A leucemia aguda em cães é uma doença complexa, à qual é preciso ter muita atenção, evitando assim que o animal sofra com as suas consequências.

Inicialmente, quando se leva um animal novo para casa, existem muitas preocupações, envolvendo a vacinação, vermifugação e castração.

Além disso, a família costuma pensar em adestrar o pet e ensiná-lo as regras da casa e onde ele deve fazer as suas necessidades.

Mas a verdade é que o pet pode ter outros problemas escondidos, como a leucemia aguda em cães, que é um tipo de câncer silencioso e grave.

Então, continue lendo esse post para aprender mais sobre essa condição e entender como fazer para identificar ela.

O que é leucemia aguda em cães.

Câncer nos pets

Cachorro sendo examinado Foto: FreePik

Geralmente, as pessoas possuem muitas preocupações em relação aos seus animais de estimação.

Mas ninguém quer ficar pensando se o pet vai desenvolver uma doença grave como a leucemia aguda, não é mesmo?

Entretanto, é melhor entender bem algumas condições, justamente para identificar precocemente caso elas surjam no seu cachorro.

Sendo assim, em relação à leucemia aguda em cães, é fundamental saber que a medula óssea é a parte mais interna dos ossos.

Essa região é a principal responsável pela produção de alguns dos principais componentes do sangue, como os glóbulos vermelhos e glóbulos brancos.

Os leucócitos são células brancas de enorme importância para o sistema de defesa do organismo.

Sendo assim, eles são os principais responsáveis pela defesa do organismo, sendo responsáveis por combater infecções contra bactérias, fungos, vírus, entre outros.

Tendo isso em mente, fica mais fácil compreender a leucemia, que é a denominação dos cânceres que atingem os tecidos que formam as células sanguíneas, mais especificamente os tecidos linfoides.

As células linfoides são as principais formadoras dos glóbulos brancos. O que acontece nesse caso é que o organismo passa a produzir glóbulos brancos de maneira descontrolada.

Além disso, essas células podem ser defeituosas, de modo que perdem a funcionalidade de defesa do organismo.

Existem dois tipos de leucemia linfoide

exames de rotina

Cachorro sendo examinado Foto: Freepik

Nos cães e nos gatos, existem duas formas diferentes de manifestação da leucemia linfoide e, essas são denominadas leucemia linfoblástica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC).

A leucemia linfocítica crônica é considerada rara em gatos e, nos cães ela tem uma ocorrência predominante em machos mais velhos.

No que diz respeito a essa condição, os sinais podem ser bem inespecíficos ou, até mesmo não se apresentarem.

Mas quando o pet chega a apresentar problemas, é comum observar perda de peso, diminuição do apetite, febre e, também uma redução brusca na sua atividade metabólica e disposição.

Por outro lado, a leucemia linfoblástica aguda é aquela que acomete os animais adultos na meia idade. Ademais, essa é bem mais comum nos cães, apesar de ser rara em gatos.

Independentemente do tipo, o organismo do animal fica extremamente debilitado por conta da queda na quantidade de células de defesa.

Na leucemia linfoblástica aguda, além dos sinais inespecíficos sobre os quais já foi falado, é comum ver o animal ter também sintomas gastrointestinais e hemorragias.

O mais importante de se entender é que na leucemia, a medula óssea fica repleta de células jovens, mas elas são anormais.

Com o tempo o cão tende a ficar cada vez mais debilitado, sendo essa uma condição grave, mas que dificilmente é identificada pelo tutor logo no início.

Também é comum ver essa doença em cães de todas as raças e, como ocorre no caso dos humanos, os animais jovens são muito prejudicados quando apresentam o problema.

Há ainda a chamada leucemia mieloide, que tem ocorrência comum em animais jovens e adultos. Essa atinge as células mieloides e também pode se desenvolver de forma aguda ou crônica.

É importante compreender também que a leucemia aguda em cães obriga os tutores a terem que deixar os seus animais em locais muito bem higienizados, evitando assim que se contaminem com patógenos do ambiente.

Outro ponto a se falar sobre isso, é que a origem da doença é desconhecida, mas existem estudos que sugerem que existem alterações no DNA que podem levar as células sanguíneas a ficarem com tamanhos e funções alteradas.

Além disso, da mesma forma como é comum acontecer para tumores em geral, exposição à radiação e estilo de vida também podem interferir nisso.

