns casos o problema se manifesta também nos nervos dorsais. Algo interessante de se dizer é que esta é uma doença presente no mundo todo, que pode ocorrer em animais de qualquer idade e raça.

No entanto, a condição é bem mais frequente em adultos e, a doença também pode estar relacionada com doenças anteriores e, até mesmo vacinações.

Inicialmente, observa-se o animal com uma leve fraqueza nos membros posteriores. Com isso, acaba surgindo uma paresia flácida.

Quando há lesão no neurônio motor inferior, o animal deixa de conseguir movimentar o membro e, por isso passa a ter uma diminuição do tônus muscular e uma atrofia muscular que se desenvolve rapidamente.

No exame neurológico pode-se perceber que os reflexos espinhais ficam diminuídos ou ausentes. Mesmo assim as funções vesical e anal permanecem preservadas.

O diagnóstico não é simples e, o médico veterinário deve desconfiar da condição quando existem sinais clínicos compatíveis com polineuropatia caudocranial de desenvolvimento rápido.

Ou seja, os sinais observados iniciam nos membros posteriores dos animais e, caminham lentamente em direção à sua face com o passar do tempo.

Mesmo observando-se esses sinais, é preciso buscar por confirmações, eliminando outras possíveis causas e tipos de polineuropatias.

Apesar de não haver um tratamento específico adequado, existem opções de terapia de suporte que ajudam a melhorar a qualidade de vida do pet.

Conclusão

São muitas as causas de paralisia súbita. Por isso, ao perceber os primeiros sinais, é fundamental levar o pet a um consultório médico veterinário para uma análise do problema e diagnóstico adequado.