Leucemia aguda em cães – Sintomas da leucemia em cães

cachorro doente

Cachorro doente – Foto: Freepik

Como já foi dito, identificar a leucemia em cães pode ser um grande desafio, uma vez que os sintomas são inespecíficos e, quando há um agravamento o animal já está com o organismo muito comprometido.

No entanto, acontece que a leucemia não é uma doença tão silenciosa assim e, se o tutor estiver bem atento aos sinais que surgem, poderá ajudar o animalzinho com um diagnóstico precoce.

Um dos sinais mais observados fraqueza, que pode ser acompanhada por dor na articulação. Pode-se verificar também que muitas vezes os pets têm febre e apresentam inchaço nos linfonodos (gânglios).

Há ainda uma diminuição significativa do apetite do animal e, consequentemente, percebe-se uma perda de peso rápida e significativa de peso.

Outro ponto comum é ver a gengiva do cão perder a cor, ficando com uma aparência esbranquiçada e desagradável.

Existem ainda sinais de hemorragia, acompanhada do aumento do volume de órgãos extremamente importantes, como fígado e baço.

Respiração ofegante e batimentos cardíacos acelerados também são bastante comuns. É possível que haja dificuldade em inspirar e expirar.

Alguns animais também começam a apresentar lesões de pele, que podem ficar cada vez piores e mais contaminadas.

Em casos graves, o pet pode ter anorexia e, então acaba emagrecendo demasiadamente. Isso piora ainda mais quando há diarreia e vomito crônicos.

Nessas situações, é importantíssimo manter o bebedouro de água do cãozinho sempre cheio e estimular ele a beber bastante líquido, evitando a desidratação.

Um cachorro abatido, apático, sem energia e, que não se importa com o que está acontecendo ao seu redor e nem quer mais brincar, pode estar com um problema imunológico grave.

Sobretudo se for um animal jovem, isso não é nada normal e, é preciso levar o pet para uma consulta com o veterinário urgente.

Leucemia aguda em cães – Sinais inespecíficos

Os sinais mais inespecíficos são aqueles que podem ocorrer em várias doenças e, não apenas na leucemia aguda em cães. Os principais são:

  • Letargia
  • Emagrecimento
  • Pirexia, ou febre
  • Hiporexia ou falta de interesse pela comida
  • Apatia
  • Poliúria ou urinar com muita frequência
  • Polidipsia ou sede excessiva
  • Linfadenomegalia ou aumento dos nódulos linfáticos
  • Esplenomegalia ou aumento do baço
  • Hemorragia
  • Petéquias, ou manchas na pele

Esses são sinais clássicos de diversos problemas de saúde e, por isso, um animal que os tenha não necessariamente estará com leucemia aguda em cães.

Ainda assim, é importante que o animalzinho passe em uma consulta veterinária de urgência para uma avaliação detalhada.

Diagnóstico da leucemia aguda em cães

leucemia aguda em cães

Cão doente – Foto: Freepik

Somente um médico veterinário capacitado pode avaliar detalhadamente o cão e verificar o seu estado de saúde.

Mesmo que o exame clinico e as análises do próprio tutor contribuam em muito para o diagnóstico, é preciso fazer muitos outros exames.

Isso porque os sinais clínicos são inespecíficos e, então é necessário fechar os sinais por todos os lados.

Sendo assim, é importantíssima a realização de outros exames correlacionados, inclusive exames de sangue que detectem a presença de excesso de leucócitos no sangue.

Já no hemograma é possível ter uma ideia se o cão pode ou não estar com leucemia aguda, uma vez que os seus níveis de leucócitos estarão completamente alterados.

Radiografias abdominais, como as de fígado e baço, também ajudam a dar uma ideia do que pode estar acontecendo.

Se desconfiar de que o animal possa estar com um câncer, o médico deverá solicitar amostras de células do animal, que podem ser obtidas por meio de uma biopsia, por exemplo.

A coleta de uma amostra da medula na região do quadril é um exame que, apesar de ser complicado, doloroso e exigir anestesia, é extremamente importante.

No caso de filhotinhos, é possível descobrir a leucemia aguda em cães precocemente e, então iniciar um tratamento adequado.

Quais são os principais exames realizados para a leucemia aguda em cães?

O médico veterinário que deve definir quais exames vai solicitar e, os principais são os seguintes:

  • Hemograma completo
  • Biópsia
  • Teste de Coombs
  • Pesquisa de Ehrlichia canis
  • Plaquetas
  • Albumina
  • Imunoglobulina A (IgA)
  • Imunoglobulina G (IgG)
  • Imunoglobulina M (IgM)
  • Radiografia
  • Ultrassonografia
  • Ureia
  • AST – TGO
  • ALT – TGP
  • Gama GT
  • CPK (creatinofosfoquinase)
  • Fosfatase Alcalina (F.A.)

É importante que no ato da consulta o tutor passe o máximo de informações quanto for possível sobre o estado de saúde do pet e a forma como a sua condição deteriorou.

Além disso, levar a carteirinha de vacinação e o histórico dos últimos exames realizados é algo fundamental.

Como tratar a leucemia aguda em cães?

leucemia aguda em cães

cachorro no veterinário fazendo exame Foto: Freepik

Quanto mais cedo for obtido um diagnóstico detalhado, maiores são as chances de o tratamento surtir o efeito desejado.

Sobretudo nos estágios iniciais, vale muito a pena investir no tratamento, pois é possível devolver muito da qualidade de vida do animalzinho.

A partir dos exames realizados e dos resultados obtidos, o médico veterinário deverá elaborar um modelo de tratamento que possa se adequar ao pet.

No entanto, além de ser necessário fazer investimentos elevados em termos de dinheiro, é preciso encarar tudo com muita cautela.

Na maioria das vezes os protocolos de tratamento são agressivos e, por isso podem causar grandes prejuízos ao animalzinho.

Quando um cachorro está doente, é preciso que o tutor esteja disposto a investir o seu tempo e o seu dinheiro.

Muitas vezes é preciso dedicar grande parte do tempo e, manter muito mais contato com o animalzinho para que o tratamento seja realizado adequadamente e tenha êxito.

Sobretudo se o cachorro passar muito tempo sozinho em casa, é preciso rever a situação e, então começar a se organizar para oferecer mais a sua companhia ao animalzinho.

Como é o tratamento da leucemia aguda em cães?

Assim como acontece na maioria dos casos de câncer, um animal com leucemia aguda geralmente necessita de sessões de quimioterapia.

Além disso, o médico veterinário pode indicar alguns medicamentos que ajudem a amenizar os principais sinais da doença e os secundários, associados a ela.

Durante todo o processo, em nenhum momento se pode descuidar da saúde do animal e, é preciso ter acompanhamento veterinário detalhado.

O ideal é buscar por um médico veterinário especialista em oncologia, que possa estudar o caso com mais detalhes e, assim ter um tratamento mais específico para o câncer.

Há prevenção para a leucemia aguda em cães?

leucemia aguda em cães

Cachorro poodle olhando para a câmera. Foto Freepik

Não existe uma forma exata de se prevenir a leucemia aguda em cães, sobretudo porque os cânceres são complexos.

Existem muitos fatores envolvidos, inclusive a genética de cada animal individualmente. Além disso, é complicado saber exatamente o que causa o problema.

O que se sabe é que a alimentação e a qualidade de vida influenciam bastante sobre a saúde geral do pet.

Sendo assim, deve-se priorizar uma alimentação de qualidade, sempre considerando as necessidades nutricionais da raça, porte e idade do pet.

Mas muito mais importante do que tentar encontrar formas de prevenir a doença, é fundamental tentar identificar a doença no início, uma vez que isso aumenta em muito as chances de controle.

Então, procure fazer pelo menos duas consultas anuais com o seu animalzinho, fazendo os exames detalhados.

Muitas vezes o cão está doente e o tutor nem desconfia disso. Por isso, fazer exames de rotina pode ajudar a detectar problemas graves.

Além disso, ao perceber qualquer mudança comportamental no seu animalzinho, você deve levar ele imediatamente ao veterinário.

Quanto tempo vive um cão com leucemia?

É difícil responder a essa pergunta de maneira precisa, uma vez que existem tipos diferentes de leucemia aguda em cães.

Além disso, a doença se manifesta de várias maneiras e, em graus diferentes. Sendo assim, cada caso é um caso.

No entanto, quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, maiores são as chances de cura.

Conclusão

A leucemia aguda em cães é uma doença grave, que sofre influência de diversas variáveis e, por isso é difícil evitar.

Mas com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível proporcionar uma boa qualidade de vida aos animais.